Decerto lembram da vossa meninice, das tentativas de andar de bicicleta, novinha em folha, dada pelos anos ou no Natal. Ou velha, pasteleira de pesar em quilos os anos que tinha, gamada ao papá ou ao avô, quando ele não estava a ver… O cuidado posto do Pai ou do Avô, em vos ensinar a pedalar, em conseguir o ritmo, o equilíbrio. E decerto recordam as quedas, os joelhos esfolados, e os beijos para curar feridas, os afagos nos cabelos, os calduços a incentivar mais uma tentativa?
E as jogatanas nos alcatrões e pelados desta vida, Alvalades e Bernabéus, e Camp Nous das nossas férteis imaginações… E as dores, reais, que ainda hoje se sentem e vêem, quando se corta o cabelo mais rente… Ou mais tarde, nos nossos primeiros amores, e pior, nos segundos, corações magoados ainda da primeira desilusão amorosa, mas a quererem voar novamente e serem felizes?
Ou quando de férias foram pela primeira vez ao mar, os pais e as mães de coração apertado a ver-vos enfrentar Adamastores de metro, metro e meio, e caírem enrolados na espuma a rir, mas confiantes nos vossos pais e mães, portos de abrigo sempre seguros? Ainda bem que se lembram …
Como já vos levei a uma outra vida e aqui trato de rugby e Sporting, está na hora de entrar no assunto que é o tema desta prosa.
Meus caros e caras, hoje temos de ser nós esses portos de abrigo, esses baluartes. E se assim falo, é porque travamos uma guerra. Desta vez não são Adamastores, mas sim o Medo do contacto próximo, do abraço, do beijo. São o querer proteger a todo o custo as vidas dos nossos filhos, netos… Mas qual será esse custo?
Metaforicamente, teremos uma geração incapaz de pedalar, pois não o aprendeu, e que terá receio de amar, pois será protegido do contacto com outras pessoas… Será incapaz do sacrifício de cair e levantar de novo, pois não terá o alento da nossa presença.
O rugby do Sporting tem necessidade de mais atletas, em todos os escalões, mas com mais necessidade ainda nos escalões de U12, U14.
O rugby é um desporto jogado ao ar livre, e neste momento jogado quase sem contacto, sendo uma opção válida para a prática desportiva dos mais novos, em segurança. Estamos a treinar, cumprindo todas as recomendações de segurança e higiene, seguindo todas as recomendações da DGS, e da própria Federação Portuguesa de Rugby, e todos os nossos atletas treinam em ambiente de segurança.
Se quiserem experimentar, dos 5 aos 18 anos, tragam as vossas crianças, elas vão adorar.
Os horários dos treinos são:
Escalões U06/08/10/12/14 – Quartas e Sextas feiras, das 18:30 às 20:00
Escalões U16/18 – Segundas, Quartas e Sextas feiras das 19:00 às 20:30.
Para mais informações:
Email [email protected]
Telemovel: 962 182 062
Inscrições abertas no Centro de Atendimento a Sócios e Modalidades (Loja Verde do Estádio José Alvalade)
Venham ver e tragam as vossas crianças, meninos e meninas, deixá-las voar para aprenderem a cair e levantar de novo. Vão estar na modalidade certa, no Clube certo. E poderão vê-los sorrir e correr, cada dia mais alto, cada dia mais rápido.
*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio
1 Outubro, 2020 at 12:04
outro dia, a minha filha foi para a escola uma hora mais cedo para ir jogar à bola com os amigos. Voltou sem tirar a bola do saco, porque está proibida actividades desportivas extra aulas… percebo bem o que dizes.
1 Outubro, 2020 at 12:45
Lindo texto e linda foto que diz tanto pena viver longe porque era para aí que o meu puto ia já que não tem jeito para dominar a bola com os pés e mais jeito para bater com as baquetas na bateria.
1 Outubro, 2020 at 13:17
Queria pedir que partilhassem este post, ou o texo só, pois precisamos mesmo de novos atletas…
Grande abraço, e obrigado pela ajuda.
1 Outubro, 2020 at 13:26
É sempre um gosto ler a tua prosa.. Obrigado
1 Outubro, 2020 at 18:03
Done.
1 Outubro, 2020 at 13:23
Ta feito escondidinho, já partilhado
1 Outubro, 2020 at 13:25
Se morasse mais perto de onde se fazem os treinos, de certeza absoluta que iria empurrar/sugerir o meu mais pequeno para este desporto, considerado violento e de contacto mas um contacto com respeito, já o disse aqui, tudo em volta do rugby e do jogo, se for bem executado, é excelente formador de caracter! excelente iniciativa do clube em tomar conta a tempo inteiro do rugby, se fossem tão assim no resto e não tão submissos ao submundo do futebol, no clube de certeza que haveria outra atmosfera em volta do próprio.
1 Outubro, 2020 at 18:03
Grande foto.
1 Outubro, 2020 at 18:29
“E decerto recordam as quedas, os joelhos esfolados, e os beijos para curar feridas, os afagos nos cabelos, os calduços a incentivar mais uma tentativa?”
Do sobreolho aberto a um naco de carne da perna que ficou na estrada, pois imaginava-me a ser o Joaquim Agostinho….
“E as jogatanas nos alcatrões e pelados desta vida, Alvalades e Bernabéus, e Camp Nous das nossas férteis imaginações…”
Lembrar-me agora, com uma distância de décadas, quando chegava a casa com os pés negros da terra que se entranhava por todo o lado (cabelo, ouvidos…). Alcatrão é para meninos 🙂
E as dores, reais, que ainda hoje se sentem e vêem, quando se corta o cabelo mais rente…
Por isso é que nunca rapei o cabelo, lembrar-me que numa estupidez (jogar à bola em terra batida com paus) em que fiquei uma hora a pingar sangue da cabeça antes de dizer o que quer que seja à minha mãe 🙂
Excelente post, que faz reviver tempos de nostalgia.
Espero que apareçam muitos meninos e meninas e que possam aprender os bons ensinamentos do Rugby: “um jogo de arruaceiros jogado por senhores”.
Abraço SL