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O filme que nos trazes do jogo, coincide com o que me foi sendo transmitido (infelizmente não pude estar presente, tal como planeado, mas tive que me fosse informando do que se passava). E é complicado perceber como é que, de um momento para o outro, passamos de Bestiais a Borrados. «A equipa teve culpa própria em ceder o empate», atirou Abel que, goste-se mais ou menos, não pode passar entre os pingos da chuva depois do jogo desta tarde.
Por um lado, podemos dizer que o ter entrado com Esgaio, Dramé, Iúri Medeiros, bem apoiados por Chaby, foi um tiro certeiro. A ausência de ponta-de-lança fixo, desestabilizou a defensiva dos bufinhas e permitiu uma pressão logo à saída da área do adversário. Mais, a rotatividade dos homens da frente ofereceu um manancial de jogadas e de oportunidades de golo que facilmente explicam o 3-0 a que se chegou. Por outro lado, todas as mexidas que foram feitas resultaram num recuou da equipa e numa perda de qualidade, já para não falar da mensagem pouco corajosa.

Sejamos sinceros: Abel está longe de ser uma figura consensual. E o facto de tão depressa parecer condescendente, afirmando que a equipa B serve para crescer, como se mostrar sem hesitações na crítica directa a jogadores, menos ajuda a que seja unânime nas apreciações que lhe são feitas pelos adeptos.
Eu olho para Abel e vejo um gajo dedicado e empenhado. E um bom profissional. No fundo, continua a ser o Abel que jogava na direita da defesa, que suava e respeitava a camisola, que fazia umas coisas engraçadas de quando em vez, mas cuja imagem que guardo é daqueles malditos cruzamentos feitos três ou quatro metros antes de chegar à quina da área. O Abel treinador é como o Abel jogador: precisa de estar constantemente em esforço para que as coisas lhe saiam bem. E isso, penso, não chega para se liderar uma equipa de jovens homens a quem se pede que provem tudo o que valem.

Então quem é que punhas no lugar dele?, perguntam vocês. Antes de mais, é fundamental perceber qual é a margem de manobra que o treinador da equipa B tem. Ou qual o papel que tem, face às decisões tomadas por Leonardo Jardim. Por outras palavras, o treinador da equipa B é um gajo que pode dar o seu cunho pessoal e interferir, efectivamente, no crescimento dos jogadores, ou funciona mais como um observador atento que vai passando todas e quaisquer informações a quem está no patamar seguinte?
Quero acreditar que o papel que lhe está reservado é o primeiro, por isso há um nome que coloco no topo da minha lista de escolhas: Litos. E, para lá de já ter mostrado competência, gostar de futebol de ataque, ter experiência em diversos escalões e ser Sportinguista, há um pormenor que me parece importante: era eu puto e o nome de Litos aparecia como uma grande promessa leonina. Não passou disso, de uma eterna promessa, pese todas as suas qualidades técnicas. Ele saberá os motivos que não lhe permitiram chegar mais longe, pormenor a não descurar numa altura em que os pseudo-craques têm que escolher se querem ser uma estrela, se querem enfiar-se na Bruma.

Abel-Ferreira1