Passo a passo, a equipa treinada por Rúben Amorim vai atravessando o período de aprendizagem e a oportunidade de fazê-lo em plena competição. Na ressaca do “adeus Mathieu”, a vitória frente à Belenenses SAD trouxe novos desafios, ultrapassados com distinção e a conquista de mais três pontos

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O final de tarde estava bonito, com o sol a baixar sobre a cidade do futebol, os Leões chamavam-se todos Mathieu, em homenagem ao colega que viu a carreira chegar ao fim por conta de uma lesão, mas o Bsad, treinado pelo pauliteiro Petit, estava tudo menos disposto a entrar no sunset.

A pressão dos azuis era alta, tanto na forma subida como era feita como na altura a que aquela gente não se coibia de colocar os pitons. Importava era emperrar o jogo adversário e complicar a construção o mais longe da sua baliza. Ressentiu-se Matheus Nunes, sempre com André Santos ou Show a caírem-lhe em cima, viria a ressentir-se Eduardo Quaresma, o puto que tem hoje a responsabilidade de fazer a equipa sair a partir de trás e que, ao tentar fazê-lo, com Ristovsky – que substituiu, e bem, um Camacho que vinha a perder gás nos últimos jogos – acabou por permitir aos pastéis recuperar a bola e metê-la na baliza de Max através de Licá.

Dez minutos de jogo e, depois de ter desaproveitado incrivelmente um contra ataque por Sporar, o Sporting apanhava-se a perder e com muitas dificuldades para sair a jogar. Mas veio um canto e Coates aproveitou uma saída patética do belíssimo redes chamado Koffi para restabelecer o empate e recordar aquele a quem havia deixado sentida homenagem nas redes sociais.

E num jogo que continuava embrulhado, haveria de ser um momento de apurada técnica a virar o tabuleiro: centro de Ristovsky e Jovane Cabral, como se fosse um desenho animado, a rematar todo no ar para um golaço! A dez minutos do intervalo o Sporting invertia o marcador e haveria de ter oportunidade de aumentar a vantagem mesmo em cima do apito para o descanso. Sporar foi carregado na área depois de excelente movimentação e Jovane, à segunda, que na primeira o redes defendeu mas já estava fora da linha antes do remate partir, fez o 1-3.

Diz que o Bsad esteve para não regressar na segunda parte, revoltado com a arbitragem, naquele tipo de indignação que só surge quando se joga contra o Sporting, mas a partida recomeçou e Francisco Geraldes surgiu no lugar de um queixoso Jovane. E a entrada de “Chico” foi a machada final no adversário. Se um dos maiores problemas do Sporting ao longo do primeiro tempo havia sido as dificuldades em construir e em jogar entre linhas, a colocação de Geraldes algures entre o falso extremo e o terceiro médio que permitia libertar Wendel quando fazia movimentos de dentro para fora, permitiu aos Leões terem bola e controlar completamente a partida, salvo um ameaço de Dieguinho a Max.

Foi precisamente Geraldes quem esteve mais perto de marcar, com dois remates que permitiram a Koffi brlhar, algo que voltou a acontecer quando Coates tentou bisar. No final, resultado justo e vitória incontestável de uma equipa que continua segura um processo de crescimento e vai dando aos adeptos motivos a conta gotas para acreditar nela.