Morreu uma pessoa.
Antes de ser adepto, antes de carregar um cachecol, uma bandeira, antes de participar num cântico ou vibrar com um golo, foi uma pessoa que morreu.
Perdeu-se uma vida.
Matou-se uma pessoa, e sim não foi a primeira.
De pouco adianta agora, mas o Estado português deve desculpas à sua família. Mais que não seja pelo estado a que isto chegou.
O futebol cá do burgo também. Os dirigentes, da Liga, da Federação, todos os que ainda forem vivos e os de agora, que peçam perdão. Os não-jornalistas que incendeiam com gozo programas de televisão de entretenimento grotesco, os jornalistas e os meios que lhes dão voz. Os adeptos que insultam toda a gente, e as suas famílias. As claques. Todas. Os clubes que lhes abrem as portas sem critério. Os pais que não educaram os seus filhos.
Eu também peço desculpa.
Não basta silêncio num minuto de silêncio nos estádios. Ou aplausos em 60 segundos de aplauso. É necessário o silêncio de todos, de uma ponta a outra do futebol português. Que se calem e ouçam. Que aprendam a respeitar o próximo, e respeitarão o jogo.
Todos os que falaram depois da madrugada de sábado calados seriam uns poetas. Que necessidade há de aproveitar politicamente uma morte? Para um lado ou para o outro. Que se ouçam primeiro antes de abrir a boca. Se não em mais nenhuma altura, que se calem agora. Por respeito.
Se as claques de clubes portugueses servem para isto acabem-se com as claques. Legalizadas ou não, não há inocentes. Se não se registam todos os membros de que vale legalizar? Se não se pune quem deve ser punido de que vale ter uma lista com uns nomes no papel? Se não estão legalizadas porque têm o seu lugar nos estádios e bilhetes mais acessíveis? Há um pouco mais de controlo por parte da polícia, mas estará longe de ser suficiente.
Se é para isto, para combates de madrugada agendados às portas dos estádios, para gerar o pânico um pouco por todo o lado, desmembrem as claques. Descaracterizem os seus elementos. Tornem-nos iguais aos outros. Deixem tarjas, bandeiras, tochas e privilégios do lado de fora dos estádios.
Se não puderem ser claques durante os jogos, a sua razão primária para existir, dificilmente poderão continuar a sê-lo nos outros dias. Se não mantiverem o apoio dos clubes, oficial e oficioso, irão fragilizar-se e perder poder. Não virá nenhum mal ao mundo com isso, bem pelo contrário. Menos poder, menos potencial violento, que é o que se pretende.
Os outros, por sua vez, que os tornem desnecessários! Que façam a festa, que devolvam o jogo aos verdadeiros adeptos e às famílias! Que façam com que os clubes não precisem deles em lado nenhum!
Se apontamos tanto para Inglaterra por que não agora outra vez? Têm os ingleses um problema de ambiente nos estádios?
No dia em que se voltar a gostar do jogo não haverá mais violência. Essa será a cura, mas ainda parece muito distante de chegar, e os últimos sintomas têm sido preocupantes.
O futebol português está doente, e deve ser colocado de quarentena.
Luís Mateus in MaisFutebol
24 Abril, 2017 at 10:24
Totalmente de acordo.
24 Abril, 2017 at 10:26
De acordo com o texto.
Agora tambem era bom que a CS pensasse melhor qual a posicao a tomar no meio disto tudo, porque também não são totalmente inocentes.
24 Abril, 2017 at 10:27
Concordo.
Não concordei com a carta enviada pelo BdC ao lfv porque o texto foi muito mal conseguido. A forma como foi escrita a carta impossibilitou à partida que o convite fosse aceite. Devia-se ter limitado a um “numa tentativa de acalmar os ânimos, vem assistir ao jogo na tribuna ao meu lado, mesmo mantendo o corte de relações entre os clubes”.
Obviamente, também não concordo com a mensagem da cartilha do “mas o que estava ele a fazer naquela zona àquelas horas?”. O facto de ele estar a participar numa rixa é de reprovar, mas não dá o direito a ninguém de lhe roubar a vida. É a mesma coisa que dizer “ah mas eu só lhe dei um tiro porque ele me fez uma rasteira!!”.
Eu falo por mim, mas este clima que se tem vivido no futebol nos últimos anos tem conseguido resfriar a minha obsessão pelo futebol. O constante clima de guerrilha, de insultos, de jogos de bastidores, de violência entre adeptos, de falta de acção das entidades competentes (mas alguém duvidava que isto ia acabar assim? O que fizeram a Liga e a FPF para tentar pôr um travão a isto? assobiaram para o lado), tudo isto cansa.
No sábado dei por mim a pensar que uma ida ao estádio não teria a mesma magia sem claques. Mas será que o lado positivo compensa todo o lado negativo?. Não sei…
24 Abril, 2017 at 11:00
Concordo. Com o texto aqui postado e com este comentário.
Lamentando a morte do adepto italiano, tal não é comparável ao que aconteceu ao Rui Mendes que estava sentado no seu lugar a ver um jogo de futebol.
Se aconteceu ( que parece ser verdade ) a rixa combinada entre adeptos dos dois clubes ( e da qual resultou mais uma morte ) não faltará muito para que outro inocente sofra consequências. Quem passou à hora errada e no local errado na Sexta à noite não deve ter ganho para o susto.
Ganhem juízo!
24 Abril, 2017 at 11:03
Não concordo contigo, estive a ler a carta de BdC e não vejo nada que pudesse justificar a reacção do Benfica, excepto que se sentem confortáveis apoiando claques ilegais cuja existência teimam em não reconhecer.
Pode ser problema meu de interpretação, por isso peço, caso tenhas disposição e disponibilidade, que relates o que achas errado na carta enviada por BdC, já li e reli e nada vejo de errado, será problema meu?
Alias, a única coisa que vejo de errado e a tentativa de aproximação a um cadastrado que não tem emenda possível.
24 Abril, 2017 at 11:37
“Um jogo é um jogo. A nossa atitude enquanto líderes de massas, determina o exemplo que queremos dar. Bem sei que enquanto presidente, e como oportunamente foi denunciado por mim, nos últimos 4 anos a sua atitude não tem sido a mais adequada em acontecimentos similares ou na evocação dos mesmos por parte de adeptos do clube a que preside, mas tenho sempre esperança que a partir deste momento altere a sua visão sobre o assunto.
Tenho confiança na capacidade de regeneração do ser humano. Espero por isso que, depois de os acontecimentos devidamente investigados, e se se concluir que por detrás destes factos está um crime perpetrado por um adepto do Benfica, dê um passo nesse sentido e que, finalmente, se demarque de forma pública e sem reservas, de criminosos e de claques ilegais.”
Malcolm, atenção que eu não disse que o BdC disse alguma mentira, mas quem está a fazer um convite de boa-fé não crítica a forma de ser do outro e não põe um peso no convite do género “se aceitares é porque concordas com o que eu disse e estás a comprometer-te a mudar”, tal como diz perto do fim “Na expectativa de que subscreva o conteúdo integral desta carta”.
Se alguém te fizesse um convite a dizer “olha, tens sido um perfeito anormal nos últimos anos mas acredito que vais mudar. Assim, como assumes tudo o que te disse, vem cá a casa”, tu aceitavas?
24 Abril, 2017 at 12:12
ZFS, percebo o ponto de vista, embora me pareça demasiado extremista.
Vamos ver, um convite para que reconheça uma coisa óbvia, necessidade de terminar o apoio a actos criminosos de claques ilegais, deveria ser algo aceite sem qualquer reserva.
O ultimo paragrafo da tua resposta vejo mais assim “não tens condenado de forma veemente e continuas a apoiar e a não reconhecer claques que praticam actos criminosos, mas acredito que as coisas possam mudar, vêm cá a casa e caso a investigação confirme tratar-se de mais um acto criminoso, tens mais uma oportunidade de publica e oficialmente te demarcares dos criminosos das claques.”
Podia ser mais diplomata no convite? Concordo, mas nada justifica a reacção carregada de ódio e insinuações.
24 Abril, 2017 at 19:11
Não aceitando só demonstra que ficou comprometido!
Quem não deve não teme.
Mas o BdC fez de propósito: ou o LFV ia, aceitando as dicas do BdC, ou não ia, e a tribuna ficava com ar mais respirável
24 Abril, 2017 at 10:33
Acho graça o presidente Vieira (não confundir com o enorme, candidato Vieira) falar do clima de ódio nos programas de TV, quando tem lá um assalariado (descontando o resto).
Isso das claques legais, grupos organizados ou ajuntamentos espontâneos acaba por ser irrelevante. Se e quando há crime, aja que tem de agir.
O problema é que o futebol vive à parte, e quem de direito não tem COLHÕES para intervir. Se eu chegar a algum lado e partir tudo, vou dentro; se num estádio partir umas cadeiras, o que acontece? Temos um exemplo recente, uma pilhagem em Guimarães, limitaram-se a pagar os danos e siga. Como fazem os Papás endinheirados com os filhos que se portam mal. Lei, não se aplica.
24 Abril, 2017 at 10:35
Não há como não concordar com este texto.
