Falar sobre o Relatório e Contas é muito mais do que discutir números agregados e fazer comparações também elas numéricas. O sumo que o relatório possui pode levar muito mais além e permitir discutir o que é essencial: o rumo traçado, a estratégia, a política de gestão, e como compto geral comparar as opções tomadas com o que é veiculado publicamente e com as promessas eleitorais. De outra forma, o fulcral é olhar para a floresta e não tomar uma árvore com se fosse o resto da floresta.
Distracções
Noam Chomsky já há muito tinha descrito a Estratégia da Distração como uma das estratégias de manipulação mais eficazes. Mas o isco pegou e o debate empolou. É a questão do salário de Frederico Varandas e restantes executivos assim tão importante? Na verdade não, porque é a tal árvore e gera apenas distração, sem utilidade nenhuma para a discussão geral. Serve apenas para retirar o foco do mais importante e reciclar lavagem de roupa suja. São números marginais no relatório e o seu impacto é também ele marginal. É como quando numa manifestação de milhares de pessoas, as câmaras de vídeo se focam em 3 ou 4 tipos que partem coisas e isso se torna a imagem central, quando na realidade os milhares de manifestantes marcham pacificamente e a violência é periférica. Então, a quem é que interessa que este tema dos salários centralize a discussão?
Verão Submerso
Há alguma ficção sobre história, alterando o curso da mesma numa nova realidade, um dos livros mais famosos é o de Philip K. Dick, The Man In The High Castle. Nesta versão são os Nazis e Japoneses a emergirem vitoriosos da 2ª Guerra Mundial. Pela mensagem introdutória do relatório nada indica que seja o caso. Em Alcochete existiram “trágicos eventos”. Tudo certo. Aconteceram a 14 de Maio… Portanto estávamos na Primavera passada, e não no Verão passado… Bom, é mais uma gralha, mau sinal, logo a abrir um relatório, mas em nada altera o que aconteceu, nem é isso que faz pensar que estamos perante uma obra de ficção.
Então? Então, entre a tomada de posse deste novo Conselho Directivo e os acontecimentos de Alcochete existiu uma Comissão de Gestão que chamou a si a responsabilidade de planear a época desportiva 2018/19, e com isso tomou decisões com impacto substantivo nas contas deste relatório, entre contratações e regresso de jogadores que haviam rescindido. Não estamos assim perante um exercício de um único responsável, mas com 2 agentes principais. Contudo, em nenhum lado do relatório existe menção a este ponto, que não é um detalhe, a não ser que o aumento de despesa com o ordenado de Bas Dost, mais a contratação de Diaby e o empréstimo de Gudelj sejam periféricos. A Comissão de Gestão podia ter tomada outras opções.
Seria normal falar da co-responsabilização da Comissão de Gestão nas contas finais, porque é o que aconteceu, e até ilibaria o actual CD em algumas matérias, mas nada disso aconteceu. Fica a questão: Porquê esta permanente imunização da Comissão de Gestão?
Imparidades
“De salientar que, se excluirmos as imparidades registadas com os jogadores Alan Ruiz, Luc Castaignos, Josip Misic, André Pinto, Fredy Montero e Bruno Gaspar o resultado líquido do exercício é positivo em 0,7 milhões.” (pag 5). No relatório este argumento é repetido mais 6 vezes, isto para se perceber a importância dada às imparidades. É importante referir que imparidades implicam neste caso a desvalorização de um ativo relativamente ao que se poderia esperar como valor real. Portanto, não é uma perda real, mas uma perda virtual e circunstancial. Por outras palavras, são desvalorizações que acontecem devido a um contexto. É portanto subjetivo e de que maneira. Por exemplo, André Pinto chegou ao clube a custo zero, como é que isto pode encaixar em imparidade?
O que as “imparidades” escondem são opções do CD (e Comissão Gestão). A política seguida optou por desvalorizar jogadores e permitir que a sua saída se fizesse ou por empréstimos perniciosos (Demiral, por ex.) rescisão ou por saídas sem contrapartidas, actos de gestão que apenas aliviaram a folha salarial mas que negligenciaram a entrada de capitais no curto e no longo prazo. Para além de o Sporting não ter feito nenhum encaixe com Nani, Monteiro, Misic, Castaignos e outros, não cuidou que houvessem retornos no futuro. No fundo as imparidades geraram imparidades, só que reais. E infelizmente é uma política que continua, basta olhar para o caso Viviano, ao contrário do que passa do outro lado da segunda circular, em que não há problema em recuperar rejeitados e valorizá-los, como Taarabat.
Más escolhas camufladas de imparidades, dinheiro deitado borda fora, onde se hipotecaram investimentos já feitos e retornos presentes e futuros. Isto é o rabo de fora.
Formar é Uma Palavra Gira
Este CD salienta no relatório ter investido 33,2 milhões de euros na equipa principal. É um valor importante para quem afirma” o investimento em jogadores jovens e a aposta estratégica na formação deverão ser uma prioridade” (pag 26), onde “aquisição de atletas de maior experiência e com créditos firmados, como complemento da “matéria-prima” da nossa formação” (pag 27). As contradições são evidentes olhando para a realidade do plantel e a ausência da formação na Equipa Principal.
O que este relatório demonstra é uma ausência na aposta no aproveitamento da formação e pelo contrário, opções com gastos consideráveis em contratações que dificilmente trouxeram saltos qualitativos importantes. A mais flagrante será Llori, 2,4 milhões de euros gastos e mais uma imparidade para registar num próximo relatório de contas. Então a formação? Que é o mesmo que perguntar, porque não estão Mama Balde, Ivanildo Fernandes, Domingos Duarte, Daniel Bragança, Pedro Mendes, entre outros, na Equipa Principal. Perante a necessidade de contenção não seria até lógico apostar na prata casa e evitar custos com contratações que não são de maneira nenhuma uma mais-valia para a equipa? E que mensagem é passada para as camadas jovens? O que não se trata, murcha.
Mendização
O Sporting não comprou nenhum jogador agenciado por Jorge Mendes mas apresenta uma dívida de (4.459 milhões + 461 mil euros) cerca de 5 milhões à Gestifute (pag.129 e 131). Como é que isto é possível? Nas palavras de Salgado Zenha, os negócios com Mendes foram “interessantes. Certo… Percebe-se que a acção de Mendes está relacionada com os jogadores que rescindiram, mas a questão que se impõe é a seguinte: Quando no relatório está bem vincado que “é forte convicção do Conselho de Administração da Sporting SAD que os factos alegados como integradores da justa causa invocada pelos referidos jogadores nas respectivas resoluções unilaterais não procedem para um tal propósito” (pag.147) porque raio tem de se pagar princescamente a um agente, para além de advogados, para reclamar e repor justiça? São 5 milhões a sair dos cofres de um clube que luta por equilíbrio financeiro e tudo conta e neste valor nem se inclui o tal jogador Wang e uns 2 milhões de gasto dúbio. Pior, prevê-se que o envolvimento com Mendes não ficará por aqui, uma vez que Salgado Zenha diz que “O Jorge Mendes é um parceiro”. Pena que não tenha tinha utilidade para livrar o Sporting das imparidades calculadas em 8,577 ME.
Para além disto, referia-se que o Sporting duplicou a dívida a empresários. Fora Mendes são mais cerca de 15 milhões, enquanto que na época passada o valor andava apenas perto dos 7 milhões. Portanto, um acréscimo de 100%. Tudo junto, o Sporting deve quase tanto a empresários quanto a clubes (22.357), sendo a distância muito residual, cerca de 500 mil euros.
Batem-se Records
A 10 de Julho de 2019 o Sporting anuncia a melhor época de sempre nas renovações da Gamebox, mas o que os dados do relatório nos dizem, não são indicadores de nada disso. Apesar do aumento preço, o valor da venda das Gamebox caiu de 6.067 para 5.416. A medida visou tentar compensar a quebra na taxa de ocupação do estádio que passou de 87% na época 2017/2018 para 67% na época passada, o que representa uma perda de 170 mil adeptos no estádio. Terá sido a melhor opção? Não há nada que aponte nesse sentido no relatório.
Mas “existe sempre a possibilidade de recuperar parte da receita em bilheteira jogo a jogo” (pag 20). Para a bilheteira da Liga NOS, parece que não. A receita foi em 2018/2019 inferior (2.024), enquanto em 2017/2018 foi de 2.112. Em suma, cada vez menos pessoas em Alvalade, cada vez menos receita no que são os jogos efetivos (existe sempre a aleatoriedade das receitas para Liga Europa e Taça Portugal).
