mane«Lógico que acompanho o Sporting. É o clube do meu coração. Cresci no Sporting e fico muito contente por ter feito parte da formação do Sporting. O Sporting não começou muito bem, como toda a gente sabe. Mas acredito que vai dar a volta. Falta muito campeonato. Não estou preocupado. Quanto à pressão e distância, isso acontece porque o Sporting é um grande clube. Os adeptos exigem muito da equipa. Mas o Sporting vai ter agora algum tempo para se reorganizar e dar o máximo para recuperar os pontos perdidos.»

«Recordo bem o meu primeiro golo pela equipa. Foi também o meu primeiro jogo a titular, contra o Marítimo. Foi um dos meus melhores golos. Acho que foi o Jefferson que me passou a bola, rematei em arco fora da área e a bola entrou no canto superior esquerdo do guarda-redes. Aliás, foi um dos melhores momentos da minha carreira até agora. O treinador? Era o Leonardo Jardim.»

E recorda também o pior momento. «Não houve um único. Foi mesmo a fase em que não pude ajudar a equipa. Por opção do mister Jesus. Foram muitos jogos sem contar. Isso mexeu muito comigo. Não cheguei a chorar mas fiquei muito triste. Passei muitas noites sem dormir a pensar o que estaria a fazer mal. Mas agora importa o presente. Espero não parar por aqui e fazer muitos golos e muitas assistências no Estugarda, que é o meu trabalho».

Mas não guarda ressentimento de Jorge Jesus, garante Mané. «Foi treinador que me ensinou bastante mesmo não apostando em mim ou sem me colocar a jogar. Ensinou-me muitas coisas, sobretudo a nível tatico. Ensinou-me também a não desistir. O mister Jesus tem os jogadores que aprecia mais. Se calhar não me apreciou muito e, olhe, aconteceu assim. É o trabalho dele. Mas não lhe guardo qualquer rancor. Ele faz sempre o melhor a pensar na sua equipa.» Carlos Mané, diz, «um dia» até gostaria de voltar a trabalhar com Jesus. E garante que nunca duvidou das suas próprias capacidades: «Nunca, nunca mesmo. Nem mesmo quando o meu nome não aparecia na convocatória. Sempre soube do que sou capaz de fazer. Se me derem oportunidades com certeza que irei agarrá-las com muita força. Quando se joga muitas vezes ganha-se confiança. Quando não se joga é difícil. Quem não aparece… Mas isso ficou para trás. Bola para a frente. Quero mostrar o meu valor.»

«Nas alturas más, procurei apoio da minha filha , a minha mulher, a minha mãe Iolanda e o meu pai Til. Sim, tem um nome esquisito. O meu pai? Dizia-me para continuar a trabalhar, para dar o meu melhor, para mostrar quem sou. Nunca tive nenhuma conversa com o mister Jesus, nem quando jogava nem quando deixava de jogar. Mas isso também já passou. Importa é que estou feliz.»

E os objetivos para 2017? «Primeiro quero subir com o Estugarda à Bundesliga. Depois quero continuar a marcar muitos golos e, muito importante também, sentir-me bem comigo mesmo. Quanto ao Sporting e a Jesus só lhes desejo o melhor e um feliz Natal.»

Em relação aos outros jogadores e jovens do Sporting, e especificamente a um, deseja o melhor.
«Joguei muitos anos com o William, o Semedo, o Gelson. Tenho-os sempre apoiado e só desejo que tudo lhes corra bem. Gelson… Ele tem muita qualidade, como toda a gente sabe. Está a agarrar bem a oportunidade. Espero que continue a jogar assim para continuar a ajudar o Sporting. O Gelson é rapaz bastante determinado, muito focado. Sabe o que quer e o que precisa fazer para chegar longe. Quer fazer coisas boas, é pessoa fantástica e humilde. Só lhe desejo felicidades. Tenho muitas saudades de todos», assume.