Miguel Maia, João Simões, João Fidalgo e Afonso Reis são os primeiros quatro nomes confirmados para defenderem as nossas cores no regresso do voleibol, 22 anos depois, correndo hoje o rumor de que Guille García, uma das maiores figuras da seleção argentina de voleibol, pode estar a caminho do Sporting.

Afonso Reis, de 17 anos, chega do Sporting Clube das Caldas da Rainha e “Não podia estar mais contente por vestir as cores do Sporting CP, o meu Clube desde nascença. Espero dar muitos títulos ao Sporting CP neste Pavilhão e acho que estar ao lado destas grandes estrelas, muitas delas da Selecção Nacional, com muitos anos de voleibol e presenças nos Jogos Olímpicos, é uma das razões que aumentou a minha felicidade. Vou aprender muito ao lado deles e espero evoluir, esperando que a minha presença no Sporting CP seja longa”.

Apesar da juventude, Afonso tem sido dado como uma promessa da modalidade, sendo chamado por diversas vezes à equipa nacional. Diz que pode acrescentar “criatividade”, mas quer ‘beber’ o máximo de experiência possível: “Comecei a jogar aos seis anos. Também já me dediquei ao vólei de praia, integro as Selecções Nacionais desde os 12 anos e vou a estágios e competições internacionais. Sou distribuidor como o Miguel Maia e espero dar criatividade e juventude à equipa. Não sei o que posso conseguir mais para a equipa, mas quero aprender ao lado deles, de forma a competir o melhor possível”.

Perguntámos ao distribuidor como será competir pelo lugar com Miguel Maia e o jovem exibiu-se honrado pela oportunidade, daquele que sempre foi um jogador que se habituou a admirar: “O Miguel é uma  referência tanto em pequenino como agora. É talvez o melhor jogador de sempre do voleibol português e internacionalmente também é muito reconhecido. Sempre o ‘tomei’ como uma referência e ainda o faço nos dias de hoje”. Entretanto, Afonso, para além de ter sido convocado para a Selecção indoor, vê também o seu nome na lista de eleitos para a Selecção de voleibol de praia, tendo em vista a participação em vários torneios internacionais, incluindo o Europeu da modalidade.

João Fidalgo é a primeira cara da defesa do voleibol Sportinguista. O ex-Académica São Mamede chega ao Clube do coração e promete galvanizar os associados com os voos em zona recuada: “Mais valias? É melhor as pessoas irem conhecendo o meu jogo [risos]. Na posição de líbero, desempenham-se as funções defensivas da equipa. Jogo com a camisola de cor diferente e só alinho nas três posições recuadas do campo. Normalmente, estes atletas são conhecidos por transmitir uma energia positiva à equipa, com defesas que galvanizam a equipa. Temos de ser seguros no momento da recepção, cumprir com rigor a função e ter o ‘lado’ de puxar pela equipa. São habitualmente atletas com garra, que estão associados a esses momentos de motivação. Não fugirei à regra”.

Habituado a finais, fruto da experiência no Campeonato Nacional e na Selecção das Quinas, Fidalgo salienta que, à medida que se disputam troféus, sobe a confiança e a crença nos atletas: “Jogo voleibol desde que me conheço. O meu pai é natural de Espinho e é treinador. A nível sénior, já estive no Vitória de Guimarães, no Fonte do Bastardo, onde fui campeão nacional, e na Académica São Mamede, na última época. Muitos dos atletas que aqui estão são experientes em jogar finais, em ganhar títulos. Há muitos com mais de 10 títulos nacionais, relevando claramente o Miguel [Maia]. Jogaram muitas finais e isso faz a diferença e dá experiência nesses momentos. Tive oportunidade de jogar algumas no Fonte do Bastardo, tanto em campeonato como na Taça de Portugal, algumas perdendo, outras ganhando. Depois de jogar a segunda, terceira final, vai sendo diferente. Vamos sentindo mais capacidade e isso acaba por ajudar. No Sporting CP pode ser uma das mais-valias, até por termos uma construção experiente para lutar por competições”.

