A capa de hoje, da Bola, tem uma chamada que pode passar meio despercebida no meio de tudo o resto, mas que me deixou de orelhas no ar pelo facto de ir tocar num rumor que começou a circular há dois ou três dias.

Um dos locais onde esse rumor surge explicado de forma mais detalhada é no site Sporting com Filtro, onde podemos ler que “Benfica ofereceu 7 milhões e meio ao Inter de Milão por João Mário, e um contrato de quase cinco milhões, ano, ao jogador, mas o negócio travou quando se soube que o Sporting não iria facilitar e iria exigir os seus direitos. Inicialmente alegaram que a cláusula antirrival do contrato de rescisão entre João Mário e o Sporting era inválida e até houveram no passado decisões em tribunal que o deram como tal. Em parte é verdade, mas, no fundo, por que é uma cláusula que limita o jogador no seu direito de escolha. Nuno Santos tinha uma cláusula desse tipo e quando veio para nós por isso o Benfica não conseguiu fazer nada.

A Cláusula Bloqueante
Há, no entanto, outro tipo de cláusulas que existe e tem sido usado com eficácia, por exemplo, pelo próprio Inter na venda de Iccardi. Estas cláusulas são entre clubes que fazem a transação, neste caso o Inter e o Sporting, e não limitam as escolhas dos jogadores, apenas os valores a pagar em caso de transferência. Neste caso a cláusula é clara. O Inter comprometeu-se a pagar ao Sporting 30 milhões de euros caso até ao fim de 2021-22 João Mário seja inscrito na Liga Portuguesa por um clube que não o Sporting. Isto é claro como água, é apenas uma discussão de valores, e como tal não limita o jogador, sendo assim válida por ser apenas uma questão comercial.

O Esquema do Benfica e João Mário
João Mário já está, no entanto, no espírito da actual direcção do Benfica presidida pela dupla Vieira/Rui Costa, e quando lhe apresentaram um esquema ilegítimo para tentar prejudicar o Sporting aceitou de imediato e passou para o Inter. O esquema passa por o Inter de Milão aceitar uma rescisão de João Mário, quebrando contratualmente os laços entre as partes, sendo que depois surgem três opções.
Na primeira João Mário paga ele ao Inter os sete milhões, sendo que o Benfica lhe dá um prémio de assinatura nesse valor.
Na segunda João Mário e Inter resincindem por mútuo acordo, a custo zero, e depois o Benfica contrata alguém ao Inter, neste ano ou no seguinte, por um valor acrescido desses sete milhões.
Na terceira opção João Mário rescinde, o Inter não recebe nada oficialmente, e o Benfica paga ao Inter através de sacos azuis, ou uma série de transferências entre outros clubes, jogadas como aquelas que são agora públicas que Vieira faz.

As respostas do Sporting
Em qualquer um destes casos, tirando o saco azul que será algo de justiça puro e duro, o Sporting será sempre contundente e atento. Todos os casos no passado, incluindo o de João Moutinho, que tentaram fintar acordos legítimos com jogadas destas acabaram mal para os infratores pagando caro pelos mesmos. E nos últimos casos até a FIFA tem intervindo, que é especialmente atenta a casos destes. Em tribunal casos como estes são claros e teremos sempre a vantagem, desde que nos mantenhamos atentos e activos.