Fim-de-semana de início de competição para dois dos principais escalões de formação do Sporting acompanhados da estreia da recém-criada equipa sub23.

Uma primeira jornada extremamente positiva para a rapaziada que tem a missão de crescer, formar-se e honrar a tradição de Alcochete, depois de um Verão marcado por muitas desilusões (criadas por jogadores e pelo próprio clube). Nunca como antes foi tão importante estabelecer a importância que a nossa formação deve ter na vida desportiva do clube, nunca como antes foi tão importante rever os valores, os projectos e as ideias que queremos para o futuro de um Sporting que vive muito dos atletas que consegue lançar. E nunca, pelas dificuldades apresentadas no planeamento desta temporada e pelo período conturbado vívido, foi tão difícil integrar jovens jogadores que acabam de sair dos escalões de formação.

Como primeiro aspecto positivo, destaco a presença em grande número de jogadores formados no Sporting presentes na equipa sub23, em claro contraste com aquilo que acontecia na equipa B. Leonardo Ruiz, De Wit, Túlio e Jatobá são algumas das excepções num plantel composto maioritariamente por ex-juniores, numa aposta que me parece coerente com o projecto desta nova competição. Jamais faria sentido continuar a comprar para aquela que deve ser uma verdadeira extensão da formação e para um campeonato que não entra nas contas das competições profissionais em Portugal.

Tiago Djaló, Tomás Silva, Diogo Brás, Elves Baldé e Ricciuli têm ainda idade de junior e acredito que até possam vir a ajudar os sub19 numa altura de apuramento de campeão. Para já, de destacar a sua presença num patamar mais exigente e a aproximação que poderão ter à equipa principal. Existe muito talento e qualidade para enriquecer a equipa A ao longo da temporada. Aliás, a integração de Miguel Luís dá-nos alguns sinais positivos nesse aspecto. Mas a exigência, pressão e falta de recursos a que está sujeito José Peseiro fazem adivinhar muitas dores de cabeça para os adeptos ao longo desta época. Numa altura em que procuramos laterais esquerdos (tendo Abdu nos sub23) e avançados (tendo Marques e Ruiz nos sub23) concluímos rapidamente que o treinador será muito mais pragmático do que romântico e é, aliás, um dos poucos que não me parece culpado naquele que tem sido o deficiente planeamento da integração de jovens atletas na equipa principal.

Neste momento, e para fechar as contas neste campo, o Sporting tem ao serviço de José Peseiro 6 jogadores formados nas suas escolas (Jovane, Mané, Matheus, Nani, Miguel Luís e Maximiano). Números manifestamente fracos (de recordar que o Sporting com JJ chegou a utilizar 14 atletas da casa numa temporada) e que têm de ser urgentemente aumentados por todos aqueles que vierem a assumir a direcção desportiva deste clube. Sabemos todos que muito do que aconteceu este Verão é responsável por uma taxa tão baixa (naturalmente que Podence ou Rafa Leão estariam neste plantel) mas não podemos nunca ignorar as dispensas de Palhinha, Geraldes, Barbosa ou Domingos Duarte numa altura em que procuramos desesperadamente opções de qualidade com o pouco dinheiro disponível.

Tenho esperança, fé ou convicção de que até terminar esta longa época, José Peseiro terá lançado mais jogadores de Alcochete, de forma a garantir a competitividade futura do clube e de forma a provar que ele próprio pode ser solução a médio prazo.

Para finalizar, os Juvenis entraram em força na sua Série, goleando o CADE por 10-0 num jogo que pouca história tem para contar. Joelson, Gonçalo Batalha, Daniel Rodrigues e Tiago Tomás foram alguns dos destaques positivos de uma equipa que tem muitos dos nossos campeões nacionais de Iniciados e que espera levar a qualidade mostrada a temporada passada, desta vez no patamar superior. Já os Juniores, arrancaram com uma vitória por 2-0 frente ao Setúbal, mas não foram disponibilizados os marcadores ou mais informações em nenhuma plataforma. Muita curiosidade para ver o que conseguem esta temporada jogadores como Bernardo Sousa, Bavikson, Félix Correia, Goulart ou Carpintier ao serviço de Pedro Venâncio.

*às terças, a Maria Ribeiro revela os seus apontamentos sobre as novas gerações que evoluem na melhor Academia do mundo (à excepção do Dubai)