Começo este texto dizendo que não gosto de chulos. Não gosto dos “chulos” na verdadeira acepção da palavra. Também não gosto dos outros, que se aproveitam de qualquer coisa para poder ter benesses ou regalias em determinada situação.
Existe uma diferença entre “retribuição” e “chulice”. Por exemplo, um jogador como o Vítor Damas merece que o clube olhe por ele durante a sua velhice. Isso seria retribuição pelos enormes serviços prestados ao clube. Um ex-dirigente que pouco ou nada fez pelo clube ter convite garantido para todos os jogos é chulice. Infelizmente, o Damas já não está entre nós mas os chulos continuam a gravitar nos nossos corredores.
O Presidente disse, e muito bem, que há sportinguistas que podiam fazer bem mais pelo clube. Ser do Sporting dá prestígio, estatuto, reconhecimento social. E por isso é que vemos muita gente que se aproveita do clube para se auto promover mas quando chega a hora de se chegarem à frente, escondem-se e passam a ser anónimos. Tudo conforme as conveniências.
Sem querer apontar nomes nem fazer juízos de valor, acho que todos devemos fazer una reflexão séria. “O que significa o Sporting para nós?” “Até onde estamos dispostos a ir para ajudar o clube?”
Curiosamente, são aqueles que têm menos que demonstram melhor a sua militância. Porque o dinheiro está contado, têm de arranjar uma forma de pagar a quota deste mês, o bilhete do próximo jogo, a camisola para o filho. E arranjam. Os outros, vou-lhes chamar “os aristocratas” (a verdadeira definição está na primeira frase do texto)… não sei. Não os vejo. Aparecem quando há interesse e desaparecem, num incrível número de magia ao estilo do Luís de Matos, quando já sugaram a teta do clube. Mas teria várias perguntas para lhes fazer, se os encontrasse na rua. Gostava, por exemplo, de saber quantas gameboxes tem o grande presidente da opway chamado Soares Franco. Gostava de saber há quanto tempo contribui o Godinho para a quotização do clube. Gostava de saber, por exemplo, onde anda Bettencourt. Gostava de saber, dessa pandilha toda que andou anos a oferecer benesses aos amigos e a eles próprios, quantos pagam quotas, têm lugar de leão, gamebox, camarotes, etc…pagos pelo seu próprio bolso. Talvez me surpreendesse, mas tenho as minhas dúvidas.
Obviamente, que o Sportinguismo não se mede pelos euros que gastamos com o clube. Mas também não se mede pelas palavras que dizemos, escrevemos ou pensamos. Também não se mede pelas aparições públicas que fazemos e muito menos pelas palavras que proferimos na imprensa.
O que eu sei é o seguinte: o Presidente fez um apelo e, quem verdadeiramente ama o clube, tem de fazer mais. Independentemente de já estar ou não a fazer muito. São adeptos? Entrem na família! Não têm gamebox? Estão à venda por 30€. Já são sócios com gb? Convençam os amigos e familiares a fazerem o mesmo. A melhor ferramenta de marketing ao dispor do clube somos nós! Só nós sabemos aquilo que sentimos e temos de ser nós a transmitir esse sentimento a todos aqueles que simpatizam com o clube. A paixão com que exprimimos o nosso sentimento na blogosfera tem de ser canalizada para despertar mais sportinguistas. Está na hora de todos demonstrarmos porque é que o Sporting é mesmo o nosso amor.
Aqueles que se afastaram do clube devido à gestão anterior já não têm desculpas. Aqueles que acompanharam por fora têm de ser mais activos. Aqueles que defendiam a gestão anterior têm de ser coerentes. O que todos queríamos está a acontecer. Uma presidência activa, uma gestão equilibrada, aposta na formação e resultados desportivos e financeiros até ao momento. E a estabilidade…dade…ade…que tantos queriam finalmente foi alcançada pela via normal, ou seja, pela competência da estrutura.
Espero que este apelo do Presidente seja o primeiro e o último. Gosto de pensar que os sportinguistas não abandonam o seu clube na altura em que ele mais precisa.
Está nas nossas mãos.