O Sporting perdeu a final da Taça de Portugal frente ao FCPorto, por 2-1, numa partida que chegou a parecer um tributo a Pinto da Costa, que se despediu da presidência dos azuis e brancos ao fim de quatro décadas de arbitragens viciadas

Há quem vá dizer que devíamos ter feito mais e melhor. Há quem vá apontar o dedo ao jovem guarda redes, Diogo Pinto. Há quem defenda que é complicado analisar as incidências de um jogo, onde acontecem demasiadas incidências a cheirar a apitadas dos anos 90. Eu estou neste terceiro grupo, não invalidando que perceba os restantes argumentos.

É verdade que não gostei que as nossas substituições, até ao penálti que deu o 2-1, fossem todas numa perspectiva de solidificar o processo defensivo e garantir mais posse de bola. Curiosamente, a primeira, assim que Juste é expulso, ainda antes dos 30 minutos, manteve Trincão em campo, fazendo sair Morita (não entendo o porquê da titularidade, quando vem em quebra há semanas, e quando Bragança fez o percurso contrário) para colocar Pote a jogar no miolo, com Hjulmand.

É verdade que o puto sentiu, e muito a responsabilidade de defender as nossas redes no Jamor, nunca sendo capaz de gerir a profundidade quando a defesa esteve mais subida, e acabando por cometer um penálti disparatado quando resolveu sair à maluca ao encontro de uma bola que nem ia directamente rumo à baliza.

Mas, desculpem, fará sentido falar de futebol jogado, numa partida onde acontecem coisas como
– Diogo Costa segura a bola já dentro da baliza, num um golo legal, que seria o 2-0, anulado por um suposto fora de jogo que eu ainda não percebi de quem foi?
– expulsão de St Juste num lance que, em meu entender, nem falta é (Galeno já vai em modo Taremi ainda antes do holandês chegar ao pé dele)
– expulsão perdoada a João Mário e a Alan Varela, com os segundos amarelos a ficarem no bolso, e com Sérgio Conceição a substituí-los assim que teve oportunidade?
– penálti não assinalado por mão na bola de Otávio, já no prolongamento

Cheirou, e muito, a anos 90, num jogo difícil de digerir, onde mesmo a jogarmos com 10 desde os 29 minutos, deixámos a nu a incapacidade do adversário para ser avassalador e criar grandes oportunidades de golo (diga uma, como diria o outro). Aliás, os dois golos do Porto, nascem de duas ofertas: a má recepção de Geny que isola Evanilson, e a saída estapafúrdia de Diogo, que resulta no penálti.

Perdeu-se uma oportunidade de ouro para fazer a dobradinha, mas parece que foi bonito porque Pinto da Costa se despediu em  lágrimas, num jogo onde Sérgio Conceição, já depois de ser expulso, chamou a equipa toda à bancada para lhes dar instruções. É o futebol que temos, por isso sabe tão bem quando ganhamos.