Balde de água fria para o Sporting, que na visita a Barcelos desperdiçou a possibilidade de se aproximar dos lugares da Champions, numa partida onde viu dois pontos a voar por manifesta incompetência

O jogo acertava o calendário e dava ao Sporting a possibilidade de ficar a três pontos do Braga e a cinco do FcPorto, terceiro e segundo classificados, respectivamente, e equipas que ocupam os lugares que restam no acesso à Champions, e os Sportinguistas responderam em massa, pintando de verde e branco as bancadas do Cidade de Barcelos. Amorim mexeu na equipa, voltando a subir Pote no terreno, onde Chermiti era o ponta na ausência de Paulinho, e onde Edwards fazia a extrema direita, com o centro do terreno a ver recuperada a dupla Ugarte – Morita que, nomeadamente na primeira parte, estiveram quase sempre em inferioridade numérica face à estratégia do Gil, com Vítor Carvalho-Aburjania-Fujimoto colocados na intermédia.

Ainda assim, o jogo deu sempre Sporting, e isso torna ainda mais frustrante o resultado final, fruto de uma desinspiração que foi quase colectiva e à qual escaparam Adán (apenas uma defesa a sério, mas isso é vida de redes de clube grande), St Juste (ele bem tentou empurrar a equipa para a frente e queimar linhas) e Coates (que voltou a acabar a ponta de lança e a mostrar que é o jogador do plantel que mais desconforto causa na área adversária).

Houve o calcanhar de Chermiti para bela defesa, houve o remate de Pote, houve o remate de Reis, houve a bola sempre a rondar a área adversária, tudo isto na primeira parte. Houve uma grande jogada para golo anulado por fora de jogo no início da mesma, houve um grande golo de Pote que também não contou, ambos a abrir a segunda, quando a entrada de Nuno Santos já tinha empurrado Reis para o lugar de Inácio. A partir daí, contra um Gil cada vez mais encolhido lá atrás e incapaz de sair a jogar, houve um acumular de erros (alguns ridículos) no último terço, transformando a posse de bola e o volume de presença no meio campo adversário numa mão cheia de nada. E não pode haver mãos cheias de nada, quando queres agarrar com as duas mãos uma das poucas oportunidades que te restam.

Depois de algumas semanas de ilusão, com aquela cereja no topo que foi a vitória em Londres, o Sporting voltou a lembrar-nos que este é o Sporting errático e cheio de equívocos que dinamitou a sua própria época na pré e ao longo da primeira volta, e que os milagres só acontecem de quando em vez. No final, Amorim voltaria a falar de uma equipa que não é só do presente, mas a preparação do futuro, e não há quem lhe pergunte, por exemplo, porque raio Fatawu e Rodrigo Ribeiro não estavam no banco?

Posto isto, fica a Champions novamente mais distante, e ficamos nós, adeptos, à espera de mais uma voltinha nesta montanha russa, nas esperança de um looping que nos encha de esperança, mesmo que seja um filme já antes visto.

Hey, hey, hey, hey, hey stoopidWhat ya tryin’ to doHey, hey, hey, hey, hey stoopidThey win you loseHey, hye, hey, hey, hey stoopid