O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, utilizou as redes sociais para reagir às acusações de Paulo Pereira Cristóvão, lamentar a tentativa de destabilização e clarificar a situação.

«Em face de ter sido informado que amanhã [hoje] e quinta-feira vão sair notícias que, pelo seu impacto, desviam as atenções dos problemas gravíssimos que atingem o futebol português e que não envolvem o Sporting CP ou o seu Presidente, vejo-me lamentavelmente obrigado a vir a terreiro antecipar este esclarecimento.

Numa altura em que o Sporting Clube de Portugal apresenta grande estabilidade financeira e com resultados de que todos podem orgulhar-se, em que no plano desportivo está sólido e coeso e a lutar por todos os objectivos a que se propôs, em que o seu Presidente por via da boa reputação de que goza e pelo bom exemplo que representa é convidado a participar na mais importante feira de tecnologia e empreendedorismo do mundo, é deplorável que o ex-sócio Paulo Pereira Cristóvão venha tentar desestabilizar o nosso trabalho e o Clube com uma queixa ao MP que está, seguramente, no top 3 das mais estúpidas que tenho visto ultimamente. Essa queixa foi-me dada a conhecer hoje pela Revista Sábado.

Vamos então analisar por partes a dita queixa / calúnias:
– Ao contrário do que é dito, à excepção da Fundação Aragão Pinto que, como é sabido, está em processo de encerramento, não tenho qualquer empresa, ou parte de empresa ou participação em empresa em nenhuma parte do mundo;

– Ao meu serviço, da mesma forma que a restante administração da SAD, tenho um carro atribuído para uso profissional. Infelizmente, por indicações da Direção de Segurança do Sporting CP, sou aconselhado, eu e a minha família, a utilizar para tudo viaturas institucionais. E aos mais esquecidos lembro que, do meu casamento, saí num carro clássico que fui eu que paguei;

– A Administração a que me honro de presidir nunca prolongou qualquer contrato com a empresa Casa do Marquês de José Eduardo. O que fizemos, como pessoas de bem, foi honrar o que existia e já vinha de trás. Sucede que esse contrato está a terminar, e o que decidimos fazer, há vários meses, foi denunciar o contrato não permitindo a renovação automática prevista, mas sim, algo que devia ser enaltecido pela transparência que significa, abrir um concurso para a prestação do serviço de catering. Diz também que o José Eduardo, insinuando assim favorecimento, expandiu o seu negócio para a Academia. Ora, a menos que tenha comprado a Eurest, o que desconheço, não é verdade. Mais uma mentira. E ainda fala sobre sobre o meu casamento, sendo que é verdade que foi a Casa do Marquês que serviu o Copo de Água, mas fui eu que paguei tudo do meu bolso;

– Também se pretende acusar-me de levar elementos da minha família em viagens pagas pelo Clube. Que fique muito claro: Nunca o Sporting Clube de Portugal teve qualquer custo com deslocações a Núcleos, Estágios ou Academias. Nem sequer comigo, que sou Presidente. A prática é simples: quem convida ou organiza as viagens é quem paga, sem nunca onerar o Clube ou a SAD;

– Ainda levanta suspeitas sobre a transferência de Rúben Semedo para “pasme-se” o Newcastle…. Então é facílimo de desmascarar, uma vez que os documentos são públicos. Houve de facto uma reunião em que estiveram presentes o agente João Pinheiro e um agente inglês seu parceiro. Disseram poder trazer uma proposta do Newcastle de 14 milhões e, na sequência da reunião, elaborou-se um documento em que se relatava a mesma confirmando a disponibilidade do Sporting CP para fazer a venda por aquele valor. Mas a verdade é que a proposta não passou das intenções e nunca chegou. E só por ignorância ou má fé é que se ignora que o atleta se transferiu por 14 milhões para o Villareal de Espanha, sem qualquer interferência do agente João Pinheiro;

