O título desta semana poderia ser também “Ser médico militar não é para todos”, mas acho que não ficou mal.
Por aqui já todos vimos futebol, em particular aquando uma equipa quer segurar um resultado que lhe seja mais favorável, e essa meia equipa cai como um castelo de cartas nos últimos minutos de um jogo.

Reparamos então numa personagem que de sapatinho engraxado atravessa o relvado a correr, gravata ao vento, a socorrer aqueles pobres coitados… Isto dito assim pode passar por ironia, mas não é… é só uma ridícula fraude.

Num jogo de rugby não há interrupções no jogo para assistência médica a não ser quando o árbitro se apercebe de alguma lesão mais séria… Aliás o médico ou socorrista pode e deve entrar no campo se se aperceber de alguma situação médica mais grave. A frase anterior já justificava o título que podia ter dado ao texto, pois aquilo ali é entrar sem armas num campo de batalha, e tentar socorrer e ajudar alguém que acha que não está lesionado e que só quer naquele momento ajudar a equipa.

Eu vi num jogo nosso entrar uma Senhora Fisioterapeuta proteger com o próprio corpo um jogador que estava em muito mau estado, e o árbitro não se apercebeu da situação e deixou o jogo correr. Não são só os jogadores de rugby que são especiais, os seus médicos e fisios ou socorristas têm que ter tarimba de heróis.

A minha muito singela homenagem a esses homens e mulheres que em condições de jogo que parecem batalhas dão o melhor de si para ajudar num desporto, onde a batotice de passar tempo fingindo uma lesão é uma desonra, uma vergonha e uma deslealdade.

Quanto aos outros senhores doutores engravatados, eu só queria saber onde fica a deontologia que devia reger a sua carreira profissional, e de que estão à espera os clubes para atacar esse monstro desonesto que é o futebol. Bem sei que não é o ideal, mas também Al Capone, um notório assassino foi preso, não por assassino, mas por evasão fiscal.

Um abraço ()val a todos e um Santo Natal!

*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio