Depois do 1-3 alcançado na Suíça, o Sporting confirmou a passagem aos oitavos da Liga Europa desperdiçando uma goleada, jogando várias rotações abaixo do normal e gerindo o plantel num mês altamente carregado de jogos

 

“Tivemos alguma sorte, o Sporting desperdiçou muitas oportunidades, falhou um penalti, mas pela forma como entrámos na segunda parte, acho que acabámos por merecer este empate. O esforço foi recompensado, mas a qualificação do Sporting foi perfeitamente merecida”.

As palavras são do treinador do Young Boys, Rapha Wicky, e, exceptuando a parte do homem achar que mereceu o empate quando podia ter voltado para casa com três ou quatro toblerones na mochila, acaba por resumir o que se passou.

Com o 1-3 trazido de Berna, e num mês em que se joga de três em três dias, Amorim abriu a partida com cinco mexidas no onze: Diomande rendeu Coates, Esgaio e Reis renderam Geny e Santos, Bragança rendeu Morita, Edwards rendeu Pote. Nada que mudasse os bons automatismos, como a capacidade de, mesmo em ritmo mais baixo, atrair os jogadores suíços para a rotação de bola perto da nossa área, convidando o YB a esticar-se no terreno, para que os nossos centrais pudessem depois lançar Trincão, Edwards e Gyokeres.

Curiosamente, depois de várias investidas pelas alas, seria pelo meio que o Sporting chegaria ao golo, quando uma combinação com Edwards permitiu a Gyokeres investir directo aos centrais, qual touro enraivecido, desviando dos oponentes e disparando uma bomba para o fundo das redes! Aos 13′, o sueco apontava o 29º golo da época e praticamente sentenciava a eliminatória.

Depois, e até ao golo do empate dos amarelos, a cinco minutos do final, de penálti, o Sporting desperdiçou acrescentar mais uma goleada às várias que já coleccionou esta época.

Bragança quase marcou um golaço, depois de recuperar uma bola a meio campo, arrancar, tabelar com Gyokeres e rematar com violência. Logo a seguir, mesmo em cima do intervalo, Edwards falhou de forma inacreditável após uma arrancada e assistência da besta escandinava.

Ao intervalo, Amorim poupava Gonçalo Inácio, colocando Reis como central à esquerda e lançando Nuno Santos. Dez minutos depois, Trincão era derrubado na área e Gyokeres falhava o penálti. Edwards ensaiava uma daquelas jogadas em que finta tudo e todos, e cruzava para Bragança desperdiçar na cara do redes, que nem sabe como a defendeu. Pote e Koba já estavam em campo, dando descanso a Trincão e a Hjulmand, e Gyokeres desperdiçava mais uma oportunidade, até que, do nada, o YB teve uma grande penalidade a seu favor. 1-1, resultado que não se alteraria pese mais uma excelente oportunidade para os Leões, com Bragança a falhar o alvo.

Quebrou-se o ciclo de vitórias,  mas o mais importante estava feito: o Sporting confirmou a passagem aos oitavos da Liga Europa, não forçou, não teve jogadores a ver cartões, geriu o desgaste de alguns atletas, deu minutos a outros, e até deu para Fresneda regressar, depois de vários meses afastado por lesão.

Num ciclo de jogos infernal, com o entretanto anunciado regresso a Itália para saldar contas, tudo isto vale mais do que os milhares de euros que se perderam com o empate. Foi como se tivéssemos feito uma pausa, sem beliscar objectivos. Agora, como cantariam os escoceses Biffy Clyro, pause it and turn it up, ou, se preferirem, é rebobinar e continuar a ganhar!