24 Abril, 2017 at 10:37
Exactamente.
Embora o adepto que morreu fosse conhecido dessas andancas de porrada entre claques, não podemos ignorar que morreu uma pessoa. E gostava que o caso fosse investigado pelas autoridades. Parece que falam disso como se tivesse sido um mau resultado num jogo ou uma queda. Morreu porque foi atropelado, não caiu da cadeira e bateu com a carola.
Agora relativamente ao estado do futebol.
Sinceramente, não andaria aqui a falar de claques. No meio disto tudo são o que menos interessa. Todas as claques fazem merda…. são todos um bando de macacos.
O estado do futebol é bem demonstrado no jogo da segunda Liga em que se pensa que houve resultado adulterado. Se nos lembrarmos do que aconteceu na epoca passada, em que o carnide teve de pagar a outro clube para não descer e ninguem mexeu uma palha para investigar. Desta vez entre equipas pequenas já temos PJ e toda a gente a cair em cima…. Dois pesos e duas medidas.
Quando se vive numa democracia não se pode fechar os olhos à nenhuma ditadura. Pode ser aqui ou no outro lado do mundo, mas uma qualquer ditadura é sempre algo que deve ser eliminado. Em Portugal vivemos numa ditadura. O EL domina o sistema, de uma maneira que nem o porco conseguiu durante a epoca da fruta. Podemos fechar os olhos a tal nivel de Propaganda? Podemos fechar os olhos ao sistema de dois pesos e duas medidas? Podemos fechar os olhos aos “erros” que beneficiam sempre a mesma equipa? Temos de pensar noutras maneiras de proteger a nossa democracia, porque o futebol é a imagem do país. Mas seria bem mais simples de destronar a ditadura do futebol em vez de tentar mudar o país inteiro primeiro.
24 Abril, 2017 at 10:50
“em que o carnide teve de pagar a outro clube para não descer e ninguem mexeu uma palha para investigar.”
Se fosse só isso. Ninguém acha estranho que no ano passado depois de vencerem em Alvalade e passarem para a frente na classificação, o único jogo em que os lampiões estiveram em risco de perder pontos foi no Bessa (porque o Rio Ave e o Marítimo abriram literalmente as pernas) mas este ano, em disputa com os fruteiros, estão a ter muito mais desaires com clubes terceiros? Será que por ser o porto a disputar o título há menos predisposição para aceitar malas para perder, ou o será que o porto envia malas mais recheadas?
24 Abril, 2017 at 10:56
Óbvio.
24 Abril, 2017 at 11:11
Mas são coisas diferentes.
O caso do carnide B foi claro porque ninguem teve duvidas sobre o que se passou e deveria ter sido investigado pela PJ.
Relativamente às equipas abrirem as pernas ou os arbitros não mostrarem cartões ao carnide, darem penaltis, etc.. é mais dificil de provar.
Temos de ver que nós apenas vemos o lado do Sporting, estamos em foruns do Sporting e falamos entre nós. Pode ser que haja outro lado, e que o carnide tenha sido prejudicado ou que as equipas realmente não tenham jogado bem (eu não acredito nisso, mas admito que possa ter existido algo).
Claro que esta epoca o porco andou a ser roubado em vários jogos para abrir o caminho ao carnide. O Sporting foi roubado do titulo, em especial nos 3 jogos. Mas podiamos ter jogado melhor e perdido menos pontos noutros jogos.
O ultimo derby foi um bom exemplo, em que o arbitro errou para os dois lados, mas eu vi uma dualidade de critérios nas situacões em que os jogadores do Sporting nem podiam tocar nos vermes que era logo falta. O oposto não acontecia. Mas tudo isso é relativo. O caso da segunda Liga foi clarissimo e passou ao lado de todas as entidades que deveriam ter intervido.
24 Abril, 2017 at 10:47
Espero que as desculpas que ele pede sejam sinceras… porque ele já fez muitos artigos incendiarios… Não esqueço-me disso… Vamos ver como ele vai agir tambem a partir de agora.
24 Abril, 2017 at 12:02
Nem eu me esqueço. Além de que este parágrafo…
“Se as claques de clubes portugueses servem para isto acabem-se com as claques. Legalizadas ou não, não há inocentes. Se não se registam todos os membros de que vale legalizar? Se não se pune quem deve ser punido de que vale ter uma lista com uns nomes no papel? Se não estão legalizadas porque têm o seu lugar nos estádios e bilhetes mais acessíveis? Há um pouco mais de controlo por parte da polícia, mas estará longe de ser suficiente.”
