Reparem.
Em vesperas de um jogo decisivo pró Sporting, e Gyokeres quase que não vai poder jogar certamente, à partida, advinhasse que Paulinho será titular e quiçá também Esgaio, pois hoje, noticia-se que os dois irão sair do Sporting.
Será para não renderem contra o Portimonense?
Pois é
Calma.
Não estou interessado em discutir saídas.
Para mim, todos os nossos jogadores que se concentrem no jogo com o Portimonense .
Equipa, concentrada ok ?
Deixem as notícias, há gente ainda com esperanças de entregar o caneco aos rivais.
Na altura em que é, esta notícia da possível saída do Paulinho e do Esgaio, é muitíssimo pior do que a viagem do treinador a Londres.
Por causa da impossibilidade de Gyokeres jogar.
Porque são jogadores que podem ir jogar de início contra o Portimonense, e qual irá ser a motivação deles ? Arriscarao em lances divididos ? lutarao com ambição?
Espero bem que sim.
Tudo isto, é contra as certezas que possamos ter na conquista do título e da taça.
Oxalá tudo corra bem.
Não sabia que Gustavo Sa só tem 19 anos.
Assim, o quadro muda de figura.
Pensava que tivesse vinte e alguns anos.
Com 19 anos, é diferente.
Merece atenção cuidada, obviamente.
Deixo aqui um texto delicioso de André Pipa relativo à entrevista que deu a Malcolm Allison e 1998. 🙂
«MANUEL FERNANDES POR ‘BIG MAL’ ALLISON
Há muitos anos (outubro 1998) o jornal Record enviou-me a Inglaterra com o fotógrafo José Lorvão para entrevistarmos o treinador inglês Malcolm Allison. Ao tempo, ele era o último treinador campeão pelo Sporting (1982), à frente de uma equipa memorável onde brilhava um tridente muito especial (Jordão-Oliveira-Manuel Fernandes). Nessa entrevista, Allison (que morreu em outubro de 2010) contou uma série histórias deliciosas sobre a relação com os três craques e os atritos com o presidente João Rocha. Deixo-vos os excertos dessa conversa relativos a Manuel Fernandes com um abraço muito especial ao grande capitão sportinguista.
Força Manel, aguenta-te!
(…)
– Disse que os jogadores do Sporting gostaram de si (quando chegou a Lisboa). Lembra-se bem da equipa?
Malcolm Allison – Oh, se lembro. Que conjunto estupendo. Tinhamos três superestrelas, que eram o Jordão, o Oliveira e o Manuel Fernandes… tinhamos jogadores de grande classe como o Meszaros, o Eurico, o Inácio e o Carlos Xavier… tinhamos jogadores de combate como o Virgilio, o Ademar, o Barão, o Marinho e o Nogueira… e tinhamos uma série de jovens com vontade de aprender. Lembro-me bem do Mário Jorge e do Freire. Enfim, um grupo estupendo, óptimo mesmo. No campo eram grandes profissionais e tornavam as coisas fáceis. Tive muito cedo a noção de que podíamos fazer uma grande época e fiquei com a certeza de que éramos a equipa a abater ainda na pré-temporada, quando ganhámos um torneio em que também entrava o Benfica. No final do jogo, que ganhámos – acho que ganhámos -, o treinador do Benfica [o húngaro Lajos Baroti] veio ter comigo e disse-me assim muito baixinho, para ninguém o ouvir – ‘Malcolm, Malcolm, que bela equipa tens aí.. que preocupação para nós, meu Deus, que preocupação’. Isto era o treinador do Benfica a falar. De facto o Sporting tinha o essencial – boa matéria prima. O resto era comigo. É claro que mudei coisas que não me pareciam correctas.
– Dê um exemplo.
Malcolm Allison – A alimentação. Com o consentimento do médico [Manuel Pinto Coelho], tratei logo de alterar a alimentação dos jogadores, que era inadequada para uma equipa de alta-competição. Bastante pesada.
– Mais exemplos.
Malcolm Allison – A disciplina e a atitude perante o jogo. Habia dois jogadores muito, muito bons com quem tive logo de pôr as cartas na mesa. Para evitar complicações. Um era o Jordão. O outro era Oliveira (Allison diz ‘Oliviera’), que tinha sido contratado há pouco tempo pelo presidente Rocha. Duas superestrelas, dois grandes egos. Nenhum deles estava habituado a ouvir reparos e não demorei a perceber que no Sporting ninguém tinha coragem de lhes chamar a atenção para o que quer que fosse. Eram intocáveis. Quer dizer, consideravam-se intocáveis. Mas comigo não havia intocáveis. Para além disso, o Jordão e o Oliveira mal se falavam. Talvez por rivalidade, talvez por ciúme, mas a verdade é que mal se falavam. A corrente não passava ali. No Sporting havia quem achasse isso um problema gravíssimo, dado que eram ambos muito bons jogadores e muito influentes na equipa. O presidente Rocha sofria imenso porque gostava imenso dos dois e não queria tomar partido. A mim [essa rivalidade] foi coisa que nunca me preocupou. Palavra de honra.
– Porquê?
Malcolm Allison – Porque Jordão e Oliveira eram inteligentes. Eles sabiam que podiam fazer a vida negra um ao outro, que podiam discutir, por aí fora. Mas também sabiam que não podiam discutir comigo. Que não podiam vencer-me.
– Disse que pôs as cartas na mesa. Como?
Malcolm Allison – Agi. O Jordão, por exemplo. Futebolisticamente era uma ‘fera’. Mas não estava acostumado à disciplina. Não estava acostumado a que um treinador lhe dissesse, cara a cara ou à frente dos outros, que não trabalhava o suficiente nos treinos. Mas eu disse-lhe. Um belo dia [nos treinos] o Jordão conseguiu irritar-me ao ponto de ter de o chamar e dizer-lhe: ‘Jordão, tens de trabalhar o dobro para não te tirar imediatamente da equipa’. Ele olhou para mim com um ar estranho e encolheu os ombros. No jogo seguinte ficou os noventa minutos no banco [risos]. Havia de ver a cara dele. Bom. Quinze dias depois pu-lo outra vez na equipa. O homem parecia uma fera. Em vinte minutos fez dois golos – o segundo deles soberbo! – e veja bem o que ele fez. Com o estádio todo de pé a aplaudi-lo, o Jordão correu para o banco, fixou-me e pôs-se a dizer: ‘ Então?, está bem assim?… está bem assim?… [eleva a voz] ESTÁ BEM ASSIM ?!?’. Eu, com toda a calma do mundo, virei a cara e disse para o ar: ‘hmmm, não está mal [not bad]’. Era uma figura, o Jordão. Acho que soube lidar com ele. Fiquei orgulhoso quando ele se retirou e disse: ‘Allison foi o melhor treinador com quem trabalhei’.
– Quanto a António Oliveira …?
Malcolm Allison – Oliveira era diferente do Jordão. Tinha um grande ego e era muito mais expansivo. Como jogador era fabuloso, está fora de questão, embora por vezes facilitasse nos treinos, como o Jordão. Oliveira era uma estrela, mas o problema [risos] é que precisava constantemente de ouvir isso. Ele adorava que lhe dissessem que era o maior, que o Sporting com ele era uma coisa e sem ele, outra. Era um jogador que precisava de elogios, de se sentir apaparicado. Como lidei com ele? [risos] Confesso que até achava alguma piada às coisas que ele dizia: ‘eu fiz isto, eu consegui aquilo, comigo o Sporting há de ganhar isto ou aquilo’… a ‘big mouth’. No fundo, ele repetia o que ouvia da boca do presidente. João Rocha tinha grande fé no Oliveira, elogiava-o muito. No dia em que ganhámos o campeonato, no Estoril [vitória por 3-0], houve uma festa brutal no balneário.
Lembro-me perfeitamento do Oliveira eufórico agarrar-me no braço e dizer: ‘está a ver mister? Foi chegar, ver e vencer!’. Ao principio pensei que ele me elogiava por ter ganho o campeonato logo na época de estreia. Depois percebi que Oliveira falava dele próprio – ele é que tinha chegado, ele é que tinha visto, ele é que tinha vencido. Aquele homem tinha uma necessidade imensa de afirmação. «Oliveira, és o maior» era a frase que ele gostava mais de ouvir.
Pergunta – E o senhor, também a disse?
Malcolm Allison – [gargalhada] Claro! Era a melhor maneira de o levar. O importante é saber lidar com as pessoas e perceber que não há duas iguais. Oliveira, és o maior, mas quero que faças isto e aquilo. E ele fazia. Oliveira, és uma estrela mas não quero que tornes a fazer isto e aquilo. E ele não fazia. Até porque era inteligente.
Pergunta – Recordemos agora a outra superestrela, Manuel Fernandes. Como se encaixava ele na guerra Jordão-Oliveira?
Malcolm Allison – Manuel Fernandes era um profissional exemplar e outro grande jogador. Nunca tive problemas com ele. Hoje, à distância, admito que fui injusto [com ele] em algumas situações. No afã de manter a relação Jordão-Oliveira equilibrada, até porque o Manuel Fernandes era muito próximo do Jordão – eles faziam parelha há tanto tempo – talvez não tenha na altura elogiado e destacado o Manuel Fernandes como ele merecia. Este homem tinha talento, fazia a diferença e marcava golos com tremenda regularidade, Raramente falhava. Adorava o clube, vivia para o Sporting. Cinco anos mais tarde, quando nos reencontrámos em Setúbal [Malcolm Allison também treinou o Vitória], ele encheu-se de coragem e disse-me que eu o tinha magoado numa ou noutra ocasião. Fiz-lhe justiça e disse-lhe o que acabei de lhe dizer. O mais engraçado é que foi o Manuel Fernandes quem me substituiu quando o presidente do Vitória [Fernando Oliveira] me despediu em maio de 1988. Mais engraçado ainda, o presidente Oliveira despediu-me por causa dele, Manuel Fernandes.
Pergunta – Recorde-nos esse episódio.
Malcolm Allison – O presidente Oliveira tinha a mania de se meter em assuntos que não lhe diziam respeito. Gostava de sugerir o onze, de dar opiniões sobre este ou aquele jogador. Ora eu nunca tolerei isso, por razões óbvias. O presidente gostava muito do Manuel Fernandes – tambéu eu! – mas a verdade é que ele estava cansado, em final de carreira. Tinha 36 anos, julgo eu. Na segunda volta do campeonato comecei a deixar o Manuel Fernandes no banco e a dar oportunidades a outros mais novos. O presidente não gostou e disse-me várias vezes que o Manuel Fernandes tinha de jogar. Eu não prestava a minima importância à opinião dele e isso irritava-o profundamente. Até que um dia fui rude. Disse-lhe para parar com os recados porque quem decidia se o Manuel Fernandes jogava ou não era eu e não ele. O senhor é o presidente e manda no clube. Eu sou o treinador e mando na equipa. Foi o meu enterro. Dias depois fizemos um mau resultado no Bonfim e o público assobiou-nos no final do jogo. No dia seguinte o presidente chamou-me e disse-me que tinha de me dispensar porque não podia ignorar a vontade dos sócios. Horas depois nomeou Manuel Fernandes como treinador [sorriso]. É a vida.
(…)
Malcolm Allison – [não quero falar mais de João Rocha e Fernando Oliveira]. Vamos lembrar aquela época gloriosa, todo aquele ambiente maravilhoso que rodeava o clube. Coisas assim. Lembrar histórias. Como aquela do Carlos Xavier.
– Conte lá.
Malcolm Allison – Quando cheguei ao Sporting mudei a posição do Xavier. Ele jogava a central e às vezes como médio. Eu pu-lo a defesa direito. Resultou. Na recta final do campeonato faltou-nos um bocadinho de gás. Havia um problema com os centrais, perdemos com o Boavista e perdemos como Portimonense. Mas nada de grave, tínhamos um bom avanço. O presidente Rocha andava preocupado com a defesa e um dia disse-me que se eu não queria perder o campeonato tinha de deslocar o Carlos Xavier para o centro da defesa. Para segurar as coisas. Eu respondi-lhe que íamos ganhar o campeonato exactamente como o tínhamos começado, com o Xavier a defesa direito. E ganhámos. Foi a única vez que o presidente se tentou meter no meu trabalho. Sem sucesso. Talvez o presidente estivesse habituado a que os treinadores tivessem em conta as suas opiniões – e ele dava-as de boa fé, não duvido disso. Comigo não era assim. Havia uma barreira que mr. Rocha, mesmo que quisesse, não conseguia ultrapassar. E ele não gostava nada disso.
