Entendo, mais uma vez, o teu ponto de vista, mas, mais uma vez, não concordo.

O campo ser igual, a bola ser igual, para mim, não é um factor importante, ou, pelo menos, o mais importante e o que faz realmente a diferença.

O Voleibol feminino NUNCA será igual ao Voleibol feminino, e, neste caso essa diferença, na minha opinião, favorece o espectáculo do Voleibol feminino – mais tempo de bola em jogo, principalmente, que é um factor que torna muito mais agradável o Voleibol feminino.
O campo é igual, a bola é a mesma. Só a altura da rede é ajustada, porque seria impossível para as mulheres atacarem com a altura da rede masculina. É, na minha opinião, uma alteração que se justifica.

No Futebol, no Andebol, no Hóquei, no Basquetebol, não faz sentido, para mim, mudar o tamanho das balizas, nem o tamanho das bolas – talvez a excepção pudesse ser o tamanho das bolas do Andebol porque as mãos das mulheres são mais pequenas e, aqui, haveria algum paralelismo com o baixar da altura das redes por as mulheres serem mais baixas. Mas, mesmo assim, é discutível.

Voltando ao caso do Futebol, aceitaria que os jogos só tivessem 40 minutos, mas, também é discutível e não acho que esses 5 minutos a menos em cada parte fizessem uma uma “enorme” diferença.

Mantenho que o problema está no nível de preparação e exigência que existe no FF.
Não há qualquer razão para se precisar de uma década ou duas para elevar o treino no FF, porque basta aproveitar tudo o que se sabe do FM.
O treino do Atletismo F é similar ao treino do Atletismo M, com a natural adaptação ao corpo das mulheres. É isso que têm de fazer no Futebol. E nos outros desportos.

A propósito da WNBA, há uns meses – 4 ou 5 estive a ler umas cenas e a ver uns videos do YouTube sobre o assunto, onde, mais uma vez, se debatia a qualidade e as diferenças etre a NBA e a WNBA, claro, a propósito das queixas das jogadores das diferenças entre o que ganhavam os homens e o que ganhavam as mulheres.
Ao fim de não sei quantos artigos e vídeos, ficou para mim óbvio o seguinte:
a) a WNBA existia porque a NBA a financiava – ou seja, não gerava receita sequer para existir e pagar às atletas, e isto quer dizer que não havia interesse suficiente do publico e das marcas para que a competição existisse.
b) o ponto a) acontece porque a qualidade é muito inferior ao que o publico está habituado e tem interesse em assistir, que é a NBA.
c) perante estes 2 pontos anteriores, termos as jogadoras a achar que devem ganhar mais, se nem o que ganham vem do trabalho delas mas dum “subsidio” do trabalho dos homens, é, no mínimo, ridículo.

No Futebol é muito similar.

As grandes competições masculinas financiam-se a elas próprias – TODAS, sem excepção.
As maiores competições femininas, em pelo 2023, vivem de subsídios e não das próprias receitas. O Mundial Feminino foi financiado pela FIFA, definindo prémios num valor que nunca antes tinha sido alcançados em receitas – este anos estiveram ela por ela, mais ou menos, pela primeira vez, por uma pressão enorme da FIFA junto de patrocinadores – algo que não é preciso fazer nas competições masculinas.
A WCL é patrocinada pela UEFA, o que não acontece na CL masculina, que dá M€ aos clubes e dá M€ à UEFA.
E isto tem por base um desinteresse da população no FF, quando se compara com o FM, que tem obviamente a ver com a qualidade da competição. E, a qualidade da competição já tem em conta que o FF nunca será igual ao FM, ou seja, é aceite essa diferença. Mas para além dessa diferença há a diferença que eu falo, e isso sim, afasta as pessoas de terem interesse, porque fica uma cena demasiado amadora…

No Atletismo não vês isso. Ou, pelo menos, eu não vejo que se veja. O pessoal interessa-se também pelo Atletismo feminino, mesmo sabendo que nos 100m os homens correrão a uma velocidade que as mulheres não conseguem, e que nos saltos os homens saltarão muito mais que as mulheres. Mas reconhecem a competitividade extrema que há entre as mulheres, como há entre os homens, com qualidade e esforço também. Isso não se vê no Futebol, no Andebol, no Basquetebol, no Hóquei… Acho que se vê um pouco no Voleibol, que tem a tal vantagem que eu falei, porque é uma modalidade um pouco diferente.

Portanto, eu acho que há um longo caminho a percorrer no FF, no que diz respeito à preparação atlética que dão às jogadoras. Isto a nível geral.
Em Portugal, para mim, é só mais evidente, porque nem ao nível médio da Europa estamos,

No caso concreto do Sporting, não te sei explicar.
Há 2 anos – com este será a 3ª época – que eu critico a condição física da equipa do Amorim.
Já criticava a condição física do FF do Sporting no 1 ano da Cova – já passaram 2 anos da Cova e 2 anos da Mariana, e eu não vejo nenhuma melhoria, antes pelo contrário.
Por esta razão, passei a dar atenção ao que se passava na formação neste capitulo, e há 2 anos – que é o tempo que levo de analise nisto – que também acho as equipas com défice físico, pouca velocidade e pouca intensidade.

Não estou lá, não te si explicar porque raio isto parece ser um problema transversal a todas as equipas de futebol do Clube.

Eu pratiquei vários desportos, sempre fui super competitivo, sei o que se fazia nos inícios de época para termos sempre uma condição física boa toda a época. Estive no ISEF – não acabei o curso porque mudei para outra área – e tenho umas noções da coisa. Há algo que ali não bate certo, mas não sei o que será. Mas gostava de saber…

Sim.