… tenta relativizar, pôr tudo no mesmo saco. Quantos episódios conhecemos nos últimos anos em que participam elementos das claques ilegais encarnadas? E adeptos encarnados? Quantos episódios conhecemos dos outros clubes? Não, não são todos iguais.
Se por um lado estas rixas e batalhas “combinadas” entre claques rivais existem há pelo menos 3 décadas, a impunidade conferida ao estado lampiânico também os leva a matar e arranjar desculpas para isso.
Não se acabe com as claques, puna-se quem participe na violência.
Ainda ontem vi imagens de elementos da claque encarnada à mocada entre si, em que um deles acabou “aviado” por um cacetete, e NEM UM foi detido!! Foi tudo filmado – o que é que lhes vais acontecer? Nada…
24 Abril, 2017 at 10:55
Só uma discordância com o texto: a existência de claques torna mais fácil controlar os elementos mais perigosos, a dissolução das claques iria dificultar o trabalho das polícias.
Quanto ao italiano morto, é indiferente se morreu numa rixa e se estava lá de livre vontade, com o objectivo de se envolver numa rixa. Quem matou, tem de ser responsabilizado perante a Justiça. Mesmo num contexto de hooliganismo de parte a parte.
24 Abril, 2017 at 10:57
É tempo de refletir mesmo… esta loucura não pode continuar. Se todos contribuirmos um pouco para inverter isto, não assistindo a programas de paineleiros, não entrando no insulto fácil e na agressão verbal que antecede a física, tratando rivais como tal e não como inimigos a abater, fiscalizando as claques e comportamentos inaceitáveis, talvez isto possa acabar e se torne o futebol um local mais sadio e onde as famílias possam voltar a ir tranquilamente. De outra forma, isto será apenas o início. E nesta guerra não há vencedores… SL
24 Abril, 2017 at 10:59
Para acontecer uma revolução no futebol português, para ontem. Existe um clube que quis voltar ao tempo da “outra senhora” e domina qual polvo muitos dos apêndices do futebol português de forma suja e ignóbil onde até vale matar para se ganhar e que trouxe nos programas desportivos um ambiente de guerrilha que contaminou ainda mais o ambiente.
24 Abril, 2017 at 11:01
Quarentena? mas querem acabar com o negócio do capo e seu sócio?!?
24 Abril, 2017 at 11:03
Os textos, como os homens, são eles e a sua circunstância. É esta que me leva a distanciar-me deste texto. A tese de que são todos “feios, porcos e maus” (explicitamente, as claques, implicitamente os dirigentes que as manipulam e instrumentalizam ao serviço dos seus interesses) é, no contexto atual, uma peça de branqueamento da impunidade que o estado lampiococus conseguiu para si mesmo.
No fim de semana em que o caudilho publicamente confessa que compra jogos, não há um jornalista – um que fosse! – que, diante do “lapsus linguae” (vão lá ler o Freud, se não se importam), sublinhando-o, o interpele de imediato para que esclareça que é aquilo de não ter conseguido comprar o jogo contra o Sporting?
Neste contexto, a censura putativamente neutra e ponderada do Luís Mateus – que não faço a mínima ideia quem seja ou qual seja a sua filiação clubista – dá inegavelmente muito jeito ao caudilho e aos seus serviçais.
24 Abril, 2017 at 14:21
O “lapsus linguae” do Vieira deu-me vontade de rir. A sério. Depois disso apoderou-se de mim uma sensação de tranquilidade e só pensava:
“… afinal não estás maluco, é tudo verdade”
24 Abril, 2017 at 11:23
Parece que a culpa foi dos adeptos do SCP estarem às 3 da manhã no arredores da pocilga, mas adeptos escarlates podem estar sem suspeitas nenhumas, os tais que por acaso até pertencem aos grupos ilegais.
24 Abril, 2017 at 11:23
Bons Dias, Caros Tasqueiros.
Antes de mais: apesar de eu (nem ninguém) não saber ainda exactamente as circunstâncias que ditaram o desaparecimento de uma vida humana, tal acontecimento é sempre de lamentar. Tudo indica que se tratou de um homicídio, e toda a perda de vida devido a um homicídio é uma tragédia.
Posto isto, e no que toca ao futebol (e ao desporto em geral) português, não tenho qualquer esperança que algo mude. Existe uma insensibilidade generalizada e, mesmo, institucional, perante a dimensão humana do desporto.
Dou o maior exemplo possível: o Sr. Rui Mendes foi assassinado numa final da Taça, na bancada do estádio, por um adepto do clube rival. O que aconteceu? Jogou-se na mesma o jogo, como se nada fosse.
Outros? Decorrem jogos de andebol e futsal enquanto alguns imbecis entoam cânticos desejando a morte a outros/celebrando mortes/etc. Que se faz? Continuam os jogos como se nada fosse.
Os Caros Tasqueiros que me perdoem, mas as “comunicações” trocadas entre o SCP e os milhafres (incluindo facebooks) depois da morte de um adepto foram não só inoportundas como imbecis como mesmo demonstrativas que a tragédia ocorrida mais não é do que (mais) uma arma de arremesso “político” para atirar ao rival.
Existem valores muito mais elevados que o da prática desportiva e do apoio à mesma. Entre eles o direito à vida, o direito à integridade física e, também, à decência nas relações interpessoais.
E ninguém quer verdadeiramente saber disto.
Nem os Clubes, nem as instituições que tutelam o desporto, nem o Governo, nem o Legislador.
Ninguém quer verdadeiramente “mexer” nisto. É impopular. Pode tirar votos. Pode tirar “apoios”.
A Justiça Desportiva é uma brincadeira, com multas ridículas, com sanções que ninguém respeita ou tentam evitar respeitar, sem penas verdadeiramente fortes e dissuasoras.
Haveria de chegar o tempo em que (por exemplo) um árbitro de andebol pudesse suspender o decurso do jogo quando detectasse tarjas ofensivas, e que pudesse exigir a retirada do recinto dos energúmenos responsáveis sob pena de o jogo não continuar.
Haveria de chegar o tempo em que um clube teria que disputar jogos à porta fechada quando os seus adeptos utilizassem materiais proibidos (a única sanção aplicada de jogos à porta fechada foi ao Leixões, por cânticos racistas. E quando os adeptos vandalizam o estádio adversário? E quando, através de tochas e petardos, atentam contra a integridade física dos presentes no estádio?)
Mas nada disto vai acontecer.
Porque o desporto português é uma quase-“selva”.
SL
24 Abril, 2017 at 11:28
Sim a final jogou-se, mas o SCP deveria de ter recusado jogá-la e não o fez.
24 Abril, 2017 at 11:51
Eu assisti a essa final, mas não vi o lançamento do “very-light” e o falecimento do nosso consócio. As entradas nesse dia estavam caóticas e só consegui chegar ao meu lugar na central passado meia hora depois do início do jogo, com o Sporting já a perder. Cá fora sabíamos do que se estava a passar pelo rádio.
Não só a final não foi interrompida, como depois tudo decorreu como se nada tivesse acontecido. Foi só um “azar”, nada podia parar a festa dos anormais. A única pessoa que alertou para a gravidade da situação foi o Jorge Sampaio, que era PR na altura. Para os trogloditas do mundo do futebol o beifica tinha ganho, por isso siga. Isto só num país de “neanderthais”.
24 Abril, 2017 at 14:35
Bem, diz a historia que o Sporting pediu para suspender o jogo, e que o carnide se recusou.
Não sei o que alegaram para tal, mas as noticias da altura relatam isso, e li algures que os jogadores do Sporting disseram que não queria mesmo continuar.
Mas sabemos que não depende de uma das partes. Ambas têm de concordar e as entidades que regulam têm de impor limites…. já nessa altura era a vitoria do carnide a qualquer custo que mais interessava.
Temos de recordar que o primeiro ministro abandonou o estadio ao intervalo, os adeptos do Sporting também e que os vermes continuaram a fazer a festa como se nada fosse.
25 Abril, 2017 at 9:22
Nada aconteceu não é bem assim.
Pessoas com alguma noção da realidade, mal perceberam o que aconteceu, abandonaram as bancadas, recusando participar num circo romano.
Eu fui uma dessas pessoas.
Não ter interrompido o jogo é a prova provada da barbárie instalada.
24 Abril, 2017 at 11:42
E há aqui uma coisa que me está a fazer confusão ainda não vi ninguém falar (posso ter sido eu a falhar e já terem falado nisto! Não li as últimas caixas de comentários).
Se o italiano estava num grupo de 30 ou 40 tipos que estavam a causar confusão, como é que foi deixado ao abandono? Separou-se dos outros e ninguém o viu ser atropelado? Estavam a fugir e continuaram mesmo depois do atropelamento?
24 Abril, 2017 at 12:18
a ti e a mim…
24 Abril, 2017 at 12:20
Tendo em conta que estavam em campo alheio será fácil adivinhar que estavam em minoria…
24 Abril, 2017 at 14:39
Segundo sei, eles marcaram uma sessão de porrada, como fazem os Hooligans tantas vezes. Essas sessões têm regras. Atropelar pessoal é claramente fora das regras.
