nuno-lopesMuito se falou do quão injusto seria descartar Nuno Lopes, muito se questionou se com recursos diferentes não se alcançariam resultados diferentes (nunca esquecendo o que o técnico já havia conquistado). No fundo, os adeptos leoninos, pelo menos na sua maioria, olham para o treinador de hóquei em patins e reconhecem competência e amor ao clube, considerando uma mais valia a sua manutenção. Se à frente da equipa principal (onde, inclusivamente, acedeu a fazer uma “revolução” nas convocatórias na ponta final do campeonato ficando com a batata quente face a essas opções surpreendentes), se ao comando da equipa B, será sempre uma questão que dividirá opiniões. Mas, depois, um gajo lê a entrevista que Nuno Lopes concede ao Record e a única coisa que consegue pensar é «ainda bem que este homem continua no clube»

(in Record)
Nuno Lopes vai manter-se na estrutura técnica do Sporting com novas funções. Depois de conquistar para a formação de Alvalade as segundas Taça CERS e Supertaça António Livramento da história do clube, ter qualificado o Sporting para a Liga Europeia e ser galardoado como Treinador do Ano, Nuno Lopes deixa a plantel principal e passa a ser o responsável pela nova equipa B e ainda os sub-20, conjuntos constituídos pelos mesmos jogadores.

“Quando se perspetivam objetivos e não se cumprem, as direções têm de tomar as decisões, mas também têm de olhar para aqueles que dão tudo pela equipa, que é o que chama de gratidão. Quando isso acontece e eu senti na pele, como sportinguista fico feliz com isso”, disse Nuno Lopes, que não esconde o seu amor pelo clube e, por isso, não considera ter sido alvo de uma ‘despromoção’.

“Antes de ser treinador já era do Sporting. Aquilo que se conquistou não se apaga. Penso que já conquistei um lugar no Museu do Sporting à conta da minha competência, dos jogadores e do meu sportinguismo. Sei que ao reconhecer isso fechei algumas portas, mas os princípios, a forma de estar e o sentido de clube é o que mais defendo aqui no Sporting”, sublinhou Nuno Lopes.

Face ao sportinguismo latente do seu discurso, a recusa ao apelo presidencial em manter-se no clube nem se colocou. “Perante isto nunca poderia dizer que não, porque ia contra os meus princípios de vida. Por vezes estamos em lugares que não são considerados de poleiro, mas são extremamente importantes numa estrutura do hóquei. E quando temos esse sentido de clube nunca podemos negar esses desafios e é nessas altura que se declara o nosso sportinguismo. Numa situação menor estamos prontos para aceitar que o Sporting é maior do que os interesses pessoais”. E a distância nem é problema. “Em três anos continuo a fazer 300 km todos os dias [vive na Marinha Grande] com o maior orgulho e sempre com o sentido de servir o meu clube. Era um desperdício não aproveitar este percurso de três anos e que o presidente inteligentemente aproveitou. Não podia dizer não.”»

 

p.s. – boa viagem a todos os que vão ser a nossa voz em Madrid!