(…)
– Continuando. O senhor acabou despedido [depois de ganhar Campeonato e Taça]. Lembra-se da reacção dos jogadores?
Malcolm Allison – Foram extremamente amigáveis. Sinceramente, acho que não estavam à espera daquilo. Normalmente não se despede um treinador que ganha o campeonato e a taça.
– Horas depois, o presidente João Rocha anunciou que António Oliveira era o novo treinador, aliás, jogador-treinador. O que pensou?
Malcolm Allison – Pensei que o presidente era completamente estúpido.
– Falou do ambiente maravilhoso que rodeava o Sporting. Quer lembrar algum episódio que o tenha marcado?
Malcolm Allison – Como treinador foi um dos melhores anos da minha vida. O estádio de Alvalade quase sempre cheio, os adeptos frenéticos, aquela gritaria toda. Era um ambiente fantástico. Acho que mesmo os próprios adeptos do Benfica e do Porto gostavam de ver o Sporting jogar. Não havia dia que não recebesse gentilezas na rua. Os polícias de trânsito eram magníficos – nunca me passavam multas e houve alturas em que podiam ter passado. De um modo geral as pessoas com quem me cruzava em Lisboa tinham sempre uma palavra simpática para o velho ‘Mal’. Lisboa era uma cidade maravilhosa. Quente, amigável, acolhedora. Ainda é. Quando visitei a Expo’98 houve muitas pessoas que me reconheceram.
– Mais algum episódio marcante?
Malcolm Allison – Talvez aquele barco de guerra inglês que atracou em Lisboa a caminho das Falkland [Malvinas]. Ficou lá só um dia, mas os marinheiros fizeram questão de ir a Alvalade cumprimentar-me. Que emoção. E quando ganhámos em Southampton [4-2, para a Taça Uefa, a primeira vitória de sempre de uma equipa portuguesa em Inglaterra] os meus [cinco] filhos, que estavam em Inglaterra, foram todos ver o jogo ao [estádio] the Dell. Foi uma bronca. Cinco ingleses de gema vestidos à Sporting dos pés à cabeça, a puxarem pelos leões na bancada vip. Cada golo que marcávamos era uma festa para eles. E as pessoas olhavam para os miúdos muito irritadas, sem perceberem o motivo.
– Lembra-se da final da Taça no Jamor [Sporting, 4-Braga-0]? Quinito, treinador do Braga, apareceu de smoking…
Malcolm Allison – Sim, sim, esse homem era encantador. Educadissimo. Onde é que ele está agora? Ensina miúdos, que curioso. Lembro-me do jogo e do estádio, todo verde. Ganhámos por 4-0, um show completo. Aquela equipa era uma orquestra [mostramos a Allison a primeira página do Record alusiva à dobradinha e ele sorri]. Olha, cá estou eu com o meu charuto… e o laço do Quinito, que engraçado… sabe a maldade que eu fiz ao Manuel Fernandes nesse jogo?…
– Não. Conte lá.
Malcolm Allison – Faltavam dez minutos para o final. Manuel Fernandes [n.º 9] era o capitão. Tinha marcado um grande golo e estava louco para receber a taça. Então, eu substitui o Ademar, que era o número 6, por outro jogador – não me lembro quem. Mas disse ao homem da tabuleta para a virar ao contrário de forma a que aparecesse o número 9. O Manuel Fernandes viu aquilo e ficou aterrado – ‘Não mister, por favor, não me pode tirar !’ disse ele todo aflito. O que nós nos rimos no banco. Era tudo brincadeira. Grandes tempos’.
Abraço enorme, querido ‘Manel’»
Estive no Estoril, nesse 3-0… e ainda tenho fotos do jogo…
Até me arrepio de me lembrar disso.
Grande equipa, muito bom treinador… Incrível vitória contra o Southampton, onde jogava o craque da altura que era o Keegan. Que jogão que fizemos! Uma das maiores noites europeias de que me lembro!
O primeiro jogo que vi ao vivo, aos 7 anos foi o último jogo da época em Alvalade, contra o Rio Ave, em que se fez a festa do título. Fui com o meu tio que durante muitos anos foi quem me levou aos jogos. O meu pai, que tb era sportinguista, não gostava tanto de ir ao estádio, apesar de ter visto um jogo ou dois com ele também.
Excelente texto
O Malcolm Allison tinha muitas qualidades
Geria a equipa realçando os pontos positivos de cada pessoa / jogador relegando para segundo plano os aspectos menos bons de cada pessoa. Mesquinhez não combinava consigo
Não era parvo e notava as coisas, mas tb sabia que lutar de frente contra os egos pode gerar uma inflamação fatal.
Depois fizeram lhe a folha com a questão do álcool e creio que tb meteu mulheres.
No ano seguinte a ser campeão tudo se desmoronou.
(Idem Inácio. Idem ano do Schmeichel….)
Após os cinco violinos….
Oliveira, Jordão e Manuel Fernandes.
João pinto e Jardel
Gyokeres e Pote.
As melhores linha atacantes de sempre do Sporting.
O mal já vem de antes… em 65/66, a dupla campeã (Otto Glória/Juca). Em 73/74, despediu (JR) o Mário Lino um dia antes da final da taça. Em 80, pôs o Rodrigues Dias a andar antes do final do campeonato. Em 82, despediu o Allison… já depois do JR despediram o Inácio depois de ser campeão (80) e, pior de tudo, a JuveLeo impediu o recrutamento do Mourinho… de qualquer modo, não daria nada, porque em Alvalade nunca o deixariam montar a equipa à vontade dele. E o pior erro de todos, talvez, o SCintra despediu o Robson quando seguia à frente do campeonato…para pôr o Queirós…
Obrigado Jaime Grilo, por esta recordação.
Até me arrepio só de estar a ler, orgulho imenso, lembro-me perfeitamente desse tempo, estas recordações são tão boas para a nossa felicidade.
Eu acho, que esta entrevista por exemplo, poderia e deveria estar no nosso museu por exemplo ao lado da taça do campeonato e da taça conquistada, era como um complemento aquela glória daquele ano, era como um entrar no balneário dessa época. Ficava lá muito bem, e ser lida por pessoas mais novas hoje, e saberem dos acontecimentos e do que fez parte da construção desse campeonato. Era giro, digo eu.
Obrigado Jaime Grilo por a trazer aqui.
