williamcarvalhoPrimeiro, Douglas. Depois, Valckx, Paulo Sousa e Duscher. Quase desde que me lembro, os meus jogadores preferidos do Sporting jogaram na posição seis, aquela onde também eu mais gostava de jogar. Agora, William. Sem a camisola de fora e as meias em baixo, como o Douglas; sem os calções curtos e o pontapé canhão, do Stan; sem a pinta de craque do Paulo Sousa; sem o elástico no cabelo e o tango do Aldo.
Mas, a cada novo jogo, William cresce. E torna-se maior do que todos eles. Maior, até, que a classe de Fernando Redondo. E com uma classe infinitamente superior ao boçal Patrick Vieira com que muita gente gosta de compará-lo. Com a testa franzida, como quem pensa a sério durante 90 minutos, desarma, passa, finta. Varia o jogo de um lado para o outro e, naquele seu passo de tartaruga, consegue estar em todo o lado. Não solta a bola só porque sim, mesmo que isso implique ver-se rodeado de adversários. Mas ela lá vai, redonda, sempre direita ao pé de um companheiro. E ele continua de testa franzida, só esboçando um sorriso quando se junta ao festejo de um golo. Mas quase aposto que, mantendo aquela sua expressão de “desculpa, estavas a falar comigo?”, William sorri no seu interior enquanto percorre quilómetros de relva. Está no seu mundo. Um mundo onde, neste momento, é já um dos melhores.  

* «tens prá troca?» é uma colecção de autocolantes virtuais à moda da Tasca, que nunca perdem a cola mas que também não dão para colar