Que merda de fim-de-semana. Ainda ando às turras com a pergunta de “como é que foi possível?”. Se quiser ser rápido na resposta, encontro-a por aí espalhada na história do futebol.
– Como é que o AC Milan perde uma Champions a ganhar 3-0 ao intervalo?
– Como é que, ainda este ano no futebol, fomos perder com o Santa Clara quando estivemos a vencer por duas vezes?
– Como é que o Manchester ganha aquela final em Camp Nou?

Os românticos dirão que “ainda bem que acontece, é a beleza do desporto”. Pois, eu (ainda) não quero saber de romantismo. Como se as derrotas não fossem suficientes, para mais, tive um sábado com traços próximos de sadomasoquismo. Como já tinha hotel e restaurantes marcados em Viana, lá fui tentar ser feliz na mesma. Péssima ideia! Ver camisolas do SL Benfica, do Leixões SC e do Vitória SC foi frustrante. Ainda vi a Amanda, levando-me a pensar no jogo novamente.

Antes de falar de cada um dos jogos, as 8 perguntas simples que eu precisei de responder antes de começar a escrever este Bonito Serviço. Isto falando da equipa feminina, pois.

  1. As expetativas estavam altas e foi uma desilusão? Sim.
  2. Podíamos ter jogado mais? Sim.
  3. É alguma vergonha perder? Não.
  4. Pode ser a última derrota da época? SIM.
  5. Bora fazer discursos motivacionais que somos os maiores? Não, há um caminho criado desde o início da época que não deve mudar perante uma derrota (por mais importante que seja).
  6. Os adeptos vão-se afastar por termos perdido? Não, basta ler à volta para perceber que a reputação não foi beliscada.
  7. O que deve mudar por termos perdido? Absolutamente nada. Continuar a trabalhar – treinar – jogar. Mudar o que quer que seja é assumir que tudo o que está para trás foi errado. Eu voto contra!
  8. Surgiram novos fantasmas? Para mim, até acabou o fantasma chamado Leixões SC. “Esta equipa só perde com o Leixões SC”. Não, perder mais vezes (humor).

Agora siga!

 

Vamos ao jogo das meninas primeiro.

Por estranho que pareça, acho que o nosso principal problema para a vitória foi o bloco. A partir daí tornou-se um castelo de cartas. O nosso ataque estava dentro nas performances habituais, tal como a nossa receção. Começámos a servir muito bem, criando várias situações onde o Vitória SC se colocava fora de sistema (em dificuldades). O que acontecia é que, apesar da distribuidora adversária fazer corridas constantes atrás da bola após recepção, as atacantes fechavam pontos. A vantagem que o serviço nos dava, não era suficiente para fazermos ponto no bloco. Com o crescendo de motivação do Vitória SC, a falta de confiança começou a aparecer. Dei por mim a comentar com o Tiago que as meninas de branco podiam atacar com olhos fechados que seria ponto de certeza. Naturalmente, pareceu-me que fomos diminuindo a confiança no ataque e no serviço.

Mesmo com a performance paupérrima das nossas opostas (Paquete e Regalado), se o bloco tivesse estado presente, a história era outra. Li por aí que até a nossa defesa estava com problemas em tirar bolas. A verdade é que, tornando-me repetitivo, o bloco não fechava e o remate adversário passou imensas vezes entre as jogadoras. Nenhuma defesa está preparada para isto.

O treinador Rui Costa tentou rodar as opostas, mas sem sucesso. Ainda tentou a Amanda para mudar alguma coisa, tentando algo diferente. A Bochka foi lançada dando ali um pequeno estímulo no serviço que até nos deu uma esperança no jogo. Infelizmente era tarde.

Apesar de achar que a derrota passou pelo bloco, nós até fizemos 14 blocos. Por estranho que pareça, e é só a minha opinião, acho que não fizemos um péssimo jogo. Claro que, com a motivação do Vitória SC a subir, chega a um momento que até podiam estar a jogar com o Bayern Munique que iam ganham. A nossa identidade esteve presente e isso dá-me confiança para o futuro.

Para o bem e para o mal, a resposta a isto é dada dentro de campo. Domingo há jogo!

 

A equipa masculina perdeu com o SL Benfica, por 3-1. Neste jogo as expetativas estavam na igual proporcionalidade do resultado. Curioso que o rival volta a perder o 1º set e isto já se torna uma recorrência desta equipa. Não só connosco, mas com vários adversários. Na Champions, com o Sporting CP e AJ Fonte do Bastardo já parece rotina. Temos de saber aproveitar isto.

Olhando para como está a ser este ano, fizemos um bom jogo. Com um Bob lutador, fomo-nos mantendo no jogo. Também o Masso esteve bem, dando seguimento ao bom momento técnico que tem vindo a ter. Apenas mais uma nota sobre o jogo. Apesar da desproporcionalidade, é fantástico ver a quantidade de adeptos do Sporting CP que estavam a apoiar esta equipa no sábado.

Numa opinião que pode ser pouco consensual, com o Angel Dennis, éramos campeões.

 

Só mais umas notas curtas:
– Tenho de admitir que, possivelmente, o Masso pode não ter o melhor acompanhamento por parte do clube, para quem está a ter a primeira experiência fora do seu país. Percebi isso estes dias quando o jogador pediu que os seus seguidores do Instagram lhe colocassem perguntas. Uma dessas questionava se ele sabia qual era o lema do Sporting CP. Eu ajudo na resposta: ESFORÇO, DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO E GLÓRIA. Ele podia ter perguntado ao Tiago Pereira.
– Domingo vamos a Matosinhos vencer jogar com o Leixões SC e mostrar somos de uma certa raça de pessoas.
– Sábado recebemos a AJ Fonte do Bastardo com a mesma vontade que a vencemos na última vez que pisou o PJR.

 

Para fechar, digo-vos que ando viciado na série New Amsterdam e termino o Bonito Serviço da mesma forma como o Dr. Max Goodwin.
HOW CAN I HELP?

 

 

*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.