Testemunho aqui pelo grande Big Mal, quando diz, “…. talvez não tenha na altura elogiado e destacado o Manuel Fernandes como ele merecia. Este homem tinha talento, fazia a diferença e marcava golos com tremenda regularidade, Raramente falhava. Adorava o clube, vivia para o Sporting….” .
Sabemos isso perfeitamente, o Manel nunca falhava nem nunca falhou, especialmente no amor ao clube, o Sporting era a vida dele.
Obrigado Manel
E se o Manel estiver em condições fisícas, e que tal, levar o Manel a Alvalade para estar também lá no centro do terreno ?
Acho que o Manel, renascia outra vez.
Além do título eu ficava também feliz por isso.
Ver a nossa família contente no estádio e imortalizar um dos nossos.
Era tremendo.
É nestas coisas, que eu acho, que aqueles desertores que cá nasceram, nunca aprenderão nem que vivam mil anos.
Ficar na história de um clube grande como o nosso, é só impagável.
Mas uma coisa é certa, lá bem dentro de cada um deles, ficará o sentimento de ingratidão e em muitos, remorsos.
Big Mac, que saudades….hoje o Cunha já vai ficar a perceber que o grande João Rocha também cometia erros, e alguns por ciúmes. O Big, era um senhor e por isso nem uma menção ao estágio na Bulgária que desencadeou tudo. A história da substituição invertendo a placa diz tudo.
As coisas mudaram. Hoje vamos ganhar a taça da Liga em futebol feminino e vamos ganhar o quarto jogo do playoff da final do Voleibol ao Benfica. Vamos ganhar os 2 derbys
Data que nunca me vou esquecer, infelizmente!!! neste exacto momento tinha acabado de chegar a Nice ( França ) para começar aventura ( imigrante ) que dura até hoje….
Viva o Sporting clube de Portugal, o nosso grande Amor
Um dos grandes responsáveis pela excelente época do Leicester que ganhou a 2 liga inglesa, chama-se Fatawu, emprestado pelo Sporting imagine – se, com um lucro de 9M, sem ter tido dele qualquer retorno desportivo. Vamos ver por quanto o vende o Leicester e se não é mais de 40M ou 50M. Na minha opinião um crime lesa Sporting, um autêntico disparate este empréstimo com cláusula de compra.
Estou pior que revoltado.
Vi agora na SIC notícias uma declaração do PR de Portugal.
Segundo a notícia, o PR diz que Portugal rejeita o passado.
Só pergunto:
Por acaso, o PR saberá a história de Portugal? É que quando se fala em passado, engloba quase mil anos de história. E é preciso ir ao começo de como nasceram as colónias, com os descobrimentos do Infante D. Henrique.
Rejeitar o passado ?
Será o mesmo que rejeitar parte da nossa história ou a história toda.
Que orgulho nos meus antepassados e mais ainda da nossa história.
O Marcelo é um marreta – um imbecil sem qualificação positiva possível.
Isto que o gajo está a fazer, depois do que já fez com o caso das gémeas, é só trair Portugal e trair a população portuguesa!
Esta merda no século XIX dava direito a guilhotina…
30 Abril, 2024 at 19:51
Hoje vamos ser encostados pelos Alemões.
30 Abril, 2024 at 21:54
Espero que a partir de agora o Pota Faria nao comece a acertar !!!
Será melhor que tires uma ferias !!!
30 Abril, 2024 at 19:52
Movimento de adeptos leoninos apelam á direcção do SCP que abra o estádio Alvalade XXI no dia do jogo com o Estoril…
Hummm?!?
Palpita me que já sei a resposta…
30 Abril, 2024 at 20:27
Esta era uma excelente ideia sim senhor.
E se a coisa corresse bem, com a chegada da equipa vinda do Estoril.
Então ainda era melhor.
Se a coisa corresse bem, naturalmente.
30 Abril, 2024 at 22:13
Reparem.
Em vesperas de um jogo decisivo pró Sporting, e Gyokeres quase que não vai poder jogar certamente, à partida, advinhasse que Paulinho será titular e quiçá também Esgaio, pois hoje, noticia-se que os dois irão sair do Sporting.
Será para não renderem contra o Portimonense?
Pois é
Calma.
Não estou interessado em discutir saídas.
Para mim, todos os nossos jogadores que se concentrem no jogo com o Portimonense .
Equipa, concentrada ok ?
Deixem as notícias, há gente ainda com esperanças de entregar o caneco aos rivais.
30 Abril, 2024 at 22:57
Na altura em que é, esta notícia da possível saída do Paulinho e do Esgaio, é muitíssimo pior do que a viagem do treinador a Londres.
Por causa da impossibilidade de Gyokeres jogar.
Porque são jogadores que podem ir jogar de início contra o Portimonense, e qual irá ser a motivação deles ? Arriscarao em lances divididos ? lutarao com ambição?
Espero bem que sim.
Tudo isto, é contra as certezas que possamos ter na conquista do título e da taça.
Oxalá tudo corra bem.
1 Maio, 2024 at 14:04
Mas qual impossibilidade de Gyokeres jogar?
30 Abril, 2024 at 23:22
O Sporting está em saldos agora
https://www.ojogo.pt/1902425258/paulinho-e-esgaio-de-saida-do-sporting-avanca-a-tsf/
1 Maio, 2024 at 0:57
O 1 de Abril já foi, não foi?
1 Maio, 2024 at 10:45
A TSF por norma não planta notícias e em tudo o que faz é muito verdadeiro. É um órgão de informação credível
1 Maio, 2024 at 14:05
Se for verdade é sinal que o Amorim está mesmo de saída.
Como é que ele vai conseguir formar um plantel sem dois dos seus jogadores mais queridos?
30 Abril, 2024 at 23:29
Andebol out. É favor concentrarem-se no título. Amanhã há mais…
30 Abril, 2024 at 23:30
Sobre entradas, poderei falar.
Não sabia que Gustavo Sa só tem 19 anos.
Assim, o quadro muda de figura.
Pensava que tivesse vinte e alguns anos.
Com 19 anos, é diferente.
Merece atenção cuidada, obviamente.
30 Abril, 2024 at 23:46
Estou apreensivo, e não vou adiantar mais nada.
Mas temos obrigação de conseguir mais 4 pontos, que é o que nos falta.
Vamos apoiar aquela rapaziada, sem limites por favor.
Isto não vai estar fácil.
30 Abril, 2024 at 23:57
Até morrer Sporting allez!!! Que coisa linda…
Vamos acreditar rapaziada! Vamos para cima! Vamos lutar para sermos felizes! Merecemos mais do que todos!
30 Abril, 2024 at 23:57
Vitória com o Portimonense, para mim, significa ser campeão.
Faça o resultado que o rival fizer.
Matematicamente não é, mas, com vitória contra o Portimonense, será para mim, 99% campeão.
1 Maio, 2024 at 10:00
Bom dia, tasqueiros!
Deixo aqui um texto delicioso de André Pipa relativo à entrevista que deu a Malcolm Allison e 1998. 🙂
«MANUEL FERNANDES POR ‘BIG MAL’ ALLISON
Há muitos anos (outubro 1998) o jornal Record enviou-me a Inglaterra com o fotógrafo José Lorvão para entrevistarmos o treinador inglês Malcolm Allison. Ao tempo, ele era o último treinador campeão pelo Sporting (1982), à frente de uma equipa memorável onde brilhava um tridente muito especial (Jordão-Oliveira-Manuel Fernandes). Nessa entrevista, Allison (que morreu em outubro de 2010) contou uma série histórias deliciosas sobre a relação com os três craques e os atritos com o presidente João Rocha. Deixo-vos os excertos dessa conversa relativos a Manuel Fernandes com um abraço muito especial ao grande capitão sportinguista.
Força Manel, aguenta-te!
(…)
– Disse que os jogadores do Sporting gostaram de si (quando chegou a Lisboa). Lembra-se bem da equipa?
Malcolm Allison – Oh, se lembro. Que conjunto estupendo. Tinhamos três superestrelas, que eram o Jordão, o Oliveira e o Manuel Fernandes… tinhamos jogadores de grande classe como o Meszaros, o Eurico, o Inácio e o Carlos Xavier… tinhamos jogadores de combate como o Virgilio, o Ademar, o Barão, o Marinho e o Nogueira… e tinhamos uma série de jovens com vontade de aprender. Lembro-me bem do Mário Jorge e do Freire. Enfim, um grupo estupendo, óptimo mesmo. No campo eram grandes profissionais e tornavam as coisas fáceis. Tive muito cedo a noção de que podíamos fazer uma grande época e fiquei com a certeza de que éramos a equipa a abater ainda na pré-temporada, quando ganhámos um torneio em que também entrava o Benfica. No final do jogo, que ganhámos – acho que ganhámos -, o treinador do Benfica [o húngaro Lajos Baroti] veio ter comigo e disse-me assim muito baixinho, para ninguém o ouvir – ‘Malcolm, Malcolm, que bela equipa tens aí.. que preocupação para nós, meu Deus, que preocupação’. Isto era o treinador do Benfica a falar. De facto o Sporting tinha o essencial – boa matéria prima. O resto era comigo. É claro que mudei coisas que não me pareciam correctas.
– Dê um exemplo.
Malcolm Allison – A alimentação. Com o consentimento do médico [Manuel Pinto Coelho], tratei logo de alterar a alimentação dos jogadores, que era inadequada para uma equipa de alta-competição. Bastante pesada.
– Mais exemplos.
Malcolm Allison – A disciplina e a atitude perante o jogo. Habia dois jogadores muito, muito bons com quem tive logo de pôr as cartas na mesa. Para evitar complicações. Um era o Jordão. O outro era Oliveira (Allison diz ‘Oliviera’), que tinha sido contratado há pouco tempo pelo presidente Rocha. Duas superestrelas, dois grandes egos. Nenhum deles estava habituado a ouvir reparos e não demorei a perceber que no Sporting ninguém tinha coragem de lhes chamar a atenção para o que quer que fosse. Eram intocáveis. Quer dizer, consideravam-se intocáveis. Mas comigo não havia intocáveis. Para além disso, o Jordão e o Oliveira mal se falavam. Talvez por rivalidade, talvez por ciúme, mas a verdade é que mal se falavam. A corrente não passava ali. No Sporting havia quem achasse isso um problema gravíssimo, dado que eram ambos muito bons jogadores e muito influentes na equipa. O presidente Rocha sofria imenso porque gostava imenso dos dois e não queria tomar partido. A mim [essa rivalidade] foi coisa que nunca me preocupou. Palavra de honra.
– Porquê?
Malcolm Allison – Porque Jordão e Oliveira eram inteligentes. Eles sabiam que podiam fazer a vida negra um ao outro, que podiam discutir, por aí fora. Mas também sabiam que não podiam discutir comigo. Que não podiam vencer-me.
– Disse que pôs as cartas na mesa. Como?
Malcolm Allison – Agi. O Jordão, por exemplo. Futebolisticamente era uma ‘fera’. Mas não estava acostumado à disciplina. Não estava acostumado a que um treinador lhe dissesse, cara a cara ou à frente dos outros, que não trabalhava o suficiente nos treinos. Mas eu disse-lhe. Um belo dia [nos treinos] o Jordão conseguiu irritar-me ao ponto de ter de o chamar e dizer-lhe: ‘Jordão, tens de trabalhar o dobro para não te tirar imediatamente da equipa’. Ele olhou para mim com um ar estranho e encolheu os ombros. No jogo seguinte ficou os noventa minutos no banco [risos]. Havia de ver a cara dele. Bom. Quinze dias depois pu-lo outra vez na equipa. O homem parecia uma fera. Em vinte minutos fez dois golos – o segundo deles soberbo! – e veja bem o que ele fez. Com o estádio todo de pé a aplaudi-lo, o Jordão correu para o banco, fixou-me e pôs-se a dizer: ‘ Então?, está bem assim?… está bem assim?… [eleva a voz] ESTÁ BEM ASSIM ?!?’. Eu, com toda a calma do mundo, virei a cara e disse para o ar: ‘hmmm, não está mal [not bad]’. Era uma figura, o Jordão. Acho que soube lidar com ele. Fiquei orgulhoso quando ele se retirou e disse: ‘Allison foi o melhor treinador com quem trabalhei’.
– Quanto a António Oliveira …?
Malcolm Allison – Oliveira era diferente do Jordão. Tinha um grande ego e era muito mais expansivo. Como jogador era fabuloso, está fora de questão, embora por vezes facilitasse nos treinos, como o Jordão. Oliveira era uma estrela, mas o problema [risos] é que precisava constantemente de ouvir isso. Ele adorava que lhe dissessem que era o maior, que o Sporting com ele era uma coisa e sem ele, outra. Era um jogador que precisava de elogios, de se sentir apaparicado. Como lidei com ele? [risos] Confesso que até achava alguma piada às coisas que ele dizia: ‘eu fiz isto, eu consegui aquilo, comigo o Sporting há de ganhar isto ou aquilo’… a ‘big mouth’. No fundo, ele repetia o que ouvia da boca do presidente. João Rocha tinha grande fé no Oliveira, elogiava-o muito. No dia em que ganhámos o campeonato, no Estoril [vitória por 3-0], houve uma festa brutal no balneário.
Lembro-me perfeitamento do Oliveira eufórico agarrar-me no braço e dizer: ‘está a ver mister? Foi chegar, ver e vencer!’. Ao principio pensei que ele me elogiava por ter ganho o campeonato logo na época de estreia. Depois percebi que Oliveira falava dele próprio – ele é que tinha chegado, ele é que tinha visto, ele é que tinha vencido. Aquele homem tinha uma necessidade imensa de afirmação. «Oliveira, és o maior» era a frase que ele gostava mais de ouvir.
Pergunta – E o senhor, também a disse?
Malcolm Allison – [gargalhada] Claro! Era a melhor maneira de o levar. O importante é saber lidar com as pessoas e perceber que não há duas iguais. Oliveira, és o maior, mas quero que faças isto e aquilo. E ele fazia. Oliveira, és uma estrela mas não quero que tornes a fazer isto e aquilo. E ele não fazia. Até porque era inteligente.
Pergunta – Recordemos agora a outra superestrela, Manuel Fernandes. Como se encaixava ele na guerra Jordão-Oliveira?
Malcolm Allison – Manuel Fernandes era um profissional exemplar e outro grande jogador. Nunca tive problemas com ele. Hoje, à distância, admito que fui injusto [com ele] em algumas situações. No afã de manter a relação Jordão-Oliveira equilibrada, até porque o Manuel Fernandes era muito próximo do Jordão – eles faziam parelha há tanto tempo – talvez não tenha na altura elogiado e destacado o Manuel Fernandes como ele merecia. Este homem tinha talento, fazia a diferença e marcava golos com tremenda regularidade, Raramente falhava. Adorava o clube, vivia para o Sporting. Cinco anos mais tarde, quando nos reencontrámos em Setúbal [Malcolm Allison também treinou o Vitória], ele encheu-se de coragem e disse-me que eu o tinha magoado numa ou noutra ocasião. Fiz-lhe justiça e disse-lhe o que acabei de lhe dizer. O mais engraçado é que foi o Manuel Fernandes quem me substituiu quando o presidente do Vitória [Fernando Oliveira] me despediu em maio de 1988. Mais engraçado ainda, o presidente Oliveira despediu-me por causa dele, Manuel Fernandes.
Pergunta – Recorde-nos esse episódio.
Malcolm Allison – O presidente Oliveira tinha a mania de se meter em assuntos que não lhe diziam respeito. Gostava de sugerir o onze, de dar opiniões sobre este ou aquele jogador. Ora eu nunca tolerei isso, por razões óbvias. O presidente gostava muito do Manuel Fernandes – tambéu eu! – mas a verdade é que ele estava cansado, em final de carreira. Tinha 36 anos, julgo eu. Na segunda volta do campeonato comecei a deixar o Manuel Fernandes no banco e a dar oportunidades a outros mais novos. O presidente não gostou e disse-me várias vezes que o Manuel Fernandes tinha de jogar. Eu não prestava a minima importância à opinião dele e isso irritava-o profundamente. Até que um dia fui rude. Disse-lhe para parar com os recados porque quem decidia se o Manuel Fernandes jogava ou não era eu e não ele. O senhor é o presidente e manda no clube. Eu sou o treinador e mando na equipa. Foi o meu enterro. Dias depois fizemos um mau resultado no Bonfim e o público assobiou-nos no final do jogo. No dia seguinte o presidente chamou-me e disse-me que tinha de me dispensar porque não podia ignorar a vontade dos sócios. Horas depois nomeou Manuel Fernandes como treinador [sorriso]. É a vida.
(…)
Malcolm Allison – [não quero falar mais de João Rocha e Fernando Oliveira]. Vamos lembrar aquela época gloriosa, todo aquele ambiente maravilhoso que rodeava o clube. Coisas assim. Lembrar histórias. Como aquela do Carlos Xavier.
– Conte lá.
Malcolm Allison – Quando cheguei ao Sporting mudei a posição do Xavier. Ele jogava a central e às vezes como médio. Eu pu-lo a defesa direito. Resultou. Na recta final do campeonato faltou-nos um bocadinho de gás. Havia um problema com os centrais, perdemos com o Boavista e perdemos como Portimonense. Mas nada de grave, tínhamos um bom avanço. O presidente Rocha andava preocupado com a defesa e um dia disse-me que se eu não queria perder o campeonato tinha de deslocar o Carlos Xavier para o centro da defesa. Para segurar as coisas. Eu respondi-lhe que íamos ganhar o campeonato exactamente como o tínhamos começado, com o Xavier a defesa direito. E ganhámos. Foi a única vez que o presidente se tentou meter no meu trabalho. Sem sucesso. Talvez o presidente estivesse habituado a que os treinadores tivessem em conta as suas opiniões – e ele dava-as de boa fé, não duvido disso. Comigo não era assim. Havia uma barreira que mr. Rocha, mesmo que quisesse, não conseguia ultrapassar. E ele não gostava nada disso.
(…)
– Continuando. O senhor acabou despedido [depois de ganhar Campeonato e Taça]. Lembra-se da reacção dos jogadores?
Malcolm Allison – Foram extremamente amigáveis. Sinceramente, acho que não estavam à espera daquilo. Normalmente não se despede um treinador que ganha o campeonato e a taça.
– Horas depois, o presidente João Rocha anunciou que António Oliveira era o novo treinador, aliás, jogador-treinador. O que pensou?
Malcolm Allison – Pensei que o presidente era completamente estúpido.
– Falou do ambiente maravilhoso que rodeava o Sporting. Quer lembrar algum episódio que o tenha marcado?
