untitledSimon Vukcevic, agora com 30 anos, foi jogador do Sporting Clube de Portugal durante quatro temporadas, presenteando-nos enquanto adeptos com 30 golos, muitos deles a valerem por 10 ou 20. Jogador de raça, que aparecia nos grandes jogos, com um remate imparável e visão de jogo, que nos encantava com a velocidade que nos fazia desesperar. Arranjou problemas com quase toda a estrutura até forçar uma saída absurda para o Blackburn Rovers, em mais um ciclo de mudança que o Sporting viveu desde o princípio do século.

Simon era o típico caso de jogador demasiado problemático, demasiado conflituoso e egoísta, que poderia ter tido uma carreira de ouro e acaba por passar completamente ao lado das páginas do futebol português e europeu. A cada golaço, uma birra, a cada sequência de jogos mais bem conseguidos, os castigos dados pelo treinador. A cada alegria uma desilusão até se mudar de ares e começar definitivamente a cair a pique. Depois do Sporting seguiu-se o Blackburn, o Karpaty (altura em que fica sem contrato e volta a ser referido para o nosso clube), o FK Vojvodina, o Levadiakos, o ENP (do Chipre) até agora, que assinou pelo Chaves e cumpriu já 10 jogos, não sendo titular indiscutível.

Sobre a sua passagem no melhor clube do mundo, Simon disse em 2015 saber ser culpa sua. “Infelizmente era um miúdo e pensava diferente. Não aproveitei como devia. Pensava que podia ser tudo, que era treinador, presidente… Não deixei que as pessoas me ajudassem. Só mais tarde me apercebi dos erros que cometi e peço desculpa a todos. O meu comportamento não foi correto e essa é a minha grande pena”.
Nos próximos dois jogos, Vukcevic encontrará aquele que foi o clube que mais marcou a sua carreira e onde foi mais bem sucedido. No Sporting tinha golos, assistências e o carinho do público, mas nunca conseguiu compreender que o grupo e o clube seriam sempre infinitamente maiores que ele.

Em 2006 era apontado com um dos maiores craques do futuro e um dos homens a observar no Europeu sub-21 que se realizou em Portugal. A sua história serve apenas para nos lembrar que de nada serve ser um craque aos 19 anos, se não existir respeito pelos escudos que se levam ao peito e pelos adeptos que nos pagam as contas. Um dos desfechos que mais pena me dá enquanto adepta do Sporting e enquanto fã incondicional do futebol de Simon Vukcevic, um craque que cresceu tarde demais.

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa