A nossa fantástica equipa de juniores, que já esta semana nos tinha dado a alegria de vencer o Benfica por 2-0, no Seixal (de destacar a grande partida de Miguel Luís e Bruno Paz, que apenas pecou por falhar um golo que parecia certo. Os jovens foram maduros, souberam sofrer e defender, causando sempre muito perigo), teve ontem mais uma desilusão na Youth League ao não conseguir segurar a vantagem pela segunda jornada consecutiva. Até ao momento são apenas três pontos e dois golpes de injustiça divina, principalmente frente ao Real Madrid.

Contra o Dortmund, encontrámos uma das boas equipas europeias, mas não o gigante que muitas pessoas consideram quando se ouve falar do clube e da sua formação. Na realidade, e apesar de, como todos os clubes alemães, ter desenvolvido muitos e bons jogadores, o grande talento do Dortmund é mesmo encontrar jovens jogadores um pouco por toda a Alemanha, mas já formados. Apenas quatro jogadores do actual plantel cumpriram escalões de formação no BVB: Marcos Reus, Gotze, Schmelzer (apenas em dois anos de junior) e Passlack. De todas as equipas no nosso grupo, é o que menos jogadores formados tem na sua equipa A, algo que acaba por provar que a imagem criada de um Dortmund feito em Dortmund é falsa.

Os nossos jovens foram melhores em quase tudo, mas nem por isso deixaram de conceder algumas oportunidades aos adversários. Falharam, pelo menos, quatro oportunidades de golo, mas os apontamentos de futebol apoiado são o suficiente para levar qualquer adepto à loucura. Melhor exemplo disso mesmo é o golo de Pedro Marques, com uma belíssima jogada de Conté, um passe magistral de Pedro Ferreira e o jovem 9 a fazer aquilo que sabe: marcar golos (e que golos!)

À medida que o tempo passa, mais certeza tenho de que estamos perante uma geração incrível, que nos trará as alegrias do ano que fez subir à equipa principal Ilori, Eric, Bruma, João Mário, Esgaio e Mané. Estes jogadores renderam ao Sporting 66 milhões de euros, apenas Esgaio se mantém a jogar na equipa principal.
A verdade é que vislumbram 6/7 jogadores com capacidades para chegar à equipa principal, contando ainda com os que já actuam na equipa B, começando este ano o seu percurso profissional. Se a isto juntarmos os “oito magníficos” que Jesus diz serem o futuro do Sporting (a saber são Chico, Tobias, Gelson, Matheus, Podence, Iuri, Palhinha e Rúben Semedo), temos todas as condições para construir um Sporting made in Sporting e um futuro risonho. E, para isso, nem precisamos de ganhar os campeonatos de formação, onde vamos brilhando nos três escalões, porque ao final do ano o importante é quantos contam para o treinador da equipa principal e B.

*às terças, a Maria Ribeiro revela os seus apontamentos sobre as novas gerações que evoluem na melhor Academia do mundo (à excepção do Dubai)