Malcolm Allison – Como treinador foi um dos melhores anos da minha vida. O estádio de Alvalade quase sempre cheio, os adeptos frenéticos, aquela gritaria toda. Era um ambiente fantástico. Acho que mesmo os próprios adeptos do Benfica e do Porto gostavam de ver o Sporting jogar. Não havia dia que não recebesse gentilezas na rua. Os polícias de trânsito eram magníficos – nunca me passavam multas e houve alturas em que podiam ter passado. De um modo geral as pessoas com quem me cruzava em Lisboa tinham sempre uma palavra simpática para o velho ‘Mal’. Lisboa era uma cidade maravilhosa. Quente, amigável, acolhedora. Ainda é. Quando visitei a Expo’98 houve muitas pessoas que me reconheceram.
– Mais algum episódio marcante?
Malcolm Allison – Talvez aquele barco de guerra inglês que atracou em Lisboa a caminho das Falkland [Malvinas]. Ficou lá só um dia, mas os marinheiros fizeram questão de ir a Alvalade cumprimentar-me. Que emoção. E quando ganhámos em Southampton [4-2, para a Taça Uefa, a primeira vitória de sempre de uma equipa portuguesa em Inglaterra] os meus [cinco] filhos, que estavam em Inglaterra, foram todos ver o jogo ao [estádio] the Dell. Foi uma bronca. Cinco ingleses de gema vestidos à Sporting dos pés à cabeça, a puxarem pelos leões na bancada vip. Cada golo que marcávamos era uma festa para eles. E as pessoas olhavam para os miúdos muito irritadas, sem perceberem o motivo.
– Lembra-se da final da Taça no Jamor [Sporting, 4-Braga-0]? Quinito, treinador do Braga, apareceu de smoking…
Malcolm Allison – Sim, sim, esse homem era encantador. Educadissimo. Onde é que ele está agora? Ensina miúdos, que curioso. Lembro-me do jogo e do estádio, todo verde. Ganhámos por 4-0, um show completo. Aquela equipa era uma orquestra [mostramos a Allison a primeira página do Record alusiva à dobradinha e ele sorri]. Olha, cá estou eu com o meu charuto… e o laço do Quinito, que engraçado… sabe a maldade que eu fiz ao Manuel Fernandes nesse jogo?…
– Não. Conte lá.
Malcolm Allison – Faltavam dez minutos para o final. Manuel Fernandes [n.º 9] era o capitão. Tinha marcado um grande golo e estava louco para receber a taça. Então, eu substitui o Ademar, que era o número 6, por outro jogador – não me lembro quem. Mas disse ao homem da tabuleta para a virar ao contrário de forma a que aparecesse o número 9. O Manuel Fernandes viu aquilo e ficou aterrado – ‘Não mister, por favor, não me pode tirar !’ disse ele todo aflito. O que nós nos rimos no banco. Era tudo brincadeira. Grandes tempos’.
Abraço enorme, querido ‘Manel’»
1 Maio, 2024 at 11:05
🙂
Estive no Estoril, nesse 3-0… e ainda tenho fotos do jogo…
Até me arrepio de me lembrar disso.
Grande equipa, muito bom treinador… Incrível vitória contra o Southampton, onde jogava o craque da altura que era o Keegan. Que jogão que fizemos! Uma das maiores noites europeias de que me lembro!
Era uma grande equipa mesmo!
1 Maio, 2024 at 13:59
Oliveira a defesa esquerdo…..
1 Maio, 2024 at 14:16
O primeiro jogo que vi ao vivo, aos 7 anos foi o último jogo da época em Alvalade, contra o Rio Ave, em que se fez a festa do título. Fui com o meu tio que durante muitos anos foi quem me levou aos jogos. O meu pai, que tb era sportinguista, não gostava tanto de ir ao estádio, apesar de ter visto um jogo ou dois com ele também.
1 Maio, 2024 at 12:22
Excelente texto
O Malcolm Allison tinha muitas qualidades
Geria a equipa realçando os pontos positivos de cada pessoa / jogador relegando para segundo plano os aspectos menos bons de cada pessoa. Mesquinhez não combinava consigo
Não era parvo e notava as coisas, mas tb sabia que lutar de frente contra os egos pode gerar uma inflamação fatal.
Depois fizeram lhe a folha com a questão do álcool e creio que tb meteu mulheres.
No ano seguinte a ser campeão tudo se desmoronou.
(Idem Inácio. Idem ano do Schmeichel….)
Após os cinco violinos….
Oliveira, Jordão e Manuel Fernandes.
João pinto e Jardel
Gyokeres e Pote.
As melhores linha atacantes de sempre do Sporting.
1 Maio, 2024 at 12:26
Ah….
Falta tb aqui o Yazalde, que nunca vi jogar…..
Não sei com quem fazia dupla….
1 Maio, 2024 at 13:55
Jogava com o Marinho na direita, o Dinis na esquerda, por vezes o Chico Faria… 🙂
É o que me lembro!
1 Maio, 2024 at 14:01
Uns dos maiores erros históricos, cometido por um dos maiores presidentes da história do Sporting, no fim resume-se tudo ao ego.
RIP BIG MAC
1 Maio, 2024 at 15:14
O mal já vem de antes… em 65/66, a dupla campeã (Otto Glória/Juca). Em 73/74, despediu (JR) o Mário Lino um dia antes da final da taça. Em 80, pôs o Rodrigues Dias a andar antes do final do campeonato. Em 82, despediu o Allison… já depois do JR despediram o Inácio depois de ser campeão (80) e, pior de tudo, a JuveLeo impediu o recrutamento do Mourinho… de qualquer modo, não daria nada, porque em Alvalade nunca o deixariam montar a equipa à vontade dele. E o pior erro de todos, talvez, o SCintra despediu o Robson quando seguia à frente do campeonato…para pôr o Queirós…
Em suma, somos peritos em tiros nos pés…
1 Maio, 2024 at 17:28
Essa é que é essa…
1 Maio, 2024 at 12:33
Deus te abençoe Manel e te ponha bem
1 Maio, 2024 at 14:37
Obrigado Jaime Grilo, por esta recordação.
Até me arrepio só de estar a ler, orgulho imenso, lembro-me perfeitamente desse tempo, estas recordações são tão boas para a nossa felicidade.
Eu acho, que esta entrevista por exemplo, poderia e deveria estar no nosso museu por exemplo ao lado da taça do campeonato e da taça conquistada, era como um complemento aquela glória daquele ano, era como um entrar no balneário dessa época. Ficava lá muito bem, e ser lida por pessoas mais novas hoje, e saberem dos acontecimentos e do que fez parte da construção desse campeonato. Era giro, digo eu.
Obrigado Jaime Grilo por a trazer aqui.
1 Maio, 2024 at 14:44
Testemunho aqui pelo grande Big Mal, quando diz, “…. talvez não tenha na altura elogiado e destacado o Manuel Fernandes como ele merecia. Este homem tinha talento, fazia a diferença e marcava golos com tremenda regularidade, Raramente falhava. Adorava o clube, vivia para o Sporting….” .
Sabemos isso perfeitamente, o Manel nunca falhava nem nunca falhou, especialmente no amor ao clube, o Sporting era a vida dele.
Obrigado Manel
1 Maio, 2024 at 14:49
E se o Manel estiver em condições fisícas, e que tal, levar o Manel a Alvalade para estar também lá no centro do terreno ?
Acho que o Manel, renascia outra vez.
Além do título eu ficava também feliz por isso.
Ver a nossa família contente no estádio e imortalizar um dos nossos.
Era tremendo.
1 Maio, 2024 at 17:29
Ora essa. 🙂
1 Maio, 2024 at 14:59
Muito obrigado camarada.
1 Maio, 2024 at 15:11
É nestas coisas, que eu acho, que aqueles desertores que cá nasceram, nunca aprenderão nem que vivam mil anos.
Ficar na história de um clube grande como o nosso, é só impagável.
Mas uma coisa é certa, lá bem dentro de cada um deles, ficará o sentimento de ingratidão e em muitos, remorsos.
1 Maio, 2024 at 17:32
São de uma geração diferente…
Os valores que nos foram passados não o foram para estes biltres que cuspiram no prato onde comeram.
1 Maio, 2024 at 19:19
Grande abraço.
Pela felicidade que me deu ao ler.
Um verdadeiro abraço.
1 Maio, 2024 at 23:20
Ora aí está!!!
1 Maio, 2024 at 15:16
Boa malha, Jaime!
1 Maio, 2024 at 10:38
Big Mac, que saudades….hoje o Cunha já vai ficar a perceber que o grande João Rocha também cometia erros, e alguns por ciúmes. O Big, era um senhor e por isso nem uma menção ao estágio na Bulgária que desencadeou tudo. A história da substituição invertendo a placa diz tudo.
1 Maio, 2024 at 10:47
As coisas mudaram. Hoje vamos ganhar a taça da Liga em futebol feminino e vamos ganhar o quarto jogo do playoff da final do Voleibol ao Benfica. Vamos ganhar os 2 derbys
1 Maio, 2024 at 11:06
Tá tudo fodido, Chico!
Estragaste tudo! 🙁
1 Maio, 2024 at 11:31
Terás colocado mal as pilhas?
A Pota Faria deve estar exausta depois de tantas adivinhações ?
Oxalá acerte desta vez…
1 Maio, 2024 at 12:21
Já entraste em desespero…
1 Maio, 2024 at 14:47
Contra a minha absoluta certeza anterior, tenho que admitir que o Chico, se não se resguarda, entra em burnout…!
1 Maio, 2024 at 13:16
Até tenho receio de perguntar ao Chico o resultado do jogo com Portimonense.
Se já deu a previsão, não a li.
1 Maio, 2024 at 15:17
Boa tarde, Sportinguistas.
Isto está engraçado….
https://x.com/bancadadeleao/status/1785660423129165924
1 Maio, 2024 at 15:49
Faz hoje 30 anos, curva de Tamburello, depois chicane, vitimou o, que para mim foi o maior piloto de F1, que saudades xô Ayrton.
1 Maio, 2024 at 17:35
R.I.P. 🙁
Um dia antes falecia o também piloto Roland Ratzenberger, na qualificação.
1 Maio, 2024 at 16:40
Data que nunca me vou esquecer, infelizmente!!! neste exacto momento tinha acabado de chegar a Nice ( França ) para começar aventura ( imigrante ) que dura até hoje….
Viva o Sporting clube de Portugal, o nosso grande Amor
1 Maio, 2024 at 17:21
Um dos grandes responsáveis pela excelente época do Leicester que ganhou a 2 liga inglesa, chama-se Fatawu, emprestado pelo Sporting imagine – se, com um lucro de 9M, sem ter tido dele qualquer retorno desportivo. Vamos ver por quanto o vende o Leicester e se não é mais de 40M ou 50M. Na minha opinião um crime lesa Sporting, um autêntico disparate este empréstimo com cláusula de compra.
1 Maio, 2024 at 17:47
O disparate não é o empréstimo com cláusula de compra, é sim o valor da cláusula.
1 Maio, 2024 at 22:42
Eu acho que são 2 disparates, independentes um do outro.
Primeiro o emprestar o gajo.
Depois o valor da clausula.
1 Maio, 2024 at 17:48
Vai ser difícil, mas é possível.
Vamos lá meninas.
Força Sporting!
1 Maio, 2024 at 18:43
Estou pior que revoltado.
Vi agora na SIC notícias uma declaração do PR de Portugal.
Segundo a notícia, o PR diz que Portugal rejeita o passado.
Só pergunto:
Por acaso, o PR saberá a história de Portugal? É que quando se fala em passado, engloba quase mil anos de história. E é preciso ir ao começo de como nasceram as colónias, com os descobrimentos do Infante D. Henrique.
Rejeitar o passado ?
Será o mesmo que rejeitar parte da nossa história ou a história toda.
Que orgulho nos meus antepassados e mais ainda da nossa história.
1 Maio, 2024 at 23:22
Epa, sobre esse ‘filho dum fascista’, que se diz presidente da república portuguesa, eu já nem tenho palavras …
Só uma singela palavra para esse hipócrita … VERGONHA!
1 Maio, 2024 at 23:23
A esse papagaio mor do reino, aka marselfie, só lhe perguntava o seguinte …
Sabes o caminho ou é preciso que te mande?!?
1 Maio, 2024 at 23:29
O Marcelo é um marreta – um imbecil sem qualificação positiva possível.
Isto que o gajo está a fazer, depois do que já fez com o caso das gémeas, é só trair Portugal e trair a população portuguesa!
Esta merda no século XIX dava direito a guilhotina…