As contas semestrais da Sporting SAD da última época trouxeram dois registos máximos recorde que tiveram forte impacto na situação financeira da sociedade. Por um lado, os seis meses iniciais de 2022/23 fecharam com lucro de 47,5 milhões de euros; por outro, os leões registaram o maior volume de sempre de negócios em períodos homólogos. No entanto, e então ou mais importante, foi nesse comunicado enviado à CMVM que estava um dos pontos fundamentais no projeto verde e branco: pela primeira vez desde 2016/17, os capitais próprios passaram para terreno positivo, neste caso para 31,2 milhões. Agora, chegou a “consolidação”.

“A Sporting SAD registou no primeiro semestre de 2023/24 o seu melhor Resultado Líquido e de Volume de Negócios semestrais de sempre,atingindo os 58,3 milhões e 178,1 milhões de euros, respetivamente. A consolidação da Visão Estratégica prossegue assim a bom ritmo, vendo a SAD reforçados os seus Capitais Próprios, já positivos desde o ano passado, atingindo o valor de 67,2 milhões de euros”, destaca o comunicado enviado na tarde desta quarta-feira pela sociedade verde e branca à CMVM. Para isso, a maior diferença esteve no aumento do total do ativo, que passou de 317,916 para 398,571 milhões de euros (mais 80,7 milhões), e não tanto no passivo, que subiu de 309,016 para 331,412 milhões (mais 22,4 milhões).

Entre os principais destaques que acompanham o Relatório e Contas semestral, a Sporting SAD detalha que “os 178,1 milhões de Volume de Negócios é alavancado pela boa performance operacional e rendimentos de transações de jogadores, mesmo num ano sem receitas da Liga dos Campeões”, à luz de um rendimento de transações de jogadores de 122,8 milhões de euros onde entram as alienações de passes de jogadores como Pedro Porro (que tinha saído em janeiro de 2023), Manuel Ugarte, Tiago Tomás (8,8 milhões fixos mais 1,5 milhões de variáveis e 15% de uma futura mais valia) e Chermiti (12,5 milhões de euros mais 2,5 milhões de variáveis com 12,5% de uma futura mais valia). Renato Veiga, que estava emprestado, também foi vendido a título definitivo ao Basileia por 4,6 milhões de euros mais 10% de uma futura mais valia.

Em paralelo, e fruto dos investimentos que foram sendo feitas, o valor do plantel atingiu os 120,1 milhões de euros, “um dos maiores investimentos de sempre, consequência das compras efetuadas no final da época de 2022/23 e do mercado de transferências de 2023/24″. Aqui entroncam as três contratações feitas no verão para o plantel de Rúben Amorim: Viktor Gyökeres, que custou 20 milhões fixos mais quatro de variáveis por objetivos que em parte já foram atingidos pelo início fulgurante do sueco em Alvalade, Morten Hjulmand (18 milhões mais três por objetivos) e Iván Fresneda (nove milhões fixos mais dois variáveis).

Por fim, e ainda nos principais destaques feitos pelo Relatório, os leões abordam o aumento do capital social na SAD do clube e também os rendimentos via merchardising. “Reestruturação da dívida com a Sagasta através da realização de nova operação de titularização, o Lion Finance 2, e extinção da dívida originalmente pertencente ao Novo Banco e a aquisição dos VMOC por parte do Sporting Clube de Portugal que, com a conversão em ações, passará a ter uma participação, direta e indireta, de 83,895% para 87,994%, consolidando assim a maioria do capital da Sporting SAD”, salienta. “No negócio de merchandising, houve um volume de negócios de 9,2 milhões de euros, quase o dobro do período homólogo, e, em apenas seis meses, um valor idêntico aos 12 meses da época 2022/23″, acrescenta ainda o Relatório enviado à CMVM.

No lado mais preto do que verde e branco do relatório, nota para a dívida a fornecedores, que aumentou 38M no semestre, cifrando-se agora em 147M.