O Sporting estreou-se na Taça, fez uma exibição patética e foi justamente eliminado pelo Varzim, da terceira divisão

 

Aconteceu Taça, vai dizer-se, vai escrever-se. É uma forma bonita de colocar as coisas, até porque o Varzim mereceu a passagem. Os poveiros não ganhava ao Sporting desde 1987, quando venceram em Alvalade por 1-2, e esta noite, à sexta vez que as duas equipas se cruzaram na Taça, eliminou os Leões pela primeira vez.

O Sporting, na linha do que aconteceu, por exemplo, nos Açores, onde até ganhou, jogou pouco ou nada, e tudo começa com a insistência num modelo táctico que está esgotado ou que, pelo menos, não funciona sem Palhinha, Matheus Nunes ou Sarabia. Neste caso, bem Amorim, no final, a dizer que contra uma equipa da terceira divisão é impensável estar a falar em falta de opções.

Os três centrais contra essa equipa da terceira divisão, trouxe mais do mesmo.
A ausência de um homem golo na área, de um verdadeiro ponta de lança, com o extra de Paulinho ainda ter feito a assistência para o golo adversário e de um tal de Rodrigo Ribeiro estar esquecido, voltou a fazer-se sentir.
A incapacidade para ver que Trincão era um a menos, por exemplo, em nada ajudou.
Os jogadores animicamente de rastos (a flash de Pote é surreal, com ar alucinado a dizer que agora é ser campeão), fizeram o resto, e ainda tivemos o regresso da frase “temos que levantar a cabeça”.

Ok, eu levanto a cabeça, mas quando o faço leio que o Sporting perdeu 43% dos jogos realizados esta época, somando 6 derrotas em 14 jogos, e que, fora de casa, tem mais derrotas (4) do que vitórias (3). Depois, enquanto perspectivo mais uma noite mal dormida à conta disto, lembro-me que, ontem, a criatura que foi eleita presidente do meu Sporting, veio dizer o Sporting ia disputar todos os títulos, apontou o dedo a quem falou em crise depois de duas derrotas com o Marselha – “essas pessoas ou percebem pouco de futebol ou são desonestas” – e que foi mais longe deixando claro que perder com o Marselha é algo normal tendo em conta a diferença de orçamentos. E agora?

 

I started a joke
Which started the whole world crying
But I didn’t see
That the joke was on me, oh no
I started to cry
Which started the whole world laughing
Oh, if I’d only seen
That the joke was on me… That the joke was on me