marcosrojoAposto que, se contarmos o percurso de Marcos Rojo a um Sportinguista menos atento, ele vai pensar que estamos a falar de um jogador oriundo da Academia. Porquê? Rojo transformou-se em paixão antes mesmo de assinar. Que era uma contratação do caraças, que era perfeito para jogar num esquema de três centrais, que era o substituo ideal para Ínsua, que era jogador de seleção e que era uma desgraça se o perdêssemos para os lampiões, que o desejavam para fechar o lado esquerdo da defesa.

Rojo chegou, envolto nesta aura de enorme contratação e de central com enorme margem de progressão. Mas qual margem?!? Tal como um daqueles putos que exigimos ver na equipa principal e que, ao fim de meia dúzia de jogos, estão a ser assobiados e mandados rodar em qualquer outro lado, Rojo passou de bestial a besta em curto espaço de tempo. Às tantas, embrulhado no rolo compressor que tornava 12-13 na pior época da história do Sporting, Rojo já não prestava nem como lateral nem como central. Era «o enterra».

Nova época, novo treinador, novo Sporting, novo Rojo. Ou seria o Rojo que se pediu que viesse? Adiante.
Rojo é, para mim, o atual patrão da defesa. Ao seu lado, Maurício passa a imagem de maior experiência e de ser ele a liderar o sector, mas eu olho para Rojo e vejo o gajo que mais dobras faz aos companheiros e que mais vezes está no sítio certo. Junte-se-lhe os atributos físicos, que transformam um gajo com quase 1,90 num central rápido, a crescente veia goleadora e a potência de remate que, bem trabalhada, nos poderá voltar a dar um homem para marcar livres “a la Stan Vlackx”. E, por último, não menos importante, junte-se-lhe a personalidade. Talvez seja cedo para falarmos em carismas, mas, com toda a certeza, há um caráter gigante neste argentino que disputa cada lance como se fosse o último. Excede-se, por vezes? É verdade. E eu olho esses exageros como resultantes da paixão que, nota-se, tem pela camisola verde e branca e por este clube.

Para mim, Rojo é para manter até podermos e tem tudo para ser um pilar do presente e do futuro, formando uma dupla fantástica com Dier (sem beliscar a importância do Capitão Nascimento)! Até porque para o ano, garantidamente, será ainda maior jogador do que mostrou ser esta época!

* «tens prá troca?» é uma colecção de autocolantes virtuais à moda da Tasca, que nunca perdem a cola mas que também não dão para colar