O enorme, insubstituível e lendário Rui Patrício comemorou ontem o seu 28º aniversário, cumprindo assim 17 anos ao serviço do Sporting Clube de Portugal. 9 temporadas na equipa principal, mais de 300 jogos, muitas defesas inesquéciveis, muitos momentos de suster a respiração, muitos aplausos da bancada e a merecida braçadeira no braço.

Durante anos, Rui Patrício esteve num clube que, muitas vezes, não esteve à sua altura, mas nem por isso deixou de gritar a cada golo. Foi salvador de vários pontos, foi profissional desde o primeiro dia, com uma dedicação invejável e um sentido de compromisso que queríamos em todos os nossos jogadores. Infelizmente nunca conseguiu levantar um Campeonato, acumulando apenas algumas Taças no seu CV, sem que isso o demovesse de continuar naquele que é o seu e o nosso clube.

De contestado e assobiado, a um dos mais queridos entre os adeptos, com direito ao seu cântico e até ao seu grito de guerra. Rui Patrício nunca aceitou sair para clubes que sabia serem inferior à sua qualidade, nunca se apressou para deixar a sua casa, nem nunca colocou em causa o seu papel no clube centenário que um dia decidiu apostar nele.

O meu desejo é que Rui seja o jogador que cumpre toda a sua carreira no seu clube de coração, mas compreendo que o futebol moderno e actual lhe abra as portas para outros voos, outros desafios e outro tipo de vencimentos. A sua saída, se algum dia acontecer, deixará naquela baliza um sentimento de vazio que apenas se ultrapassará aquando o seu regresso. Um líder, uma lenda e um verdadeiro leão, que merece da nossa parte todo o carinho e nostalgia de um dos grandes a usar a nossa camisola, de um dos maiores a defender as nossas redes e a memória de um sportinguista que um dia se terá sagrado campeão pelo Sporting.

Digo, sem qualquer parcialidade, mesmo sem os meus óculos verdes, que Rui Patrício cresceu ao ponto de se tornar um dos melhores guarda-redes a actuar na Europa. A segurança, a melhoria no jogo de pés (ainda que continue o seu ponto fraco) e a saída dos postes cresceram a olhos vistos. Nas saídas ao avançado, quando isolado, Rui Patrício distingue-se como um dos melhores do mundo, sendo mais as bolas que defende do que aquelas que entram. O jogo do Chelsea, da temporada passada, e muitos deste ano, provam isso mesmo. A sua “mancha” é praticamente imbatível.
Entre os postes voa. Remates de longe, de perto, de ressaca, desde que se mantenha na sua linha, Rui consegue ir buscar quase tudo, agora com uma maturidade muito diferente do jovem que se estreou há 9 anos.

Parabéns Rei Patrício, serás eternamente um de nós.

*às terças, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa