Que merda de fim-de-semana. Ainda ando às turras com a pergunta de “como é que foi possível?”. Se quiser ser rápido na resposta, encontro-a por aí espalhada na história do futebol.
– Como é que o AC Milan perde uma Champions a ganhar 3-0 ao intervalo?
– Como é que, ainda este ano no futebol, fomos perder com o Santa Clara quando estivemos a vencer por duas vezes?
– Como é que o Manchester ganha aquela final em Camp Nou?
Os românticos dirão que “ainda bem que acontece, é a beleza do desporto”. Pois, eu (ainda) não quero saber de romantismo. Como se as derrotas não fossem suficientes, para mais, tive um sábado com traços próximos de sadomasoquismo. Como já tinha hotel e restaurantes marcados em Viana, lá fui tentar ser feliz na mesma. Péssima ideia! Ver camisolas do SL Benfica, do Leixões SC e do Vitória SC foi frustrante. Ainda vi a Amanda, levando-me a pensar no jogo novamente.
Antes de falar de cada um dos jogos, as 8 perguntas simples que eu precisei de responder antes de começar a escrever este Bonito Serviço. Isto falando da equipa feminina, pois.
- As expetativas estavam altas e foi uma desilusão? Sim.
- Podíamos ter jogado mais? Sim.
- É alguma vergonha perder? Não.
- Pode ser a última derrota da época? SIM.
- Bora fazer discursos motivacionais que somos os maiores? Não, há um caminho criado desde o início da época que não deve mudar perante uma derrota (por mais importante que seja).
- Os adeptos vão-se afastar por termos perdido? Não, basta ler à volta para perceber que a reputação não foi beliscada.
- O que deve mudar por termos perdido? Absolutamente nada. Continuar a trabalhar – treinar – jogar. Mudar o que quer que seja é assumir que tudo o que está para trás foi errado. Eu voto contra!
- Surgiram novos fantasmas? Para mim, até acabou o fantasma chamado Leixões SC. “Esta equipa só perde com o Leixões SC”. Não, perder mais vezes (humor).
Agora siga!
Vamos ao jogo das meninas primeiro.
Por estranho que pareça, acho que o nosso principal problema para a vitória foi o bloco. A partir daí tornou-se um castelo de cartas. O nosso ataque estava dentro nas performances habituais, tal como a nossa receção. Começámos a servir muito bem, criando várias situações onde o Vitória SC se colocava fora de sistema (em dificuldades). O que acontecia é que, apesar da distribuidora adversária fazer corridas constantes atrás da bola após recepção, as atacantes fechavam pontos. A vantagem que o serviço nos dava, não era suficiente para fazermos ponto no bloco. Com o crescendo de motivação do Vitória SC, a falta de confiança começou a aparecer. Dei por mim a comentar com o Tiago que as meninas de branco podiam atacar com olhos fechados que seria ponto de certeza. Naturalmente, pareceu-me que fomos diminuindo a confiança no ataque e no serviço.
Mesmo com a performance paupérrima das nossas opostas (Paquete e Regalado), se o bloco tivesse estado presente, a história era outra. Li por aí que até a nossa defesa estava com problemas em tirar bolas. A verdade é que, tornando-me repetitivo, o bloco não fechava e o remate adversário passou imensas vezes entre as jogadoras. Nenhuma defesa está preparada para isto.
O treinador Rui Costa tentou rodar as opostas, mas sem sucesso. Ainda tentou a Amanda para mudar alguma coisa, tentando algo diferente. A Bochka foi lançada dando ali um pequeno estímulo no serviço que até nos deu uma esperança no jogo. Infelizmente era tarde.
Apesar de achar que a derrota passou pelo bloco, nós até fizemos 14 blocos. Por estranho que pareça, e é só a minha opinião, acho que não fizemos um péssimo jogo. Claro que, com a motivação do Vitória SC a subir, chega a um momento que até podiam estar a jogar com o Bayern Munique que iam ganham. A nossa identidade esteve presente e isso dá-me confiança para o futuro.
Para o bem e para o mal, a resposta a isto é dada dentro de campo. Domingo há jogo!
A equipa masculina perdeu com o SL Benfica, por 3-1. Neste jogo as expetativas estavam na igual proporcionalidade do resultado. Curioso que o rival volta a perder o 1º set e isto já se torna uma recorrência desta equipa. Não só connosco, mas com vários adversários. Na Champions, com o Sporting CP e AJ Fonte do Bastardo já parece rotina. Temos de saber aproveitar isto.
Olhando para como está a ser este ano, fizemos um bom jogo. Com um Bob lutador, fomo-nos mantendo no jogo. Também o Masso esteve bem, dando seguimento ao bom momento técnico que tem vindo a ter. Apenas mais uma nota sobre o jogo. Apesar da desproporcionalidade, é fantástico ver a quantidade de adeptos do Sporting CP que estavam a apoiar esta equipa no sábado.
Numa opinião que pode ser pouco consensual, com o Angel Dennis, éramos campeões.
Só mais umas notas curtas:
– Tenho de admitir que, possivelmente, o Masso pode não ter o melhor acompanhamento por parte do clube, para quem está a ter a primeira experiência fora do seu país. Percebi isso estes dias quando o jogador pediu que os seus seguidores do Instagram lhe colocassem perguntas. Uma dessas questionava se ele sabia qual era o lema do Sporting CP. Eu ajudo na resposta: ESFORÇO, DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO E GLÓRIA. Ele podia ter perguntado ao Tiago Pereira.
– Domingo vamos a Matosinhos vencer jogar com o Leixões SC e mostrar somos de uma certa raça de pessoas.
– Sábado recebemos a AJ Fonte do Bastardo com a mesma vontade que a vencemos na última vez que pisou o PJR.
Para fechar, digo-vos que ando viciado na série New Amsterdam e termino o Bonito Serviço da mesma forma como o Dr. Max Goodwin.
HOW CAN I HELP?
*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.
22 Março, 2022 at 9:04
… Tenho fé nos que cá estão.
As meninas vão tratar da besta negra.
Saudações Leoninas
22 Março, 2022 at 9:54
No último set pareciam miúdas de liceu… e das que são obrigadas a fazer educação física. Cansaço? Já li por aí que o treinador não muda as jogadoras, é carregar no 7 até à exaustão. Confere?
22 Março, 2022 at 10:42
Sobre a segunda parte da tua pergunta: não confere nada.
Coloco-te as titulares/mais utilizadas dos últimos 4 jogos antes da meia final:
Vitória SC (c): Bárbara, Margarida, Bruzza, Regalado, Jady, Aline, Dani.
Leixões SC (f): Paquete, Cavalcanti, Margarida, Lucia, Jady, Bochka e Garcez
Clube K (c): Bruzza, Bárbara, Cavalcanti, Ju, Regalado, Jady, Aline, Dani
GC Vilacondense (c): Bárbara, Paquete, Bruzza, Ju, Jady, Aline, Dani
Notas:
– últimos 4 jogos a Ju descansou 2
– temos 3 centrais e jogaram todas
– rotação nas opostas Paquete e Regalado
– há um núcleo que joga mais como sempre há em todas as equipas, em todas as modalidades (Bárbara, Dani, Bruzza e Ju).
22 Março, 2022 at 12:39
Como escrevem abaixo, podem ser más línguas em relação ao treinador.
Obg pelo esclarecimento.
22 Março, 2022 at 13:23
” Já li por aí que o treinador não muda as jogadoras, é carregar no 7 até à exaustão.”
Não sei onde lês essas coisas, mas bastava ver os jogos, para perceber que é pura mentira.
22 Março, 2022 at 14:08
Se visse os jogos não perguntaria.
24 Março, 2022 at 15:22
Recomendação para o futuro: ver os jogos e depois comentar.
Fica a aqui a sugestão, os jogos passam sempre na Volei TV
22 Março, 2022 at 10:01
Muita garra, Leoas!
Ainda vamos fazer história esta época!
22 Março, 2022 at 10:54
o meu franco receio, é que a equipa feminina se torne numa equipa do quase. Sentem cada vez mais apoio em seu redor, a responsabilidade aumenta, bloqueiam nas decisões, e se isso começa a acontecer ainda pode sobrar para um dos treinadores que acho que melhor desempenha o seu papel de Leão ao peito.
Espero que não aconteça e que tenha sido apenas uma má noite.
Nos homens, começa a ser habitual vergarmos os lampiões no primeiro set. Falta ganharmos o segundo.
22 Março, 2022 at 13:20
Exsite uma expressão que caracteriza a equipa masculina – tesão do mijo!
Apesar do jogo não ter sido dos melhores, gostei de ver que não começaram a embandeirar em arco, após a vitória do 1º set. No voleibol, tudo é zerado quando se inicía um novo set e convém continuar focado e sem bazófias, (coisa que tem acontecido nos tempos recentes). O bom e crescente momento da nossa equipa, não chega para os habituais titulares do BEnfica. Isso ficou claro. Vamos ver se chega para a Fonte do BAstardo,pois ficar pelo 2º ano fora da final, seria vergonhoso!
Quanto à equipa feminina gosto demasiado delas, para exprimir aquilo que sinto sobre aquele jogo. Estou contigo Cherba, espero que demonstrem que têm estofo para serem campeãs. Qualidade técnica e tática, não falta.
