Da última visita à ilha, para defrontar o União, ficara um amargo de boca resultante da única derrota averbada em 22 jornadas. Com um único remate à baliza, os insulares derrotaram um Leão que não foi capaz de transformar 72% de posse de bola e meia dúzia de oportunidades claras nos golos que lhes desse a vitória. Agora, no local onde havia perdido a liderança antes do Natal, o Leão tinha a hipótese de recuperá-la isolado e não perdeu tempo a deixar claro ao que ia: antes dos três minutos, Slimani aproveita o posicionamento de Semedo e de Coates para se libertar e fuzilar, de cabeça, a baliza adversária. Não podia pedir-se melhor começo.

Mas o que se seguiu foi tão bom ou melhor do que esse golo madrugador. Plenamente consciente da importância do momento, o Sporting foi imperial face ao seu adversário e subjugou-o completamente. Assente numa defesa muito compacta (cada vez mais interessante esta conjugação da velocidade de Semedo com o sábio posicionamento de Coates) a turma de Alvalade ofereceu um verdadeiro carrossel, capaz de desbaratar toda a estratégia arquitectada pelos nacionalistas, deixava com um sorriso nos lábios qualquer Sportinguista. William baixava e a equipa arrancava em 3-4-3 rumo ao meio-campo adversário, mas as trocas de posição eram tão constantes que não havia forma dos dois trincos do Nacional conseguirem posicionar-se. Isto, porque Adrien às vezes fazia de William e William fazia de lateral e o lateral já lá ia quando o médio ala já estava no meio. Isto porque João Mário e Bruno César ora fechavam ora abriam, convidando, inclusivamente, Ruiz a escapar para as laterais da área e a jogar na entrelinha defensiva. 1-0 era pouco para tanto domínio, mas quando Ruiz fez o segundo, numa belíssima execução, saltou o erro de arbitragem do costume que manteve tudo na mesma.

Ao intervalo Manuel Machado tentou alterar algo, mas o ritmo continuava totalmente verde e branco, entretanto já com Mané no lugar do lesionado Bruno César, emprestando ainda mais velocidade e verticalidade ao futebol ofensivo dos leões.  Ruiz ameaçou uma, ameaçou duas e à terceira conquistou um penalti. Adrien não desperdiçou e o jogo praticamente terminou. Restava saber quantos mais golos seriam marcados. Foram mais dois, um por João Mário e outro por Slimani, este na sequência de uma falta ainda fora da área que o árbitro entendeu ser dentro (não gostaram? adoptem as tecnologias), ficando a sensação que o resultado poderia ter sido ainda mais volumoso. O Nacional, esse, apenas nos últimos cinco minutos, já com o Sporting em total gestão de esforço (a propósito de gestão, era capaz de ter sido boa ideia deixar Adrien ver o 5º amarelo), conseguiu chegar com perigo à baliza de Patrício, ele que foi espectador privilegiado do verdadeiro bailinho que o Sporting, respondendo ao forte apoio dos seus adeptos, ofereceu na Madeira, subindo importante degrau na escadaria para o título. Ficam a faltar 12.