A operação ocorreu no final do mês de julho, mas passou despercebida: a Polícia Judiciária fez buscas no Estádio da Luz e nas instalações do Benfica, tendo detido um indivíduo referenciado como diretor do Departamento de Apoio aos Jogadores do clube. No momento da detenção, o homem viajava num automóvel do Benfica e tinha em seu poder 9,5 kg de cocaína.
A notícia é avançada esta quinta-feira pelo Jornal de Notícias. Ao JN, o diretor de comunicação do Benfica, João Gabriel, disse apenas que se trata de “um problema da justiça com o cidadão José Carriço” que nada tem a ver com o clube. O Benfica deverá alegar que Carriço já não era funcionário nem diretor do Departamento de Apoio aos Jogadores quando foi detido, mas segundo o JN, o Ministério Público de Sintra – titular do inquérito criminal – considera que a ligação do indivíduo ao clube é clara.
A investigação inclui escutas telefónicas que revelam as funções de liderança assumidas por José Carriço no clube, auxiliando os novos jogadores em questões burocráticas, a arranjar casa e carro. Segundo informações recolhidas pelo JN, Carriço era motorista de Luís Filipe Vieira e chegou depois a diretor. A investigação teve início no final do ano passado e foi-lhe atribuído o nome de Porta 18, uma vez que era por esta porta do estádio do Benfica que entravam cidadãos de nacionalidade colombiana para reuniões marcadas com José Carriço.
O referido diretor do Benfica terá sido detido na A1, quando seguia num automóvel do clube com outro indivíduo, tendo-lhes sido apreendidos quase dez quilos de cocaína. No momento da detenção, adianta o JN, estavam a ser realizadas buscas no gabinete de Carriço no clube.
Sobre a operação, a PJ emitiu depois um comunicado, sem identificar suspeitos ou entidade patronal, revelando que tinha sido desmantelado um “grupo organizado dedicado ao tráfico de cocaína”, que se dedicava à importação por via aérea de estupefacientes para Portugal desde a América do Sul. Nesta declaração, a PJ informa que os dois indivíduos que foram detidos, com 54 e 58 anos, foram sujeitos a prisão preventiva por decisão de um juiz de instrução criminal.