O líbero vincou a ligação ao Clube e deu conta da motivação do plantel por fazer parte do regresso da modalidade ao emblema verde e branco: “Tenho vontade de ser campeão. Só fazia sentido o Sporting CP regressar, já que havia uma ânsia dos adeptos em voltar a ver voleibol no Clube, sendo que isso se nota nalguns dos atletas que aqui estão. Somos Sportinguistas, Sócios do Clube, no qual me incluo. É uma coisa fantástica estar a cumprir este sonho. Obviamente que, tendo este conjunto de atletas ao dispor, o Sporting CP só pode pensar em lutar por todos os títulos”, explicou, antes de valorizar a nova casa das modalidades: “É fabuloso estar aqui no regresso da modalidade, com pavilhão novo. A ambição é enorme e os adeptos vibram nas modalidades que acompanho habitualmente. Certamente que, no Pavilhão João Rocha, esse apoio vai maximizar-se ainda mais. Estamos ansiosos pelo começo e por ter os adeptos do nosso lado, querendo brindá-los com vitórias e títulos”.

João Simões foi o segundo voleibolista a assinar contrato com o Sporting CP após o regresso à modalidade 22 anos depois. O atleta de 31 anos conta com presenças na Selecção Nacional e vários anos ao mais alto nível em Portugal, em passagens por Esmoriz, Espinho, Castêlo da Maia e Fonte do Bastardo. Pelos açorianos conseguiu, inclusivamente, ser campeão nacional (2016), experiência que considera relevante para o desafio no Clube pelo qual sofre: “Já consegui alguns títulos. Nos últimos anos, consegui cimentar a minha carreira. Tanto pelo Campeonato Nacional ganho no Fonte do Bastardo como pela Taça de Portugal conquistada pelo Espinho [em 2017, diante do Benfica]. Penso que tenho experiência neste campeonato. Já jogo há 15 anos e também tenho experiência na Selecção Nacional, daí que o Sporting CP tenha apostado em mim. Em termos pessoais, é um enorme orgulho jogar neste emblema, o meu Clube de coração desde pequeno”.

Habituado a jogar perto da rede, a altura de 1,94 poderá fazer algumas diferenças tanto a ganhar pontos como a evitar ‘tiros’ contrários: “Jogo na zona quatro. Sou entrada da rede, considero-me mais forte na recepção, mesmo sendo atacante receptor”.  Entrevistado no dia da inauguração do Pavilhão Rocha, João Simões realçou a vontade de jogar na nova fortaleza de Alvalade e de aí trabalhar para lograr muitos títulos: “O dia de hoje [21 de Junho] é muito importante para a modalidade, mas não só. Dá-se a inauguração do Pavilhão, que fazia falta ao Sporting CP. Será uma casa para todas as modalidades e espero que seja uma época cheia de títulos. Quem vem para este Clube tem de vir com esse pensamento. Venho com esse propósito: trazer o maior número de títulos possível”, antes de confessar o prazer de integrar o regresso do voleibol aos leões: “Infelizmente, nunca vi o Sporting CP a jogar voleibol. Fico muito feliz pelo projecto para a modalidade ter recomeçado e poder fazer parte desta equipa”.

Sem necessitar de apresentações, Miguel Maia foi o primeiro nome revelado para atacar “todas as competições em que estivermos inseridos”. Palavras de um dos melhores voleibolistas portugueses de sempre que, com a verde e branca ao peito (1991/1994), conquistou três Campeonatos Nacionais consecutivos, uma Taça de Portugal e duas Supertaças.  “Este era o desejo dos amantes de voleibol, até porque o Sporting CP viveu grandes momentos nesta modalidade. É mais um regresso de topo nesta reestruturação promovida pela Direcção”, destacou o ex-treinador-jogador do Sp. Espinho. Miguel Maia não esqueceu o período dourado que viveu na secção leonina, algo que espera repetir na próxima temporada. “Temos de ter os pés bem assentes no chão. Contudo, teremos equipa para lutar por títulos. Já me imagino no Pavilhão João Rocha com as bancadas lotadas”, concluiu.