A entrevista de Marco Rojo pareceu, claramente, um adeus. O mais certo é o argentino rumar a Manchester, restando saber os valores e as contrapartidas envolvidas.
Pode achar-se que a entrevista soube a pouco, mas, creio, tocou nos pontos fundamentais: desmentiu o nojo de rumor posto a circular pelo correio da manhã – Rojo e Bruno de Carvalho quase chegaram a vias de facto –, algo que já havia sido feito pelo advogado do jogador há três ou quatro dias; encaixou naquela que me parece ser uma das principais características do defesa argentino, a humildade; promoveu um momento que, pelo menos assim de repente, me parece inédito: o jogador virou costas ao fundo que detém a maioria do seu passe.
Obviamente que será cedo para cantar vitória, até porque esta é uma luta que só terminará nos tribunais, mas talvez possamos falar de meia vitória. Até em termos de balneário, onde se passa uma mensagem de liderança forte e, ao mesmo tempo, uma mensagem de que os jogadores não são encostados só porque sim. Rojo volta a treinar com os seus colegas, alguns amigos próximos, e, a não ser que aconteça um negócio relâmpago, ainda terá direito ao perdão dos adeptos num treino à porta aberta. Resta saber se será convocado para a recepção ao Arouca (não me admiro), mesmo sendo quase certo que Marco Silva deixou de ter à sua disposição um jogador que seria titular (fique aqui escrito que, caso fique, Rojo continuará a ter, da minha parte, o mesmo apoio que teve até hoje).

Entretanto e em função desta entrevista, Slimani passa a ser o caso que urge resolver. Até porque, desde o início, se afigura como o mais complicado. Enquanto é possível que o ManU bata os 30 milhões da cláusula de Rojo, não vejo um clube capaz de fazê-lo por Slimani. Mesmo 15 milhões, metade do valor que o Sporting pode exigir, me parecem números ilusórios. Não sei se o jogador vai perceber o disparate que é exigir que praticamente lhe dupliquem o ordenado, um ano após assinar um contrato que ainda dura mais três épocas, mas era bom que o argelino voltasse a ser Slimani e a deixar de armar-se em SlimStar.