E eis que depois da tempestade vem a bonança. Depois da preocupante derrota no Pavilhão da Luz voltámos a casa e às boas exibições vencendo e convencendo o Braga por 6-1. Excelente reacção do talentoso grupo que temos, e em particular do nosso treinador.
Antes da análise ao jogo e aos artistas, um enquadramento: se leram a última crónica, terão percebido a ideia de que o nosso futsal estava a precisar de mudanças, sobretudo ao nível da rotação. E foi isso que aconteceu. Não sei se o Nuno Dias a leu mas a verdade é que promoveu exactamente as alterações na rotação que referi. Dieguinho perdeu minutos e a titularidade (embora titularidade seja um conceito pouco aplicável no futsal), Cavinato ficou de fora e Pany perdeu minutos na rotação. Para os seus lugares subiram Rocha e Alex sendo que os restantes minutos foram distribuidos e, claro, uns rebuçados para a miudagem caso o jogo permitisse, como veio a acontecer.
Entrámos fortes na primeira parte, a querer virar a página do jogo anterior e com intenção de mostrar aos adeptos que se deslocaram ao João Rocha que o fim-de-semana passado não é para esquecer mas antes para aprender. Esse processo de aprendizagem, que é uma das características intrínsecas desta secção, passaria sempre por encarar todos os jogos, sobretudo os próximos, como se o adversário de chamasse sempre Inter, Barcelona, Kairat ou Benfica. E foi esse o sinal deixado na quadra frente a uma boa equipa, com um excelente treinador mas que não passa um bom momento actualmente.
Primeiro, foi Rocha que na sua típica jogada em protecção do lado direito e a ganhar espaço no centro para finalizar permitiu duas boas defesas ao Victor Hugo. A equipa mostrava mais disciplina com bola, mais respeito pelas movimentações dos jogadores e mais intensidade na pressão. O golo não tardaria com uma transição inventada pelo Alex que colocou a bola redondinha para um isolado Rocha finalizar sem dificuldade. Depois do primeiro golo fomos imediatamente à procura do segundo que surgiu pouco depois numa tabela entre Rocha e Léo com este último a ganhar a zona frontal e a fuzilar como tão bem sabe dos 9 metros. O nosso jogo fluia como ainda não se tinha visto este ano, o Braga era totalmente inofensivo e a nossa superioridade teria, obrigatoriamente, de ser reflectida no placar dada a excelente qualidade do futsal que estávamos a praticar.
O 3-0 chegou via canto com Dieguinho a fuzilar dento da área num lance caricato que leva a bola a embater nos dois poste e nas costas do Victor Hugo antes de entrar. Até que o Braga reagiu, como tinha de o fazer pela equipa e treinador que têm. Subiram as linhas de pressão e começaram a criar algumas situações de finalização, em particular três sem oposição e já perto/dentro da área onde André Sousa revelou o porquê de ser o GR titular do campeão europeu. Ainda antes do golo que o Braga fez por merecer, o momento artístico da tarde: Merlim tem a bola na sua zona preferencial e em transição, Victor Hugo, que de baixinho não tem nada, está adiantado e o mago levanta-lhe a bola por cima fazendo-a beijar a trave. Champanhe de qualidade com a marca registada do mago Merlim. De seguida o nosso ex-pivot Cássio fez o 3-1 mas nesta altura o jogo podia, porque é de futsal que falamos onde a quantidade de oportunidades vale menos do que a qualidade, perfeitamente estar em 3-2 ou mesmo em 3-3 como podia estar já em 4 -1 ou 5-1. E chegou o intervalo com o público satisfeito com o que estava a ver na quadra.
Naturalmente, a segunda parte foi ditada pelo resultado já de três golos de diferença e para que o Braga voltasse ao jogo era necessário reduzir rapidamente. Aconteceu precisamente o contrário num lance de penalty claro que Dieguinho converteu sem problemas. Uma nota negativa para um lance que começa a ser recorrente em André Sousa, a forma como perde a noção da baliza com a equipa subida e sem bola e em situação de completo controlo: Coelho faz uma chapelada da sua área e a bola não entra por muito pouco. No ano passado levámos um golo desta forma na final. Inadmissível a este nível.
