Sou completamente insuspeito para falar sobre Renan. Nunca percebi o porquê da contratação de um guarda redes de 28 anos que, no arranque de 18/19, era apenas mais um a juntar a um plantel onde, pela lógica, teria Viviano como redes titular. E, pior, para um #formaçãolover como eu, era mais um para tapar a progressão de Max.

Depois, ao longo da época, Renan nunca mostrou ser um guarda redes capaz de encher-me as medidas. Mediano na saída em mancha, mediano na resposta a cruzamentos, demasiadas vezes a mostrar-se nervoso e pouco consistente na abordagem aos lances. Em compensação, muito forte entre os postes, sobre a linha, nomeadamente em lances que obriguem a reflexos apurados.

E, depois, as Taças. Primeiro a da Liga, depois a de Portugal. Renan foi de vilão a herói com estiradas impressionantes que o tornaram decisivo no desempate por grandes penalidades.

Obviamente que eu não passei a adorar Renan. Continua a ser o mesmo guarda redes que não vemos como a última muralha. E eu continuo a desejar que Max se assuma como o dono da nossa baliza. Mas, hoje, quando soube que o contrato de Renan, válido até 2023, tinha sido revisto em alta para contemplar um aumento salarial previamente acordado, dei comigo a pensar que este “ajuste” não me incomoda tanto assim.

Renan fez o suficiente para merecer começar a nova época a titular, defendendo um lugar que, embora meio aos tombos mas sempre com entrega total, conquistou. Com toda a certeza, vai irritar-me vezes sem conta. E vai fazer-me berrar para deixarem jogar o Max. Mas isso acaba por fazer parte do “charme” de ser Renan, o mal amado.

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