Com o mercado quase a fechar (calma, que por aqui temos prazos das arábias), a Tasca apresenta o seu primeiro reforço para a época 23/24: o Sporting_343, que vem ocupar uma posição importantíssima – a de olhar a nossa formação com a atenção que ela merece!

A estreia acontece agora mesmo.
Bem vindo à Tasca!

 

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A equipa B não tem os objetivos devidamente clarificados, usa um sistema tático diferente da equipa principal, teve algumas saídas relevantes, contratou muito pouco (empréstimo de Pedro Bondo) e continua a jogar no risco (deslocação à Covilhã com 6 juniores no 11 titular).

Todos sabemos que a equipa B serve para preparar os jogadores para a equipa principal. Contudo, ninguém expõe os objetivos coletivos para esta equipa e só por uma vez, Rúben Amorim (numa conferência de imprensa em Abril deste ano) assumiu que seria importante ter a equipa B na segunda liga.

No ano passado o Sporting B ficou apenas a um ponto da qualificação para a fase subida. O quinto lugar “obrigou” à disputa da fase de manutenção, com o risco de descida ao Campeonato de Portugal, o que seria altamente prejudicial à evolução dos miúdos. E quem ficou em quarto? O Belenenses que subiu à Liga Portugal 2 (LP2). A 4 jogos do fim da primeira fase, os de Belém foram a Alcochete, tiveram um jogador expulso aos 5 minutos e venceram o jogo aos 88 minutos. Depois o Sporting B perdeu no Amora, em casa com Leiria e na deslocação ao Fontinhas. No último jogo da fase de manutenção, frente ao Real SC, precisámos de um fantástico golo de Fatawu, para evitarmos a descida. 

Este ano, o nível da Liga 3 baixou e foi alterado o quadro competitivo (os quatros primeiros das duas séries, vão disputar a fase de apuramento de campeão, numa única série a duas voltas. Os dois primeiros sobem à LP2 e o terceiro disputará playoff com antepenúltimo da LP2). 

Num ano sem UEFA Youth League, deveríamos apostar na subida, aproveitando que o planeamento e gestão de jogadores ficarão facilitados.

Com a equipa B na LP2, estaríamos a falar ou concretizado os empréstimos de Essugo, Mateus Fernandes, Samuel Justo, Nazinho, Esteves, Tanlongo ou Fatawu? Não nos possibilitaria recrutar internacionalmente jovens com potencial, mas que não estão preparados para a equipa principal? Não poderíamos apostar em jovens formados localmente e que já foram lançados pelas suas equipas principais? Será que faz sentido ter uma equipa Sub 23, estando a B na Liga 3?.

Uma equipa B na LP2, também iria trazer harmonia e consistência ao modelo centrado no jogador. Juniores de primeiro ano disputariam Sub 19; juniores de segundo ano e seniores de primeiro ano disputariam a Liga Revelação e seniores de segundo ano (ou acima), bem como aqueles que estão aptos para “queimar etapas” jogariam na B (independentemente da sua idade). 

O treinador Filipe Cellikaya, vai para está na quarta época de Sporting B (único treinador, desde o regresso da mesma) e continua a optar pelo tradicional 433, ao invés do 343 da equipa principal.  Apesar de algumas dinâmicas semelhantes à A, na realidade faz toda a diferença jogar num meio-campo a 2 ou a 3. É diferente jogar com 2 ou 3 centrais… Se até aos Sub 19 aceito que se jogue no sistema padrão da academia, as equipas secundárias (B e Sub 23) deveriam jogar no mesmo sistema tático da equipa A. Para além de facilitar a integração dos miúdos na equipa principal, minimizaria as consequências no jogo coletivo da equipa, provocadas pelos poucos ciclos de treinos que alguns jogadores fazem na B.

No que toca à Direção, esta também deveria aproximar mais a equipa B dos sócios e adeptos. Por exemplo, o Sp. Braga apresentou as equipas Sub 23 e B na Pedreira, no dia da apresentação da equipa principal.

A composição do plantel será uma incerteza até ao fim do mercado, podendo a equipa ficar com menos capacidade para atacar a subida. Pelo que qualquer análise individual, poderá deixar de fazer sentido até ao final da semana.

No entanto, espero que seja um grande ano, que permita: a Diego Calai ser visto como sucessor de António Adán; a Muniz ser visto como o herdeiro de Gonçalo Inácio; a Leonardo Barroso e Diogo Travassos, uma eventual estreia oficial na equipa principal; a Diogo Abreu atingir o patamar que a sua qualidade e maturidade (dentro de campo) o exigem; a Rodrigo Ribeiro confirmar todo o seu potencial e afastar as dúvidas dos sportinguistas (não esquecer que ainda tem idade júnior). 

Depois vamos observar: a evolução dos surpreendentes Rafael Nel, Miguel Alves e Alexandre Brito; a afirmação perante um contexto físico desafiante, do dinâmico e cerebral Manuel Mendonça; a superação do genial Tiago Ferreira (que esteve 18 meses sem competir); a luta contra as lesões do nosso Arjan Robben espanhol (Adam Arvelo) e se Marco Cruz ainda vai a tempo de retomar o trajeto que se esperava de sucesso. 

O sucesso coletivo, apenas será atingido com a experiência acumulada de jogadores como Chico Lamba (fica?), Miguel Menino e Dudá. Podem não agradar a todos, mas serão essenciais ao longo da época.  

Ao longo da época poderemos ver mais minutos do central esquerdino Lucas Taibo (júnior de primeiro ano) e quem sabe a estreia do entusiasmante Geovany Quenda (ainda juvenil).

 

*”Crónicas para Formação Lovers é um espaço da autoria de sporting_343