Não que eu concorde com o que eles fazem, mas até na Suica esses tipos param os comboios para sairem em descampados e andam à porrada durante uma ou duas horas antes de voltarem para o comboio….. acontece em todo o lado.
Agora, quem comete um crime tem de ser condenado. Se os outros fugiram não me interessa. Cabe à policia investigar e condenar quem o fez. Não importa o clube a que pertenca.
24 Abril, 2017 at 14:52
Pelo que li num jornal, os adeptos estariam distribuídos por vários carros e quando abandonaram rapidamente o local não se terão apercebido que faltava um.
Mas isto vale o que vale, estamos ainda numa altura que em é difícil filtrar o que efectivamente aconteceu.
24 Abril, 2017 at 12:18
As claques serem ou não legalizadas para mim é o menos importante no meio disto tudo, as forças policiais e a PJ sabem muito bem quem são os elementos que estão inseridas nos grupos, os spotters fazem o trabalho de reconhecimento não só nos dias de jogo e propriamente no jogo.
E já agora quantos dos que andam com as claques não pertencem à mesma?
O mais importante é a impunidade com que pessoas agridem, roubam, matam, arremessam engenhos de forma a causar dano, ofendem verbalmente sem que nada, absolutamente NADA lhes aconteça, quando há câmaras espalhadas por tudo o que é sitio e é fácil de identificar quem quer que seja.
Assim como, e ainda a semana passada isso aconteceu, entram em estádios pessoas que são procuradas pela policia (neste caso internacional) como se nada se passasse.
25 Abril, 2017 at 9:11
Tu és o Eusébio?
:))
24 Abril, 2017 at 12:23
Não foi à toa que não viram o Sampaio por aqui nos últimos dias depois do jogo.
Não me apetece dizer nada. Não vi programa algum. Nem vou ver esta semana.
Perdeu-se a dignidade pela vida humana.
Futebolinho de merda este “nosso”…
Mete nojo ver o Sporting misturado com isto.
Um dia proponho o impossível… Que se extinga o Sporting para que o Sporting uistas possam ter alguma paz de alma neste país governado pelo nacional lampionismo.
24 Abril, 2017 at 13:00
Cansado deste futebol de merda, com dirigentes de merda…comentadores da treta…adeptos fanáticos que n se respeitam.
E aqui to dos tem culpa…n vale a pena andar a apontar o dedo a A ou B…todos!!
24 Abril, 2017 at 13:05
Como anda muita poeira no ar, vale a pena recordar que:
– Nos tempos de domínio azul e branco, PdC e Reinaldo Teles chegaram a aventurar-se no negócio da droga (coca) e chegaram a usar o autocarro da equipa para a transportar.
fontes:
– https://postimg.org/image/viq4imnbd/ (Golpe-de-estadio – Marinho Neves-_pag_27)
– (Golpe-de-estadio de Marinho Neves)
mega:#!nptTQAyI!KJClW0FhShvL1IR83JrY_qTAzqjMozM3tBqdwXzWb88
– Quando LFV entrou no futebol aliou-se a PdC e foi seu delfim
fontes:
http://www.cmjornal.pt/desporto/imprimir/tao-amigos-que-nos-fomos
24 Abril, 2017 at 13:23
Em 2005 após o seu primeiro título (roubado ao Sporting), Vieira dá uma entrevista épica ao Herman Sic, de onde se pode extrair vários tesourinhos:
– https://youtu.be/d2V54Dho9r0?t=91
(Aqui fala da sua forte ligação ao seu motorista, o Zé, que mais tarde foi apanhado com coca num carro do clube)
– https://youtu.be/d2V54Dho9r0?t=139
(Depois Herman aborda o boato sobre o enriquecimento ilícito de Vieira à custa do tráfico de droga)
– https://youtu.be/d2V54Dho9r0?t=335
(Aqui Herman assume que foi um fiel cliente e que “fartou-se de comprar jantes”)
24 Abril, 2017 at 13:23
– https://youtu.be/d2V54Dho9r0?t=632
(O assunto da droga é novamente abordado, e Vieira diz que nunca teve ligações com ninguém desse ramo… )
– https://youtu.be/d2V54Dho9r0?t=677
(Aqui relata o que disse ter sido um dos piores dias da sua vida quando teve uma operação policial de busca de droga a um contentor de pneus… “pensando eles que ainda havia lá algo lá”, palavras de LFV.)
24 Abril, 2017 at 13:27
Em 2012, após uma luta quente entre azuis e vermelhos pelo título e após trocas de acusações entre as comadres, PdC e LFV, os azuis respondem em comunicado:
http://desporto.sapo.pt/futebol/primeira_liga/artigo/2012/05/25/burros-nao-sao-os-que-acreditam-na-mudanca
onde se destaca esta passagem:
“Burros são os que confundem risco com linha, ou que julgam que coca-cola só tem quatro letras.”