Números Brutos
Feitas as contas, estes são os números brutos e a brutalidade da realidade: prejuízo de 7,877 milhões de euros ao longo do exercício; o passivo subiu 42,256 milhões, estando agora nos 324,8 milhões; os capitais próprios também se agravaram, passando de 13,3 milhões negativos para 23,6 milhões, quase 50% de agravamento. Vale a pena sublinhar o último dado e o cabeçalho que fez de uma notícia do Correio da Manhã – Contas da SAD do Sporting revelam maior passivo na história da sociedade. Mas não há problema que o Benfica e Porto têm um passivo superior…
Mas estes são apenas os dados mais midiáticos: é ainda preocupante que a Dívida Financeira de 1-5 anos (pag 144.) tenha passado de 34.995 para 112.806, mais de 150%. São precisos dados concretos para poder falar sobre isto, mas é um alerta importante uma vez que receitas de futuro (contrato NOS) já estão creditadas e isso requer novas fontes de financiamento; e uma vez que não existe valorização significativa do plantel, à exceção de um par de jogadores; e ainda pela previsão de que a chegada à Liga dos Campeões não é um objetivo tão claro nem para esta época, nem para as próximas.
Saídas do Conselho Fiscal
Em comunicado enviado à CMVM, Marques dos Santos (Vogal Efectivo do CF) e Luís Alberto Vilalonga Pinto Durão (Vogal Suplente do CF) renunciam ao cargo. Mudanças que, segundo o Sporting, “visam assegurar o cumprimento pela Sociedade do regime de representação equilibrada entre homens e mulheres”. É muita coincidência, não é. Deixa no ar que o processo não foi pacífico e as primeiras baixas começam a surgir. Se havia a cumprir este requisito porque não o fizeram logo há um ano atrás? Quem compra esta?
Abrir os Olhos
Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão dá em asneiras grossas. O relatório é um espelho disso mesmo. A política de gestão está direcionada em varrer todo o legado recente e pouco preocupada em perceber que havia muito que podia ser aproveitado ou até recuperado. E a guerrilha comunicacional utilizada, saindo só a espaços temporais enormes, e para auto-vitimização, não ajuda. O Sporting depende de militância, de adesão, de atração, e a estratégia utilizada por este CD está em sentido contrário.
Queremos perceber estes resultados? Basta adicionar, os chamados investimentos no plantel, desvalorização de jogadores, alienação de jogadores sem retorno financeiro, dívidas crescentes a empresários (especialmente a Mendes), quebra nas receitas de bilheteira, antecipação de receitas e outros que não estão claros no relatório, como o caso da indemnização à YoungNetwork (cerca 200 mil euros) e pagamento adicional do mesmo serviço à LPM, duplicando ou triplicando assim o pagamento de um serviço. Tudo junto e o quadro fica mais nítido.
Com este escalonamento, de que serve uma reestruturação financeira, que alias contínua envolta em mistério total? A este ritmo ela só servirá para amenizar as condições do presente quando ela tem o objetivo de dar folga ao clube e focar-se em preparar tanto o presente como o futuro.
É preciso abrir os olhos, redefinir barricadas e estarmos mais virados para o futuro. A emoção faz parte do sentir o clube, mas isso pode levar á condução de estratégias erradas para a mudança. É preciso invocar Apolo e reagir com consistência, tanto no discurso como na prática. O salário de Varandas e companhia é o menos importante e só distrai.
ESTE POST É DA AUTORIA DE… Montenegro
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
12 Setembro, 2019 at 1:14
Bom post !
Obrigado
12 Setembro, 2019 at 19:10
Portanto…
32 para 112 milhões de aumento de dívida de curto prazo
13 para 23 milhões de capitais próprios negativos
Baixa de receitas ordinárias em quase 2 milhões só na bilheteira
Aumento de 42 milhões do passivo
Quase tanto de dívidas a clubes como a empresários..
É caso para dizer que gestão de topo… e ainda nem li o relatório…
12 Setembro, 2019 at 1:33
Infelizmente é um bom post. O que quero dizer é que a análise é bem feita, mas as notícias são tristes… RIP Sporting.
12 Setembro, 2019 at 1:51
Muito bom Montenegro!
Ainda refere bastantes pontos que não foram discutidos na Tasca.
A pergunta que deixa em relação a utilidade da Reestruturação Financeira, perante a rápida degradação das actuais condições financeiras da SAD, para mim valem o post. Corremos realmente o risco da RF não servir para mais do que um paleativo e de não conseguirmos vencer a doença.
Temo também que mesmo que apostemos agora na formação e operemos uma redução de estrangeiros caros do plantel, já não seja possível inverter a curva descendente.
O último activo valioso do Sporting será vendido no próximo mercado de inverno para fechar a RF. Veremos em que condições será fechada.
12 Setembro, 2019 at 2:03
Duarte paulo guegurle…llll
12 Setembro, 2019 at 2:19
Neste momento só existem dois lados da barricada: apoiar RA e sua entourage ou inverter o rumo dando a voz aos sócios.
É impossível ficar em cima do muro a ver no que dá, pois pelo que vou apanhando as contas apontam para um agravamento de -50M€ para o último trimestre.
Tic tac, tic tac.
12 Setembro, 2019 at 3:03
Nada do que este excelente post refere é novidade e tudo, ou quase tudo, já terá sido por aqui, e por ali, individualmente identificado, comentado… e criticado…
A questão do Varandete (e demais) salário(s) poderá não ser, e não é de facto, financeiramente relevante, principalmente analisando a ‘big picture’ mas é de uma relevância crucial na questão dos princípios e na identificação do late motiv que preside a esta direcção… Também não é ilegal (por enquanto), nem significativamente negativo para o PIB as subvenções vitalícias dos deputados… É SÓ UMA FILHA DA PUTICE DE UMA POUCA VERGONHA…. particularmente para quem tão pouco faz para melhorar a qualidade e a produtividade do país..
12 Setembro, 2019 at 14:15
Bem dito!!!
SL
12 Setembro, 2019 at 5:42
Parabéns Montenegro, excelente análise
12 Setembro, 2019 at 6:51
Que grande post. Muito obrigado.
Adorei e aprendi.
12 Setembro, 2019 at 6:54
Bias…
12 Setembro, 2019 at 9:51
Ah ah ah
Priceless
12 Setembro, 2019 at 10:13
Espero a sua análise aos mesmos números.
12 Setembro, 2019 at 10:44
Apenas alguns exemplos das “bias”, sem numeros. Um texto que poderia ser bom se nao estivesse tao enviesado na analise (a emocao que o autor tanto “critica” e’ mais que evidente):
-A política de gestão está direcionada em varrer todo o legado recente (suposicao)
-dívidas crescentes a empresários (especialmente a Mendes) (diabolizacao)
-E infelizmente é uma política que continua, basta olhar para o caso Viviano, ao contrário do que passa do outro lado da segunda circular, em que não há problema em recuperar rejeitados e valorizá-los, como Taarabat. (Carrillo)
-e outros que não estão claros no relatório, como o caso da indemnização à YoungNetwork (cerca 200 mil euros) e pagamento adicional do mesmo serviço à LPM, duplicando ou triplicando assim o pagamento de um serviço. (suposicao).
SL
12 Setembro, 2019 at 12:21
-dívidas crescentes a empresários (especialmente a Mendes) (diabolizacao) o aumento é inegável, tal como é inegável o aumento de influencia que ele tem no clube.
-E infelizmente é uma política que continua, basta olhar para o caso Viviano, ao contrário do que passa do outro lado da segunda circular, em que não há problema em recuperar rejeitados e valorizá-los, como Taarabat. (Carrillo); Carrillo estava em final de contrato se não me engano e não queria renovar, valorizá-lo não fazia tanto sentido como tentar valorizar um activo que tem mais 2 anos ou mais de contrato.
No último caso tem razão, mas a YN saiu, entrou a LPM e a comunicação está igual ou pior. E com certeza veremos se a mudança foi melhor ou pior.
12 Setembro, 2019 at 12:49
“Bias” é singular, se dizes “exemplos das bias” deves escrever “das biases”.
De qualquer maneira, apenas vejo um exemplo válido:
-A política de gestão está direcionada em varrer todo o legado recente (suposicao)
[Não é suposição, é opinião, e parece-me algo acertada (apesar de exagerada – não se aplica a “todo” o legado). Basta estar atento a comunicação da direção (diabolização de direção anterior, repetidas referências a Alcochete e situação em que encontraram clubet, etc.), e olhar para decisões no dept de futebol.]
-dívidas crescentes a empresários (especialmente a Mendes) (diabolizacao)
[Diabolização porquê? Está a constantar um facto – aumentou ou não de 7M para 15M (20M se contarmos com Gestifute)?]
-E infelizmente é uma política que continua, basta olhar para o caso Viviano, ao contrário do que passa do outro lado da segunda circular, em que não há problema em recuperar rejeitados e valorizá-los, como Taarabat. (Carrillo)
[Para justificar que lamps oferecem jogadores (como nós), usas a excepção Carrillo? Está bem. No Sporting são mais os que são oferecidos do que os que oferecem retorno. Do outro lado é assim também? Dá mais exemplos sff, porque no Sporting temos mais de uma dezena.]
-e outros que não estão claros no relatório, como o caso da indemnização à YoungNetwork (cerca 200 mil euros) e pagamento adicional do mesmo serviço à LPM, duplicando ou triplicando assim o pagamento de um serviço. (suposicao).
[Aqui concordo. Mesmo nos relatórios anteriores estes serviços de comunicação não estão descriminados. O mais importante a reter é que aumentaram custos com FSE. Se foi com YN ou LPM interessa pouco…]
12 Setembro, 2019 at 7:45
Bom dia.
Este post e o do “Javardeiro” ontem, revelam bem o caminho que estamos a trilhar. Daqui não vai sair nada de bom…
Z
12 Setembro, 2019 at 7:46
Muito bem. Finalmente que toca na questão essencial.
Para mim o ordenado do fivelas nem é questão, não há motivo para tal e é recusado. Acabou o debate.
Mas o resto é que é preocupante.
Este não será um godinho 2.0, porque será muito pior.
Podemos não fazer nada para o evitar, mas não ficaremos calados, doa a quem doer.
12 Setembro, 2019 at 8:19
Para mim os aumentos são uma parte tão importante como todas as outras, basta leres o que escreveu ontem o Javardeiro sobre a questão do exemplo…
Não entendi a parte de ele vir a ser rejeitado… Quem o vai votar são os próprios beneficiados. Rejeitado nunca será, o máximo que poderá acontecer é que retirem essa proposta, mas para isso é preciso ter vergonha…
Z
12 Setembro, 2019 at 9:55
Não, os aumentos são pontos abertos para votacão na AG.
Se os sócios recusarem, como o clube tem a maioria do capital, o fivelas apenas tem de afirmar que o clube NÃO pretende os aumentos, pelo que os restantes membros do board of directors têm de acatar a decisão (a não ser que a corrupcão seja tal que os accionistas minoritários votem contra si mesmos).
Ou seja, a medida tem de ser aprovada primeiro pelos sócios. E posteriormente penso que tem de ser aprovada pelo Board of Directors.
Claramente que os aumentos é uma questão de liderar por exemplo. Mas nem iria por ai porque isto é tudo uma não-questão. Têm de ser recusados e nem se perde mais tempo com isso.
12 Setembro, 2019 at 12:18
Na AG da SAD…
Z
12 Setembro, 2019 at 8:07
Há certas coisas que não se deviam fazer logo de manhã. Ler posts destes é uma delas. Assustador. Desesperante só se ouvirm umas vozes discordantes e não ver nada a ser feito para pôr cobro a isto. Está mais do que visto que esta tripulação não tem capacidade para manobrar este navio por águas rasas sem capacidade para mudar a rota. Temo que a deixem continuar a manobrá-lo até encalhar. Temo pelo futuro do Sporting. Ou bem que Leonel Pontes ou o próximo treinador que aí venha consegue que esta equipa se apure para a liga dos campeões do próximo ano ou… não sei. Francamente, não sei. É que nem jogadores na seleção temos para valorizarem com uma possível presença no euro 2020 e serem vendidos para equilibrar as contas. Vejo isto tudo muito negro. Muito nevoeiro.
Vou apanhar ar, mazé, que me sinto a asfixiar.
12 Setembro, 2019 at 8:17
Imparidades deveria ser substituído por incapacidade negocial.
Correr com jogadores sem qualquer retorno, apenas para reduzir a folha salarial é das maiores incompetências deste CD.
Dá trabalho encontrar soluções para os jogadores.
Não será geralmente fácil.
Mas é para isso que lá estão e foi isso que prometeram em campanha, soluções, capacidade de gestão.
Se fosse apenas um ou outro caso, aceitar-se-ia, mas não é isso que acontece e no espaço de um ano, o número elevado de jogadores dispensados revela bem que este CD está pouco interessado em trabalhar para o bem do Sporting, preferindo a solução fácil e de retorno zero…
12 Setembro, 2019 at 8:21
Bela posta, parabéns!
12 Setembro, 2019 at 8:35
Aconselho todos os Sportinguistas a ler este texto.
Estejam ou não de acordo, sejam ou não experts na matéria.
Os pontos são abordados de forma muito clara, é mais informação que propriamente dito opinião.
Estou muito curioso para ver como vamos fechar a restruturação financeira, pois poderá ser a única forma que Varandas tem de conseguir mais algum tempo e quem sabe chegar ao fim do mandato.
É que não é com este plantel que vamos ser campeões (fora o que se passa fora das 4 linhas), mesmo que nesta área tirem um coelho da cartola – um treinador (o que duvido).
12 Setembro, 2019 at 9:05
Ora aqui está um post importante! Muito obrigado!
12 Setembro, 2019 at 9:23
Boa posta
12 Setembro, 2019 at 9:37
muito bom montenegro.
12 Setembro, 2019 at 9:38
Já tenho dito o que acho deste R&C. Todo este ano foi um ano perdido a nível financeiro e desportivo na recuperação do Sporting.
A única coisa que se aproveitou para fazer foi, de facto, considerar imparidades a torto e a direito para “limpar” a folha para este ano.
O empréstimo com a NOS como colateral é mais de metade consumido em gastos corrente, o “desafio” de tesouraria que o Zenha falava não se provou, a divida a fornecedores não diminuiu, antes aumentou. Não havia buraco nem nenhum “desafio” de tesouraria. Quiseram o empréstimo porque reestruturar o Sporting e não gastar dinheiro dá trabalho. A mim também me acontece. Ás vezes não estou para andar 1 semana à procura de uma prenda para a minha mulher…e por isso acabo a comprar à ultima da hora uma merda muito mais cara do que devia e a pagar com o cartão de crédito. Só que a mim acontece com uma pequena coisa…o Sporting hoje em dia é gerido assim. Poupar e ser competitivo dá trabalho como crl e não ajuda à imagem de quem não sabe gerar o mínimo de empatia…é mais fácil ir buscar dinheiro a todo o lado que é possivel.
Temos um défice operacional de 50 Milhões. Sim…estão a ler bem…50 Milhões. Vêem o Sporting ser reestruturado? Não? Pois…ninguém vê.
A este déficit operacional ainda acrescem 10M de Juros…são 60M que o Sporting precisa de receita para se sustentar. Vêm o Sporting fazer o quê para aumentar a receita? Aumentar os preço…mais nada. Não conseguiram ainda perceber que precisam de criar empatia…uma palavra que se algum deles estiver a ler, vai ter de ir ao google ver o que é…
No dia em que vendermos o BF…vão-se os dedos (os anéis foram agora). E nisto vão 2 anos. Vai ser o 2º ano perdido para apostar na formação, para reduzir brutalmente os gastos operacionais do clube (os salários diminuíram 4M), para aplicar as vendas a reestruturar o clube financeiramente…
Discordo de uma coisa neste texto. O aumento do salários do CD não é a árvore na floresta. É uma maquete do que é a gestão do Sporting. Gastar dinheiro desproporcionalmente, onde não deve ser gasto quando era tempo para aperto e aproveitamento do que existe. Total ausência de noção de que se presta contas a uma massa associativa e que servem um clube e não é o clube que os serve a eles.
E não vale muito a pena estarem com grandes expectativas para este ano…as vendas desesperadas de Theirry, Raphinha e Dost, as entradas do trio odemirate de emprestados…é exactamente manter o rumo…
12 Setembro, 2019 at 9:59
Destaco esta tua frase:
“Não conseguiram ainda perceber que precisam de criar empatia…”
Tudo o que Varandas e equipa fizeram foi hostilizar e ostracizar, indo contra o seu lema de campanha “unir o Sporting”.
Perdem-se sócios
Perdem-se gameboxes
Perde-se bilhética
Perde-se merchandising
Perde-se militância
O clube foi enfraquecido em toda a linha por este CD mas esta gente não percebe nem quer perceber.
Não será com este CD que a confiança será recuperada.
É necessário voltar a dar esperança aos sportinguistas e isso não será com Varandas, Zenha e C.ª…
12 Setembro, 2019 at 10:00
O mais interessante disto tudo, é que o anterior Presidente era criticado por apresentar resultados positivos apenas com as vendas de jogadores. E ele teimava em vender apenas um ou dois nomes grandes de cada vez.
Este vendeu meio plantel (e o que não foi vendido foi dado) e mesmo asssim deu prejuizo. Mas atencão, que o problema são as imparidades…. se não fosse isso dava lucro. Pudera, quem vendeu meia equipa é normal dar lucro. Anteriormente, quem vendeu o património todo do clube também deu lucro, mas depois ficámos sem alvaláxia, sem pavilhão, sem nada.
12 Setembro, 2019 at 10:28
Bom, aliás, excelente complemento ao post
12 Setembro, 2019 at 10:29
Aguardo o complemento do C Vieira, ehr, do Malcolm
(Eh eh eh, esta é tua gueezza!!!)
12 Setembro, 2019 at 13:33
🙂
Não tenho qualquer contacto especial com CVieira, que nem conheço pessoalmente, de quando em vez tenho solicitado esclarecimentos através do tweet que ele amavelmente tem respondido.
12 Setembro, 2019 at 9:57
Não devia ter lido isto…
Bem, cá estarei como sempre para a reconstrução… Sigh…
12 Setembro, 2019 at 10:08
Não me aquece nem me arrefece. Não vejo a manifestações em lado nenhum , não vejo grupos organizados que queiram acabar com isto , ora portanto muito bom dia a todos e que continuem por aqui e por ali a inchar e inchar
12 Setembro, 2019 at 10:19
Só hoje consegui ler este post. Brilhante análise Montenegro. Muito bom!
Vamos cair no abismo.
12 Setembro, 2019 at 14:22
Pois assim parecia … Há um ano atrás … E assim continua a parecer 1 ano depois destes ‘estagiários/fantoches’ andarem ali pelo SCP a encherem os bolsos e a demonstrarem à saciedade a sua INCOMPETÊNCIA …
Eu durmo de consciência tranquila, tenho alertado e avisado quem conheço … Já outros?!?
SL
12 Setembro, 2019 at 10:22
Devemos ser o único clube que chora por dinheiro e depois em 2 mercados gasta 30M. A formação fica bem no papel e nas entrevistas, usá-la para poupar dinheiro é que está de chuva.
Não se ponham a fancos que têm o mesmo destino que os 2 últimos presidentes.
12 Setembro, 2019 at 10:29
“Situação financeira não é a ideal, mas está muito melhor” – Varandas
“Contas da SAD do Sporting revelam maior passivo na história” – Sábado
12 Setembro, 2019 at 18:03
Esse imbecil não deve falar com o Zenha, não tem tempo.
12 Setembro, 2019 at 10:36
Quando vamos separar a SAD do clube, demora muito!?
Safoda o futebol, safoda o estádio.
Fiquem com tudo.
Não negociável Alcochete nem PJR
(Alcochete negociável através de uma estrutura idêntica perto de Lisboa, fiquem lá com os terrenos para os aviões)
Recomecaremos por baixo no futebol
Confesso, até estou ansioso pelos derbies com os belenenses.
Estádio, jogamos no Jamor ou haveremos de reunir l@g@rtos outra vez para construir o nosso.
Novos estatutos, um sócio um voto.
Além dos núcleos na há mais cubinhos.
Não há grupinhos nem grupelhos .
Não há sócios de primeira nem segunda, nem elite nem povão.
José, sei que estás nesta.faz aí uma forcinha no céu.
Livra se o clube dos chulecos sangue azul
12 Setembro, 2019 at 10:53
Como estou convicto que este cenário não foi montado nem executado por acaso, acho que o caminho está brilhantemente a ser trilhado. Basta ver quem são os principais beneficiados com o rumo seguido desde 23 de Junho de 2018 e quem é o principal prejudicado, o Sporting Clube de Portugal. Para o Plano ser finalizado só falta mesmo a venda da maioria da SAD por meia dúzia de tostões, basta ler nas entrelinhas algumas citações que vão aparecendo dos fazedores de opinião.
Continuo a acreditar na força de um Sporting verdadeiramente popular como ficou provado, espero que tenhamos força para este combate.
12 Setembro, 2019 at 11:53
Esta a vista de todos o desnorte completo que e esta direccao. Caminhamos a passos largos para o abismo.
Mas nao se preocupem…quando estivermos quase a fechar portas aparece um tolinho qualquer pra salvar isto…
12 Setembro, 2019 at 12:21
Excelente, Montenegro.
Um post que expõe por completo a fraude que é esta administração.
12 Setembro, 2019 at 12:50
“O Jorge Mendes é um parceiro”
Se puseres a frase completa, “O Jorge Mendes é um parceiro, como é uma quantidade enorme de agentes, porque sempre dissemos que trabalhamos com todos os agentes, mas defendendo os nossos interesses.”, a narrativa perde um bocadinho de força.
Mas compreende-se, quem toma as palavras do Chomsky como exemplo, provavelmente tão aprende os seus truques…
12 Setembro, 2019 at 13:56
Ainda não tive tempo para ler (vou tentar no fds) com atenção o ReC, basicamente vi os mapas principais e o detalhe de algumas rubricas nas notas anexas.
Esta excelente avaliação, quase só narrativa bem complementada pelo comentário do Tiago, bem como algumas discussões em tópicos anteriores, fica evidente que pouco ou nada de positivo há para dizer e torna evidente que estamos perante uma gestão apenas reactiva, sem rumo, sem planos, sem estratégia.
Como o Montenegro refere e bem, fica evidente a tentativa de distracção daquilo que verdadeiramente deveria interessar ao Sportinguistas, a questão das remunerações é secundaria perante a gravidade da situação, mas diga-se de passagem, a primeira remuneração de BdC foi aprovada em AG pelos sócios, a questão das imparidades, uma liberalidade, uma opção de gestão com objectivo que com o mínimo de atenção facilmente se descortinam.
Aqui que verdadeiramente interessa, o deficit operacional monstruoso, que não surpreende alias, ainda é pior do que estimativas que fui fazendo nos últimos meses e para piorar ainda mais a situação, a projecção que é possível fazer para este ano, nada evidencia que a situação vá mudar, haverá provavelmente uma pequena redução mas claramente insuficiente e os anéis já se foram e os dedos já não serão suficientes para atenuar as perdas mais que previsíveis neste exercício.
Uma das coisas que critiquei na gestão anterior foi o elevado investimento feito na tentativa de conquistar o titulo e dessa forma colocou-se na dependência da bola que bate na trave e não entra mas nessa altura existia uma rede proporcionada por um plantel em valorização mas sobretudo havia capacidade negocial, nos tempos que correm, o investimento, mantém-se, 30M gastos no plantel e só até 30/06 e os salários seguramente vão reduzir mas muitos longe dos 25% prometidos e mesmo assim insuficientes e o deficit operacional vai continuar elevado, sendo que, agora a rede é um plantel em desvalorização acelerada (quanto mais não fosse pela partilha de passes), e uma capacidade de negocial no mínimo amadora e resta ter a fezada que a bola que bater na trave vai entrar. Já estamos neste nível, o nível da fezada.
12 Setembro, 2019 at 14:28
Podes crer Malcolm … Quando referes …
” …sendo que, agora a rede é um plantel em desvalorização acelerada (quanto mais não fosse pela partilha de passes), e uma capacidade de negocial no mínimo amadora e resta ter a fezada que a bola que bater na trave vai entrar. Já estamos neste nível, o nível da fezada.”
Tem sido isso mesmo … “fezada” … Como aliás foram as duas taças conquistadas nos penalties … Só que, as “fezadas” são as excepções, não a regra … E por isso continuamos a definhar … Simplesmente triste …
SL
12 Setembro, 2019 at 14:31
A remuneração não é definida pela SAD?
12 Setembro, 2019 at 14:34
Em 2013 foi assim, vê o nº 4 da agenda desta AG do clube.
https://www.sporting.pt/incscp/pdf/investor_relations/convocatoriaag_041013.pdf
12 Setembro, 2019 at 15:47
O Zenha assumiu um défice de 35M€ que disse que com a ida à CL ficaria mesmo assim nos 15M€, que é o que ainda teriam de trabalhar na mesma. E disse que reduziram em 5M€ isso porque senão ficaria nos 20M€.
Portanto, não anda longe dos 50M€ que tu falas mas mesmo assim é uma diferença significativa.
O que não percebi é se ele estava a falar das contas 2018/19 – porque era esse o tema – ou se já estava a incluir tudo o que limparam de 1 Julho até agora. Isso para mim não ficou claro.
E disse que precisavam aumentar as receitas e diminuir os gastos, para equilibrarem as contas – o que é óbvio.