No futebol quando se começa a errar muitos passes, é sempre sinónimo de que a parte física está a quebrar.
Sempre foi assim.
A parte física está relacionada com o avontade em executar bem ou mal, e atinge também a parte mental em normalmente escolher as piores opções ou menos boas, como quiserem.

“É normal que haja mais fadiga [na parte final do jogo], o Real Madrid tem uma equipa de muita qualidade individual e coletiva. É uma equipa que joga uma liga profissional muito mais competitiva do que a nossa, e isso faz com que as jogadoras tenham outro ritmo. Por isso é normal que jogadoras que estavam muito bem acabem por ter mais dificuldades para tomar as melhores decisões. Mas deram tudo até ao final e a forma como termina o jogo é bastante injusta. Elas não o mereciam.”

Declarações da Mariana Cabral, que assume as dificuldades físicas.

É verdade que o Real joga noutra realidade, joga num contexto superior. É um facto.
Mas nós podíamos e devíamos jogar mais intenso, e mais rápido, e podíamos até diferenciar-nos por isso das outras equipas e ter mais competência e mais facilidade em ganhar os jogos.
Eu vejo os jogos praticamente todos, e o que vejo e quase todos é que uma parte do tempo se passa entre passes na defesa, entre passes à guarda redes, entre passes entre o meio campo e a defesa… Uns 30% do jogo é isto, com as jogadoras com pouco movimento, muito passe sem evolução, muito passar de tempo em trocas de bola estéreis… E depois, quando os jogos são como o de hoje, onde não há esses 30% do tempo só para passar tempo, é evidente que nos falta energia e condição para esses 30% de jogo que para a nossa equipa são quase um extra ao nosso jogo normal.

Eu lembro-me do Nuno Cristóvão falar da exigência em estar em jogo os 90 minutos e nunca tirar o pé… E isso era mesmo assim. Por isso dávamos aos 7, aos 8 e mais a certas equipas, porque nunca se tirava o pé e no fim nós ainda corríamos e as outras equipas já tinham muita dificuldade!
O Nuno Cristóvão estava absolutamente certo.
O que se vê hoje – e eu critico isso desde a Cova – não é nada disto. É um jogo mais lento, um jogo com demasiada troca de bola muito devagar – “parece um jogo de futebol em câmara lenta e com jogadoras meio bêbadas, sem conseguirem executar rápido…” – e pouca progressão e objectividade numa parte significativa do jogo!

Eu quando falo em defender bem não me expliquei bem. O que eu quero dizer é que não podemos dar o espaço que, por exemplo, demos ao Lille.

Contra equipas como o Leipzig ou o Brugge isso pode ser fatal. Já nem falo no Arsenal nem no Man City, porque nesses jogos já sei que o ‘masterclasses’ vai baixar o bloco o que, contra equipas deste calibre costuma ser fatal.

O Arsenal hoje contra a Atalanta não teve tempo para pensar nem assentar o seu jogo, como tal podia ter perdido, não fosse o penalty falhado.

Contra o Leipzig … Vai ser necessário um mega esforço. O Atl Madrid venceu em cima do final da partida e tiveram que acelerar para uma velocidade de jogo que eu acho que o SCP não consegue.

Vamos Sporting!