24 Abril, 2017 at 13:30
Em 2016 rebenta o caso do tráfico de droga na Luz (Porta 18), com as instalações do clube, veículos e funcionári(o)s envolvidos:
http://www.dn.pt/sociedade/interior/operacao-porta-18-ze-do-benfica-revela-esquema-de-trafico-5254005.html
http://www.jn.pt/justica/interior/diretor-do-benfica-tinha-codigo-em-futeboles-para-o-traficoatencao-a-ponte-de-jerusalem-5019152.html
http://www.sabado.pt/portugal/detalhe/ze-do-benfica-traficava-cocaina-para-pagar-tratamentos-da-filha
24 Abril, 2017 at 13:31
Conclusões?
24 Abril, 2017 at 13:49
UM ESCÂNDALO!!
Para mim, a PJ só fez um favor aos lampiões ao “desmantelarem” a rede “Porta 18”. O Vieira continua como quer e a fazer o que quer, o empregado dele, também dirigente do antro, é que levou com as culpas.
Aquilo estava a ser muito à descarada (o tráfico a ser feito no próprio estádio, precisamente porque ali não contavam ser incomodados) por isso levaram um “aviso”, para que a “instituição” não seja manchada. Mas alguma vez o “orelhas” podia ter maior “seguro de vida” do que ser presidente do beifica? Mesmo quando ele cair, duvido que algum dia tudo seja público, para que a imagem daquela merda não fique na lama. Só se algum órgão de comunicação social estrangeiro se interessar por isto é que se vai saber tudo.
24 Abril, 2017 at 14:09
O que é que isso tem a ver com as claques combinarem encontros para andar à porrada?
24 Abril, 2017 at 14:41
Talvez o pó seja dominador comum.
25 Abril, 2017 at 9:15
Mas tu achas que uns gajos andam à porrada por nada???
Sei que não acreditas no Pai Natal! 😉
24 Abril, 2017 at 13:09
Mais uma morte a lamentar. A vitima um dos nossos, o homicida outro lampião.
Os midia parecem estar silenciados. Desconhecem-se as circunstâncias mas as autoridades dizem ter identificado o criminoso mas pergunta-se, porque ainda não está preso? Deixaram-no fugir? Será que lhe foi concedida a imunidade pelo Estado Lampiónico?
24 Abril, 2017 at 17:56
A minha aposta é que o cartel já o pôs em País seguro (sem extradição). O tipo podia lembrar-se de contar umas coisas interessantes em troca de lhe reduzirem a pena. Assim o cartel joga pelo seguro e o Capo de tutti Capi mantém a aura de Estadista.
24 Abril, 2017 at 13:36
Texto muito interessante e vai muito ao encontro do que eu penso…
Para mim faço apenas um reparo. O que aconteceu na sexta acontece em todo o mundo, incluindo (apetece dizer especialmente) em Inglaterra. E isto é incontrolável.
A posição no futebol só pode ser dentro dos recintos de jogo. Aí há muito trabalho a ser feito mas era preciso coragem para isso que foi o que aconteceu em Inglaterra. Que um grupo de adeptos, seja de claque ou não se juntem para a porrada numa sexta à noite na via pública…isso é incontrolável e para mim não ponho no mesmo patamar do que é a discussão de claques e do comportamento enquanto tal.
Sobre o que aconteceu sexta só quero que seja investigado, tudo apurado e os culpados castigados severamente. Pode conduzir a uma discussão sobre as claques mas não me parece que seja evitável…a discussão que eu quero ver em torno das claques é dos comportamentos enquanto tal. Seja nos recintos de jogo seja a caminho dos mesmos.
O que fazem fora disto é caso para a PJ investigar como qualquer outro assunto de gangue e não de claque…
24 Abril, 2017 at 13:48
É simples…alguém acha que acabando com as claques se acabava com esta cena de porrada?! Não!
Trabalho sobre claques: comportamento enquanto tal nos recintos e a caminho deles. Aí faz TODA a diferença serem legais ou não.
Trabalho sobre Gangues: não há gangues legais. Sejam eles pertencentes ou não a claques. E por isso seja quem for que seja apanhado numa cena destas (com ou sem mortos) é para ser punido severamente. Tal como se fosse 2 gangues na cova da moura à porrada.
24 Abril, 2017 at 13:45
Não há inocentes. Mas nem todos são culpados.
Não fosse o amor ao Sporting e o futebol em Portugal para mim seria passado.