– Por fim ainda se tenta atacar com o negócio da compra do Tanaka. Em primeiro lugar, nunca o agente João Pinheiro ou a sua empresa tiveram qualquer envolvimento na transferência do jogador para o Sporting Clube de Portugal. Os envolvidos foram a empresa Bisc do agente espanhol John Baez que detinha os direitos económicos do atleta, e uma figura estranha de nome Paulo Emanuel Mendes (que mais tarde vim a saber ter ligações a Paulo Pereira Cristóvão) que em boa hora acabou por não ter qualquer papel no negócio, e o Kashiwa Reysol, clube japonês em que Tanaka estava inscrito e por isso detinha os direitos federativos. O agente fez-nos saber que o preço era 750 mil euros. É bom saber que estávamos numa época em que o TPO ainda era permitido. Assim sendo, o negócio fez-se pelos 750 mil euros, sendo que 500 mil foram para a Bisc pelos direitos económicos e 250 mil para o Reysol para pagar os direitos federativos. Ou seja, não houve nenhuma alteração como se pretende fazer crer na queixa;

Perguntam-se e com razão porque estou a escrever isto tudo. É simples: como disse no início, é deplorável que se tente lançar lama para cima de um Clube como pretende o ex-sócio Paulo Pereira Cristóvão, fazendo esta queixa / calúnias chegar aos jornais. Quem quiser saber a verdade sobre tudo isto, ela está aqui. Quem quiser dar guarida ao que diz o dito sujeito é lá consigo. O departamento jurídico da SAD dará seguimento a mais uma queixa contra este indivíduo por mais estas calúnias que decidiu produzir»

bruno

 

Caso não tenhas lido, fica aqui o comunicado de PPC que conduziu a esta resposta do Presidente.

“Na última sexta-feira, fomos todos brindados com mais um monólogo dos muitos a que Bruno Miguel Azevedo nos vem habituando, o qual, em plena AG e sem que nada o justificasse, falou aos poucos sócios de uma carta que o Conselho Fiscal do Clube havia recebido nesse mesmo dia. Disse Bruno Miguel que eu e o consócio João Paiva dos Santos, havíamos pedido ao CF a sua suspensão mas que poderíamos ficar descansados que os estatutos do nosso “amado” clube não iam ser violados”, começa por referir Paulo Pereira Cristóvão. 

“Bruno Miguel não é somente hipócrita, Bruno Miguel é também mentiroso como iremos explanar, senão vejamos:

1.º Ninguém pediu a sua suspensão. O que se pede ao Conselho Fiscal é que este atue disciplinarmente sobre o sócio Bruno Miguel Azevedo porquanto contra ele correrem, pelo menos, dois processos-crime (que foram devidamente identificados) pela prática em abstracto de dois crimes de difamação agravada, um crime de devassa da vida privada por meio informático e um crime de incitamento à prática de crime, ilícitos estes praticados contra sócios do Sporting Clube de Portugal e em exercício de funções de presidente por parte de Bruno Miguel Azevedo.

No seu monólogo omitiu este “pormenor” aos sócios e fê-lo de forma voluntária por forma a que a sua encenada vitimização corresse bem.

2.º Na mesma carta, que aliás está à disposição de todos aqueles que a quiserem ler, foram esmiuçados actos praticados pelo ainda presidente, julgados e condenados nas instâncias desportivas e que terão necessariamente que obter consequências disciplinares internas sob pela daquele Conselho Fiscal passar a imagem de que não será mais que um órgão fantoche nas mãos do funcionário que ocupa a cadeira da presidência.

3.º Não deixa de ser estranho que uma carta recebida na sexta-feira pelo órgão fiscalizador do Clube, acabe de imediato nas mãos do fiscalizado sem mais. Isto indicia que provavelmente os Sporting actual esteja simplesmente sem entidade que o fiscalize de acto.

4.º Falou Bruno Miguel sobre um processo disciplinar que estaria a correr contra mim. Mais uma vez omitiu aos sócios que o tal processo que fala não existe e não existe porque, conforme foi em tempo divulgado, azevedo, o presidente do conselho fiscal e o advogado sócio do Benfica contratado e pago pelo Sporting, foram incompetentes ao deixarem expirar prazos que são prazos de lei e não prorrogáveis, não podendo ao fim de cinco anos querer fazer procedimentos disciplinares que em 2012 tinham 90 dias para serem encetados.
Por isto, não há qualquer processo e se porventura este Conselho Fiscal promíscuo com Bruno Miguel, lhe quiser fazer a vontade de tentar eliminar as vozes que não se submetem, então será altura de pessoalmente responderem nos tribunais civis e se necessário for, será nestes tribunais que esse CF será dissolvido.

5.º O que se refere igual naquela exposição é que o Bruno Miguel com tanta suspensão que tem vindo a acumular, neste momento é um presidente em suspenso. Isto é factual”, pode ler-se no longo comunicado do antigo dirigente do Sporting.