O jogo entra numa toada de controlo, com o Braga a abdicar do 5×4 e com a equipa a gerir o jogo a seu bel-prazer. O 6-1 chega numa jogada de Déo que encontra Rocha ao segundo poste e nesta altura entraram os miúdos Bernardo Paço, que ainda foi a tempo de fazer uma bela defesa e Zicky que continua a viver o seu momento de sonho com sucessivas chamadas à equipa e com minutos na quadra. Basicamente foi uma segunda parte sem história onde o 5-1 bem cedo levou a equipa a entrar em modo gestão e onde se aproveitou para tentar recuperar Pany, que parece estar num mau momento e dar minutos a João Matos e Cary que claramente demonstram, sobretudo o primeiro, que as pernas começam a pesar ao contrário da braçadeira.
Destaques
Rocha
Era o artilheiro do Magnus, campeão brasileiro e neste jogo mostrou porquê. Tirando um lance onde congelou as ideias quando estava sozinho para finalizar, o pivot esteve envolvido em 3 dos 6 golos que marcámos com 2 tentos e uma assistência a abrir caminho na zona frontal para o golo de Léo. No momento em que Nuno Dias fez alterações e deu-lhe minutos, Rocha disse presente. Para mim, a surpresa foi não ter jogado no jogo anterior.
André Sousa
À excepção do lance que referi na crónica, houve apenas um momento em todo o jogo em que o Braga ameaçou voltar ao mesmo e nesse momento o GR mostrou o que vale com excelentes defesas a remates bem perto da sua zona de acção. Sabe que perdeu a titularidade para Guitta mas não perdeu o foco. Muito bem.
Alex
Não fez um jogo por aí além mas tem pormenores que vão fazer a diferença quando estiver melhor entrosado, como a construção do primeiro golo. Revelou algumas dificuldades no 1×1 ofensivo e raramente conseguiu ganhar espaço no seu movimento da direita para o centro. Nota-se que está integrado, defende bem mas está mais preocupado em fazer as coisas certas e de forma segura do que em desequilibrar.
Dieguinho
Há jogadores assim. Depois de uma exibição terrível no Pavilhão da Luz a somar a um início de época tremido, volta com energias redobradas e a encarar bem os minutos perdidos. A sua facilidade de remate só tem par em Léo e quando está bem e envolvido com o grupo é um dos melhores pivots do Mundo. Em boa hora regressou, daqui a 2 semana começa a Ronda de Elite e precisamos muito dele.
Nuno Dias
É sempre engraçado quando vemos um jogo, tiramos as nossas notas e conclusões e depois vemos que o treinador viu as mesmas coisas. Algo que, por exemplo, não acontece com o futebol que parece sempre uma twilight zone em que aquilo que 90% dos espectadores vê nunca é visto por quem tem o poder de tomar decisões. As decisões simples são sempre as mais difíceis e quando se vê algum jogador a não render o esperado, provavelmente é mais eficaz tirá-lo da quadra ou tirar-lhe minutos do que insistir em busca de uma grande exibição que o traga de volta. Foi o que Nuno Dias fez com Dieguinho. E pelo meio ganhámos mais um pivot (Rocha). É apenas um pormenor, se calhar até mais previsível do que se esperava mas Nuno Dias executou. A própria circulação de bola da equipa melhorou com as alterações na rotação e não foi necessário inventar soluções, apenas aplicá-las. Muito bem o nosso mister.
*às quintas, o Sá mostra que manda mais do que o Albuquerque e põe as novidades do Futsal todas na ordem
2 Novembro, 2018 at 12:12
Nuno Dias é o exemplo de treinador que eu pretendo para qualquer modalidade.
Quando as coisas estão menos bem, vejo quem está a liderar o grupo e a confiança é enorme.
Ainda não tive oportunidade este ano de ver os nossos juniores, mas já ouvi dizer que estão fortes. Não podemos esquecer que os lamps investiram forte nessa camada no ano passado, para que mais à frente sejam considerados “locais”.
Este domingo temos três derbis:
Benjamins (9:30)
Iniciados (13:00)
Miúdas (18:00) – Prevejo aqui imensas dificuldades…
O mais importante disto tudo é que os dias 15, 16 e 18 estão aí à porta… não podemos falhar!
2 Novembro, 2018 at 12:19
Este año acho que a equipa do benfica tem mais qualidade individual e debido a menor entrada e saída de jogadores estão mais entrosados.
2 Novembro, 2018 at 12:32
Estou 0% preocupado com o futsal. Sei que o Nuno Dias, o Paulo Luís e a rapaziada sabem o que estão a fazer.
2 Novembro, 2018 at 12:41
http://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/sporting/detalhe/acordo-com-peseiro-fechado-so-ao-final-da-noite?ref=HP_DestaquesPrincipais
É a isto q chamam mútuo acordo?
Bananinhas 🙂
2 Novembro, 2018 at 12:55
dá para termos posts com caixas de comentários um nadinha diferentes?