24 Abril, 2017 at 14:06
Lamento a morte, embora seja inaceitável a rixa combinada entre elementos de claques ou adeptos!
Mas tu vês o estado a que o Estado chegou quando vês 1.º ministro e ministro das finanças lada a lado com um dos maiores caloteiros do Estado (ex-BES). Aí perdi toda a esperança!
Por isso, neste momento, cada vez faz mais sentido o cântico dos super dragões.
24 Abril, 2017 at 14:50
É impressionante o abafar da CS ao assassino que ia a conduzir o carro e atropelou mortalmente o adepto italiano.
Nos dias de hoje em que tudo se sabe, já alguém sabe quem era o gajo? Não sai nada cá para fora. Os filhos da puta dos lampiões controlam a CS toda.
24 Abril, 2017 at 17:59
Tenho duas hipóteses para isso: uma, é que estão de facto a proteger a identidade para o tipo ter mais hipóteses de escapar.
A outra é o contrário dessa: a bófia quer mesmo apanhá-lo, mas primeiro do que os elementos da claque do Sporting. Se pusessem a identidade dele cá fora, podia haver alguém que se lembrasse de fazer justiça pelas próprias mãos.
24 Abril, 2017 at 14:50
Muito se tem falado, e eu questiono, o individuo assassinado era membro de uma claque do Sporting?
Acabem com essa ideia que o problema está na claque, o problema está na sociedade, ou será que nos bairros onde há assaltos, homicidios e outros crimes pertencem a claques?
O problema vai muito para além de uma claque, como por exemplo o defender ou ignorar (neste caso é praticamente o mesmo) actos de violência e instigar a tal como faz o presidente da associação criminosa de carnide.
24 Abril, 2017 at 15:30
Pelas informações disponíveis o indíviduo foi assassinado numa rixa de claques.
25 Abril, 2017 at 9:23
Estás aquerer branquear este assunto Eusébio… aí aí
25 Abril, 2017 at 10:25
Ninguém sabe ao certo o que se passou, mas tudo caga sentenças consoante as preferências clubísticas.
O condutor era um desgraçado que se despistou sem querer porque ia a fugir a umas pedras; ou era um malfeitor que lhe passou por cima de propósito 10 vezes.
Tristes reacções, usando a morte de uma pessoa. Ainda nos surpreendemos quando brotam os trumps e lê pens.
Investigue-se porquê, como, quando e quem.
24 Abril, 2017 at 19:13
Justificar a morte do adepto por estar a fazer merda no estádio amda luz é assumir que um crime deve ser punido com morte!
Simples, vindo de quem não sabe o que é justiça e código penal
24 Abril, 2017 at 19:52
Uma Pessoa, um Sócio da Juve e do Sporting Club de Portugal foi assassinado pela mesma turba que, graças à intervenção da Polícia não conseguiu matar, a mando de VIEIRA, Jaime Marta Soares, o Presidente da nossa Assembleia Geral.
O Ditador Terrorista do Estado Lampiâmico quer proibir Pessoas sejam elas Portuguesas ou estrangeiras, de passearem livremente pelas ruas de Lisboa. A simples presença de seres humanos nas ruas de Lisboa é uma intolerável provocação ao Fundamentalismo Terrorista Lampiâmico do qual o VIEIRA é o principal instigador e coordenador. É aquele a mando de quem todo o vandalismo terrorista é levado a cabo em Lisboa, do tráfico de droga, ao tráfico de armas de guerra, à lavagem de dinheiro é encabeçado pelo Estado Lampiâmico e consequentemente, o receio de que alguém vá espreitar para lá da porta 18, resulta no que se viu: – Homicídios perpetrados e planeados, incentivados e instigados a frio, pelo criminoso que o benfica colocou à frente do seu triste destino.
Ainda ontem ao referir isso mesmo ( que interpreta como acto de provocação ao Fundamentalismo Lampiâmico, o passeio noturno de cidadãos da UE pelas Ruas de Lisboa) ficou no ar a ameaça de que quem se dedique aos passeios nocturnos será de imediato assassinado pelo Lampionismo sem nome que apoia e fomenta.
Cobarde de merda! Para ele bardamerda não chega, tem de ser um tiro nos cornos! Quanto mais depressa melhor.
25 Abril, 2017 at 1:10
O EL decretou o recolher obrigatório e os nossos não respeitaram…
25 Abril, 2017 at 10:12
Tu acreditas mesmo nisto que escreves?
25 Abril, 2017 at 10:21
Ontem, século xxi, assisti na TV a um debate em que se discutia a pertinência da vacinação.
As baboseiras que se dizem no que respeita aos assuntos da bola fazem muito mais sentido agora.