De um jornalista português.

O PROBLEMA FÉLIX

João Félix voltou ao Atletico Madrid. Está reactivado o psicodrama em exibição há quatro anos. Deixo o que escrevi n’ A Bola sobre o assunto.

«O PROBLEMA de João Félix, parece-me, é que toda a gente tenta maquilhar o problema que ele tem com falinhas mansas e efabulações; e ninguém lhe diz aquilo que ele precisa de ouvir. Que é um jogador com um potencial enorme, sim; mas que ainda não exprimiu esse potencial e está a caminho de se tornar um dos maiores «flops» futebolisticos da história. Isto tendo em conta a fortuna que o Atletico pagou por ele há quatro anos (126 milhões, ainda a quinta maior transferência de sempre!!!) e aquilo que Félix provou desde então: uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. É que nem o básico (ser titular indiscutível, caramba!) Félix pode dizer que conseguiu ao fim de quatro épocas – nem no Atletico, nem na Selecção nem nesta última passagem pelo Chelsea.
Ou seja: Félix não tem um problema: ele é o problema.

É muito fácil alinhar no coro desculpabilizante que tem acompanhado os insucessos do jogador desde que trocou o Benfica pelo clube colchonero: repetir que João é um excelente dançarino e que a sala é que tem estado sempre torta por culpa dos Simeones e dos Lampards desta vida.
Mas aqui chegados, talvez fosse mais sensato (para não dizer pedagógico) reflectir por que razão tanto Diego Simeone como Frank Lampard criticaram publicamente a atitude (falta dela) do jogador; ou por que razão Mauricio Pocchetino, tendo a possibilidade de ficar com ele, foi precisamente dele de quem se livrou em primeiro lugar assim que tomou posse como treinador do Chelsea.

«Quem não gostaria de ter João Félix», perguntou Rui Costa à chegada a Inglaterra. Bom. A resposta é simples. O Atletico. O Chelsea. E todos os que não lhe têm feito as propostas que ele desejava receber.

Confesso que esgotei a paciência para noticias de coletes deitados ao chão, gestos de enfado e outros empertigamentos.
Mas julgo que, neste caso, valerá a pena insistir porque se trata, efectivamente, de um jogador talentoso.
E é sempre uma pena ver talento desperdiçado.

Félix tem de perceber que os anos passam, passam… e ele continua longe de ser aquilo que julga que é: um jogador de topo. Tem de arrepiar caminho, evidentemente. Deixar-se de fantasias, regressar à Terra e fazer-se à estrada pelo caminho das pedras. Um banho demorado na fonte da humildade talvez não fosse má ideia.
É que não há noticia de um «jogador de topo» que não tenha conseguido afirmar-se ao fim de quatro anos. Talvez começar por aí. O resto virá depois. Se vier.

PS – Caro João, permita-me uma sugestão: na próxima concentração da Selecção vá ter com Cristiano e Pepe e peça-lhes que lhe expliquem o que é ser um jogador de topo».

A explicação de sou Sporting também e bem explicitita. As expectativas criadas a volta do jogador pensando que iria ser um Ronaldo 2.0. culpo o Benfica. Félix renatos e enzos flops desportivos. Carreiras a pensar nos salários. Se não jogas e esquecido. Do Sporting temos casos como palhinha vendido, e agora vale o dobro. As nossas vendas são de baixo custo, mas jogadores credíveis. Acredito que gyokeres agora marque o dobro dos golos, para que o Sporting futuramente tenha proveito desportivo numa venda. JJ., ruben, Conceição são azes na Europa a reformatar jogadores. Muitos adotados tiveram sucesso.