2 Novembro, 2018 at 13:00
Sempre a mesma K7 fdx!!
Ridículo
2 Novembro, 2018 at 13:06
É fazeres um blog sobre columbofilia.
2 Novembro, 2018 at 13:20
eu já tenho um blogue
2 Novembro, 2018 at 13:45
Ehe.
2 Novembro, 2018 at 14:03
Ouch!
2 Novembro, 2018 at 14:28
Então tenta viver com ele. Ou arranja figurantes.
2 Novembro, 2018 at 17:57
Foda-se, ainda mais??
E ainda aparecem uns novos todos os dias.
2 Novembro, 2018 at 17:56
Demorei algum tempo a entender (fui estúpido, reconheço) a razão de nunca quereres transformar isto num fórum.
Dava muito trabalho de manutenção… 😀
2 Novembro, 2018 at 13:36
Futsal já se sabe como é.
A época decide-se com a UEFA e os jogos com os lampiões.
O resto de época é um passeio.
Apenas gostava q alguém me explica-se como é q existe “mútuo acordo” (referido no comunicado) se ele não abdica de nem um cêntimo.
2 Novembro, 2018 at 14:23
Diria que concordamos em pagar tudo até ao último tusto. Assim, é fácil chegar a acordo. Mútuo. Tudo bons rapazes.
O problema esteve a montante. Ir buscar Peseiro. O poder negocial foi tanto que Cintra foi mesmo elogiado pela sua sagacidade e foi preciso prometer 1 milhão anual para contratar um cepo. Percebo, o Nacional estava em cima da Jogada e diz-se, nos mentideros, que ofereciam 750 mil. Tivemos de subir a parada. Agora, para além de indemnizar Peseiro, ainda devemos ter que indemnizar o Jorge Mendes, pelo desaforo de dispensar o seu boy.
Assim até o meu sobrinho de 5 anos era presidente. Quanto queres? Pega lá.
2 Novembro, 2018 at 12:54
Parabéns pelo relato do jogo , Nuno Dias é um mister como poucos . SL
2 Novembro, 2018 at 12:54
Domingo lá estou eu nos Leões de Porto Salvo do lado da bancada dos LPS ( o meu puto joga lá). Mas, claro, a torcer pelos Leões…originais;)
2 Novembro, 2018 at 12:59
A verdade é que quando não podíamos falhar, falhámos (esta época). E isso nunca pode ser motivo para dizer que estamos descansados.
Não percebo porque André Sousa continua a ter minutos. Guita não é melhor?? Então porque fomos buscá lo?
Acho que Leo esta no top 3 de jogadores que passaram no nosso clube. Que jogador!!
2 Novembro, 2018 at 13:14
Bem temperado este bacalh…quer dizer este post
2 Novembro, 2018 at 13:44
Afinal os homens têm os ordenados em dia ou não?
2 Novembro, 2018 at 14:03
Continuo naquela de que Alex e Rocha só vão render o que sabem para o ano.
Merlim é o maior!
2 Novembro, 2018 at 14:10
Tb acho e por isso Merlim terá mesmo de assumir os desequilíbrios.
Lá atrás estou descansado… Guitta, Leo e Erick.
Não quero sequer beliscar a importância do João Matos neste plantel, mas do ponto de vista técnico está muito abaixo dos outros dois.
O problema é na frente. Sem Fortino e com Dieguinho abaixo do esperado… tem sido Cavinato a resolver.
2 Novembro, 2018 at 14:11
Bom texto! 🙂
2 Novembro, 2018 at 14:30
Nos jogos do Algarve vi alguma dinâmica que entretanto se perdeu. Planificação da época para chegar aos momentos cruciais em forma? Tenho plena confiança nesta estrutura.
2 Novembro, 2018 at 15:54
Só tenho uma pergunta para o nosso treinador, porque raio é o Rocha e o Alex, não jogaram no Anexo da Lixeira?????
2 Novembro, 2018 at 18:24
Porque é “formado localmente” e permite rodar outros “estrangeiros”.
Não custa assim tanto a perceber. Ou é só vontade de arranjar um motivo de crítica a Nuno Dias (à falta de outro)?
SL
2 Novembro, 2018 at 18:25
Este comentário era para ter entrado a um do Balboa a criticar a escolha do André Sousa em detrimento do Guita.~Sorry!
SL
2 Novembro, 2018 at 18:26
Respondendo ao Paulo, acho que ambos estavam tocados ( o Rocha seguramente, o Alex acho que também se queixou no último treino antes do jogo).
SL