ELES estão a ganhar e eu já não tenho tempo para fazer muito. 

Em maio tinha decidido parar com a rubrica, infelizmente o Paulo Cunha achou isso errado (de forma indireta) e contratou a Ozzy. Achei que não podia estar parado num momento histórico como este. O Sporting CP é dos adeptos, mas o desporto é dos atletas. Do filme Air saia uma frase “Umas sapatilhas são apenas umas sapatilhas até que alguém as calce”. Isto significa que, se juntamos paixão desportiva a um desportista de alto gabarito, o sonho começa. Foi isso que senti (e sinto) cada vez que olho para a Ozzy. Senti o mesmo com o Dennis, claro. 

A verdade é que a época não começou bem com a derrota com o Leixões SC na supertaça. E ELES ajudaram:

– mandaram embora o diretor que colocou ordem na casa;
– contrataram um adjunto para diretor;
– numa final esqueceram-se todos de ir (nenhum dos 3);
– fraca comunicação, logo pouca adesão ao jogo pelos adeptos.

O campeonato começa e, para espanto geral, não somos os super favoritos. Só um tontinho imaginava que FC Porto e SL Benfica não estavam a investir ainda mais que nós. E ELES escondem-se ou envenenam-se:

– já não reparo no Miguel Afonso nos jogos;
– Frederico Varandas nem se fala;
– Reis e Manaças estão donos. 

Nisto, claro, poucos se lembram como é formada a equipa desejando uma Holt, Ellen, Alves, Gabi ou Malinverno. Alguém que entenda de voleibol sabe que, por exemplo, o valor de mercado de jogadora destas ronda pelo menos 50k/ano. Eu intuo que não temos nenhuma jogadora no plantel a ganhar METADE desse valor. Para dificultar, estamos num momento anímico baixo por causa das derrotas e também num momento físico baixo. A Thuany (ex. FC Porto e internacional sub 21 do Brasil) está lesionada desde Setembro; A Daniela está lesionada há algumas semanas; a Jady idem. Há quem diga que isto não devia condicionar, eu penso o contrário. Seria, para mim, muito estranho que uma equipa que tem a melhor jogadora do campeonato, capitã e motivadora principal de fora e nada se note. Eu não acho possível. E sim, é preciso dizer porque isto é uma realidade. 

Ainda assim a equipa tem de dar mais. A Aline está irreconhecível, a Lauren não ganha consistência e a Liza parece desmotivar-se com facilidade. Nisto tudo pede-se, depois, a cabeça do treinador tal como se faz no futebol. Em 2 meses esquecemo-nos de onde viemos, deixando os ingratos fazer barulho. Eu não! Defendo um Rui Costa como um de nós, sportinguista e competente, que tem feito o grandíssimo trabalho à frente do voleibol feminino. Defendendo SEMPRE as mulheres, o voleibol feminino e o Sporting CP. Parece, no entanto, o único a travar uma luta feroz contra um sistema federativo que não gosta do Sporting CP e outros mais. Querem uma imagem para caricaturante da gestão do voleibol no clube? Vejam a diferença de posturas do team manager atrás do campo. Normalmente em pé, concentrado, sério, envolvido no jogo e vibrante quando assim está o jogo. Bem perto está (às vezes) o diretor Afonso Seixas, normalmente, sentado e constantemente a mexer no telemóvel, desconcentrado. É tantas vezes apanhado ao telemóvel que eu até já pensei que ele fosse o estatístico da equipa. 

Termino dizendo que ando sem tempo para dizer tudo o que vejo. Se calhar também não interessa. Um mundo leonino estranho onde a incompetência prolifera e vence por cansaço quem gosta tanto disto. ELES não querem saber dos adeptos senão, por exemplo:

– já tinham colocado linhas visíveis no campo de voleibol;
– não tinham convidado (espero que situação úncia) alguém menos vibrante pelo rival a comentar um jogo nosso, mas vale tudo e a Solange deixa e o Manaças também.

O meu sonho para o meu Sporting CP não muda porque, infelizmente para mim, o Sporting CP não é o meu part time. Até o meu filhote de 4 anos já sabe quem é a Bruzza, a Dani ou a Moara. “Vamos Moara”, dizia ele em Matosinhos contra o Leixões SC. Em desabafo digo que, se as jogadoras quiserem mesmo, ganhamos. Isto não é um clamor de vontades, é um grito de superação, heroísmo ou confiança! Quem quer, não se caga toda a ir servir, nem tem medo de falhar. Faz, mexe, impulsiona e irrita-se até partir porque vergar ou conformar-se NUNCA. Se não quiserem e desistirem também é ok, só perdemos nós, os adeptos e, por cultura, renovamo-nos crentes todos os anos numa incoerência racional visceral.

O elefante está no meio da sala e ninguém percebe bem como é que ele foi lá parar. Escrevo isto, hoje, quinta-feira, antes de levarmos 1-3 da equipa sérvia nas competições europeias. Ganhamos o primeiro set como exemplo máximo de todo o nosso potencial para a época 2023/2024.

Sporting Sempre!

 

*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.