O primeiro sinal foi dado pelos adeptos. Novamente mais de 40 mil nas bancadas, deixando claro que nem os últimos resultados nem o frio eram suficientes para diminuir o apoio à equipa. No relvado, Campbell aparecia de início, numa tentativa de imprimir maior velocidade e repentismo ao jogo da equipa, algo que, no primeiro tempo, foi conseguido a espaços, mas ainda com aquele peso de um colectivo que parecia desconfiar das suas próprias capacidades.

Sim, mesmo com o regresso de Adrien ao meio-campo o Sporting foi pouco entusiasmante ao longo do primeiro tempo, pese o golo madrugador de Bas Dost, logo aos nove minutos. Lançamento longo do também regressado João Pereira, Coates a ganhar de cabeça e o ponta de lança holandês a atirar de primeira, com estilo, para o fundo das redes. O mais complicado estava feito, mas quem já esfregava as mãos imaginando uma goleada teve que refrear os ânimos. A equipa dominou, Rui Patrício apenas teve que anular cruzamentos, mas os momentos de maior emoção vieram do triplo parte rins que Campbell pregou a Anderson, daquela fantástica recepção de Bas Dost sobre o meio-campo que deixou o central adversário à procura da bola e do belíssimo livre ensaiado que deu golo anulado por falta de Campbell.

No fundo, o Sporting precisava de embalar e esse empurrão foi dado por Vítor Costa, o lateral adversário que tinha levado a primeira parte a fazer faltas grosseiras e que resolveu abrir a segunda parte a impedir João Pereira de fazer um lançamento. Lito ainda gritou que sabia cair com mais estilo que o lateral leonino, mas o jogador do Arouca foi mesmo tomar banho mais cedo e, apanhando-se contra dez, o Sporting encostou o adversário às cordas e partiu para meia hora de nota artística.

O primeiro sinal foi dado por William, cabeça levantada e cruzamento milimétrico para a entrada surpresa de João Pereira, com o lateral a quase fazer um golaço de cabeça. Menos vistosa, mas mais efectiva foi a cabeçada de Campbell: a jogada começa em Bryan Ruiz, pela direita, com um cruzamento largo que apanha Adrien; o capitão contemporiza, chama a si os adversários e mete no coração da área onde surge o frenético costa riquenho a marcar. Logo a seguir, o mesmo Campbell aproveita a combinação entre Gelson e João Pereira para rematar em arco, numa bola que sai perto do poste.

O Arouca não sabia para onde se virar e desse desnorte saiu um penalti, claro, sobre Adrien. O mesmo Adrien avançou para a bola, mas depois de enganar o guarda-redes… falhou na baliza. Mãos na cabeça, mãos na cintura, sacode a juba que isto não é tempo para La Bomba e o Campbell já corre pela direita. E foi isso que o capitão fez: meteu a bola para o camisola 7 e este fez um passe à Daniel LaRusso para a cabeça de Bas Dost. 3-0.

Depois foi gerir, ter que levar com o disparate alheio de assobiar um jogador ainda antes de ele entrar em campo e terminar o fim-de-semana com o sentimento de missão cumprida e com essa boa nova de voltarmos a depender unicamente de nós para conquistarmos o que tanto queremos conquistar.