22 Março, 2022 at 13:53
o problema é se falta “o resto”…
22 Março, 2022 at 12:15
Bom dia, caro Adrien.
Foi, na verdade, uma enorme decepção. É uma das minhas equipas favoritas do Clube e custou-me muito a derrota.
A nossa equipa esteve muito mal e adianto mesmo que, não fora o desacerto no serviço do VG no primeiro set, não sei se o teríamos ganho…
Muito poucas jogadoras estiveram ao seu nível, mas a Jady, a Vanessa e, sobretudo, a Regalado, muito distantes mesmo.
Não percebo esta última, francamente. Tem uma morfologia excelente, mas ataca muito, muito mal. E tem decaído de produção.
A Vanessa, como já disse aqui, não me parece bem fisicamente e que ataca sempre em esforço.
Estou algo apreensivo nos confrontos com o Leixões, mas confio na garra e valor das nossas atletas. Não vai ser fácil, mas temos que acreditar…
Nas redes sociais, sobretudo no Facebook, tenho lido algumas (poucas) alusões à competência do Rui Costa, que considero perfeitamente injustas e imerecidas.
Para terminar, um abraço, parabéns pelo seu excelente trabalho e vou confiar na sua… confiança!
SL
22 Março, 2022 at 13:55
Em primeiro lugar o meu obrigado pelo serviço público que são estes post
Confesso que fui apanhado de surpresa na sexta, o facto de apenas haver transmissão online e de termos ganho o primeiro set levou a que não acompanhasse o jogo. Foi uma desilusão a derrota mas terá sido também para elas, continuo a acreditar que foi apenas uma noite má e que vamos dar a volta por cima acabando a época a festejar o título, o grupo de trabalho merece.
SL
22 Março, 2022 at 17:47
Eu acho que a equipa não está num bom momento físico… É só a minha opinião por aquilo que vejo do que fazem em campo durante o jogo.
Este jogo e o jogo de há umas semanas com o Benfic@, que vi e revi com cuidado, foram muito similares na sensação que me deu: foram perdendo gás com o desenrolar dos sets.
Neste jogo, a equipa entrou bem, com bons serviços, em força e na jogadora que queriam, fez bons blocos, impedindo muitos dos ataques do Vitória, e finalizou bastantes pontos no primeiro ataque. E isto, para mim, mostra que estavam com “força” no serviço, e com “força” para saltar para blocar e atacar, além de rapidez no jogo.
Isso foi-se perdendo, na minha opinião.
No 2º set houve uma melhoria do Vitória mas ainda deu para lutar pelo set, só quebrando no fim.
Daqui para a frente foi sempre a decrescer.
Jogo mais lento, passes menos precisos, bloco cada vez mais ineficaz e uma ataque que teve imensa dificuldade em finalizar os pontos, dando com isso inúmeras oportunidades ao Vitória de contra-atacar.
Claro, a isto junta-se o que dizes, que foi um crescendo de falta de confiança quando as coisas começaram a correr mal.
Obviamente, é só o que me parece. Não tenho a certeza que seja isso mas acho que só falta de confiança, ou um mau jogo, não explica tantos erros durante a partida contra o 7º classificado da 2ª fase, a quem o Leixões deu 3-0 sem grande dificuldade.
Não quero com esta minha opinião, que é só isso mesmo, colocar em causa o treinador ou a equipa técnica, de quem gosto e quero que se mantenha no Clube. Mas é o que me parece ser a razão para o fraco jogo que fizemos e, pior, deixa-me apreensivo para a disputa final do campeonato.
A Paquete está nitidamente fora de forma mas a Regalado está muito pior. Tirar a Paquete, que ainda fazia qualquer coisa, para meter a Regalado, que não fez (quase) nenhuma bola, pode entender-se até se perceber que se tirou uma jogadora que não estava a funcionar bem para colocar outra que simplesmente não funcionou de todo.
A única jogadora que manteve um nível bom foi a Aline mas forçaram tanto a rapariga que depois ficou difícil para ela, ou porque o Vitória já estava à espera e defendi os ataques dela, ou porque a sobrecarregaram de jogo e acabou por perder força no salto e no remate.
Quando não se está bem fisicamente, tudo se reflete para pior e o jogo é menos “fluido”. É mais lento. Salta-se menos. Ataca-se com menos força e menos precisão. Decide-se pior. É tudo mais em esforço. Demora a reagir aos jogo do adversário.
E acho que foi tudo isto que se passou neste jogo com o Vitória, e já se tinha visto um pouco contra o Benfic@.
22 Março, 2022 at 17:49
Acrescento só que também acho que a equipa quer, as jogadoras querem, mas não se consegue!
Não é falta de atitude.
É mesmo não conseguirem mais. Espero que seja uma fase e passe rápido… ou vamos de vela com o Leixões.