Quando se trata do Sporting, fico sempre com uma comichão fodida quando se trata de fazer balanços. Porque não é balanço nenhum, acaba sempre por ser uma acumulação de erros que acaba por tornar a “coluna dos disparates” bem mais recheada do que “a outra”. E digo “a outra” porque nestes últimos anos não sei o que consta ou deveria constar nessa coluna. O que é triste e diz bem do estado em que estávamos.

Este ano é diferente. É paradoxal que, no pior ano da nossa história tenhamos tido…a melhor decisão possível no que concerne ao futuro do Sporting. E por isso, perdoem-me todos, mas vou classificar este último ano de 2013 de “excepcional”. Para fazer esta avaliação, é preciso perceber o que estava realmente em jogo. Não ir à Champions, não ir à Europa e até ficar em 7 lugar no campeonato não tem comparação com aquilo que poderia ter acontecido se a direcção anterior não tivesse caído. E vai ser isso que vou recordar deste ano de 2013.

Assim sendo, os meus agradecimentos:
1) Miguel Paím e André Patrão
Por terem sido os operadores da mudança. Não fossem eles e o processo poderia ter sido mais penoso e moroso. Foram estes dois grandes leões que assumiram o que todos nós pensávamos e foram para a frente com o pedido de destituição.

2) Presidente
Por motivos óbvios.

3) Godinho
Por ter fodido o clube de tal maneira que impediu que Couceiro (ou outro pau mandado qualquer) continuar com aquilo que tem destruído o clube durante demasiado tempo. Pode ser estranho mas o chorrilho de disparates do engodo foi a machadada final na dinastia. E essa machadada era aquilo que todos queríamos há anos. Ter sido providenciada pelo magoo tem o seu quê de irónico.

4) Sportinguistas
Por terem, finalmente, votado naquilo que era o melhor para o clube.

5) Aos meus pais
Por não me terem feito lampião

Feita a lista de agradecimentos, aproveito para vos dizer que esta história pode ter um final feliz. Não é muito provável, porque já sabemos como funcionam as coisas cá no burgo, mas em 99/00 as circunstâncias não eram muito diferentes. Uma equipa de tostões, solidária, aguerrida e unida ofereceu-nos aquilo que todos ansiámos durante 18 anos. Um título na prova principal. Eu sei que é perigoso fazer este tipo de comparações mas foi o espírito de união e sacrifício dessa equipa que permitiu chegarmos ao título de 2000. Precisamente o mesmo espírito que vemos nesta equipa. Nas alturas difíceis (que vão surgir), será este espírito que ajudará a contornar os mais complicados obstáculos.

O Sporting está vivo. Tão vivo e tão dinâmico que o querem ceifar. Tem sido notória a azia dos rivais, jornalistas, comentadores e demais intervenientes deste mundo do futebol que “cria profissionais” à velocidade de um por jogo. O mundo do futebol está minado por dentro (onde os rivais têm paus mandados bem colocados) e por fora (onde os comentadores fazem o trabalho sujo de criticar ou elogiar tudo conforme as cores clubísticas. Num mundo perfeito, onde toda a gente é coerente e quer o melhor para a indústria, os rivais estariam a ser pressionados pelos seus adeptos e CS a mudarem a sua estratégia de investimento. “Neste” mundo, somos nós que temos de alterar a política se queremos ser mais “ambiciosos”. É esta a hipocrisia. Não interesa o passivo, o fairplay financeiro, os empréstimos para pagar empréstimos. Interessa é passar para fora a imagem de que se respira saúde. E quem começa a ter resultados de uma gestão equilibrada (valorização das acções, resultados positivos da sad em mtos anos) somos precisamente nós, que estávamos em bancarota. Não façamos confusões! Por mim, que os rivais continuem no seu caminho. Também eu já disse que “o meu clube nunca ia acabar”. E só nós sabemos como isso esteve tão perto de acontecer. Matar o Sporting desportvamente este ano significa cortar pela raíz o único modelo de desenvolvimento possível para equipas portuguesas. É acabar com a esperança declubes mèdios se transformarem em clubes grandes e ganhadores. No fundo, é compactuar com a coutada onde os dois primeiros lugares estão atribuidos e o resto que se amanhe.

Para acabar, as minhas resoluções para 2014:
1) Que continuemos a incomodar o sistema. Independentemente do lugarem que terminarmos.
2) Participarmos na champions de forma directa, enviando um rival para a Pré eliminatória.
3) Disfrutar deste momento, que todos merecemos.

Bom Ano para todos!

 

* todas as sextas, directamente de Angola, Sá abandona o seu lugar cativo à mesa da Tasca e toma conta da cozinha!