Quanto à mudança de posição do Pote não me parece descabido. Tem um estilo de jogo parecido com o João Mário, e no papel tem melhor chegada à área do que o João Mário e do que o Mateus, que é algo que também nos tem faltado. Se vai resolver alguma coisa? Não, acho que não chega, continuam a faltar coisas diferentes. Um gajo na frente com capacidade de desbloquear sozinho. O Sarabia tinha lances de execução genial, o problema é que precisou de ter alguém que respondesse e muitas vezes não havia. O João Paulo não vale a pena bater mais no ceguinho, no outro dia vi o Sacamacca e pensei: “isto sim é um gajo que podia ter vindo para nós o ano passado” (o transfermarkt que o Presi usa, avaliava-o em 15M). Falta um gajo que numa finta, num remate marque golo. Rápido mas com o mínimo de responsabilidade tática (que parece ser o que falta ao Plata). E atrás falta tudo o que apontas. Acho que precisamos que a defesa volte a ser o que era o ano passado e que o ataque seja trabalhado. O Amorim tem de definir se quer jogar tanto na largura com o Paulinho a PdL ou se vai mudar um pouco as abordagens e dinâmicas.

Eu compreendo a utilização deste esquema e embora concorde que limita a equipa no plano ofensivo, a verdade é que defender a cinco resolve imensos problemas sobretudo ao nível da transição defensiva e no controlo da largura (e no controlo de cruzamentos consequentemente).

Se formos analisar a preceito, a maior parte dos golos sofridos pelo sporting nas épocas anteriores ao Amorim eram derivados destes momentos de jogo e aos esquemas táticos defensivos, porque em 85% dos jogos são estes os momentos em que as equipas pequenas em Portugal apostam para ferir os grandes.

Já no plano ofensivo, no jogo posicional que a equipa adopta, faltam de facto algumas coisas que, na minha opinião, limitam o nosso ataque.

Começando na construção, não ter um central destro capaz de assumir riscos na condução e no passe vertical (ao exemplo do que faz o M.Reis ou o Inácio à esquerda limita imenso a progressão da equipa para o momento seguinte. A verdade é que neste momento a equipa procura a troca de bola de forma paciente pelos defesas e médio defensivo mas mesmo quando encontram central livre (muita vezes o direito porque as outras equipas não andam a dormir) não há a aceleração que se impõe, não há a assunção de risco e por isso não se atrai pressão nem se liberta espaço para quem está entre a segunda e a terceira linha de pressão adversária receba e enquadre em condições favoráveis.

Neste momento também não gosto da forma como se posicionam os dois médios centro. O palha é limitado quando pressionado e normalmente os médios centros estão sempre marcados com referência individual, o que acontece na maioria dos casos é um passe dobrado para um dos centrais, algo normal. Depois o segundo médio (o M. Nunes) tem muitas vezes comportamentos de aproximação ao portador com os quais eu não concordo. E não concordo sobretudo por dois motivos, primeiro porque acontecem mesmo quando o portador (normalmente um dos centrais descaídos) está livre de pressão adversária próxima, ora isto para mim não faz sentido, se não existe pressão o central deve ativar condução e este médio tem que procurar movimentações ou contra movimentos para desorganizar a última linha adversária e ativar dinâmicas de terceiro homem para que alguém enquadre nestes espaços ou para que a estrutura defensiva adversária concentre e se abram espaços livres nos corredores laterais e isto não acontece. O M. Nunes sente se (pelas suas características) mais cómodo em receber fora do bloco adversário mas isso condiciona e dificulta a ação dos três elementos do setor ofensivo daí a tal sensação que estão muito longe ou numa ilha isolada, ora quando a isto se junta um posicionamento baixo dos alas… fica difícil ligar com sucesso para criar algo de jeito, sobram os contra movimentos com vista a profundidade ou a tradicional atração a um corredor para solicitar variação rápida para o corredor oposto… muito pouco para um clube como o nosso. Se a equipa contrária forma uma linha de cinco e bloco baixo, as coisas complicam se muito. Depois o segundo motivo diz respeito à transição defensiva, na minha opinião os nossos médios defensivos (seja ugarte ou palha) tem raio de ação suficiente para em conjuntos com os três centrais garantirem o equilíbrio necessário, por isso defendo que o segundo médio deve posicionar se sempre atrás da linha média adversária, numa “altura” superior ao primeiro médio e inferior ao avançado centro, colocando quatro ou cinco (se o ala do lado contrário à bola garantir largura e profundidade máxima) jogadores dentro do bloco adversário.

Na criação existem no sporting dois momentos que me preocupam, o primeiro é padronizado e já falei nele. Atração a um dos lados com bola a entrar na cobertura do médio próximo e variação direta para ala oposto. Não é um passe fácil de fazer mas a verdade é que são bastantes vezes, mas não consigo entender como é que não se colocam mais elementos na área contrária para criar mais perigo nestes momentos, a verdade é que a maior parte das vezes só temos um ou dois elementos a atacar os espaços de concretização e é manifestamente pouca gente para condicionar o controlo de cruzamentos do adversário. Vejam o city real e contém quantos elementos tem o city na área (muitas vezes estavam em superioridade numérica de 3×2 porque o real defende mal que doi). Nós estamos sempre em inferioridade e não contamos com ninguém especialmente apto para a finalização deste tipo de ataques.

Se excluirmos este padrão, sobram o ataque à profundidade (quando existe espaço para isso) que não me parece mal trabalhado (existem dinâmicas muito interessantes de contramovimentos) mas com os três habituais titulares (pote Paulinho e Sarabia) fica curto a nível de características individuais. Faz falta a meu ver alguém mais na linha do N. Santos para jogar à esquerda tornando o modelo simétrico na sua assimetria (Porro mais subido e agressivo na direita com um extremo mais interior e talhado para esses espaços e na esquerda oposto) e com isto mais difícil de anular.

Depois e por último, acho imperativo que se encontre um avançado diferente do Paulinho e do slimani, aguem móvel, capaz de assumir ações de desequilíbrio individual é que seja difícil de marcar. O Paulinho tem de facto, na minha opinião, um excelente entendimento nos movimentos de apoio e ligação mas é medíocre em tudo o resto, não possui capacidade de finalização, não saca um coelho da cartola, não é rápida na pressão nem no ataque à profundidade, não é apto no jogo aéreo… muito curto. Faz falta alguém diferenciado para esta posição.

Para mim mais do que mudar o modelo há sim a necessidade absoluta de três reforços com investimento significativo, um avançado, um central é um extremo diferenciados é que vão de encontro com as necessidades do modelo.

Mais havia a escrever mas torna se difícil explanar tudo num comentário, seria uma bela conversa de café ahahahah ainda faltava falar sobre as adaptações necessárias para se jogar nos restantes 15% dos jogos isto é, champions e entre grandes aqui em Portugal. Fica para uma próxima.

Venham mais postas destas cherba

SL

Sinto o mesmo, somos incapazes de criar perigo contra equipas acantonadas.
Somos incapazes de fazer o carrossel com os 3 da frente e os 5 do meio-campo.
O carrossel é sempre entre os 3 de trás e os 5 do meio, com bola nas costas para os 3 da frente.
Confesso que não faço ideia como o fazer ou o que é que falta…
As melhoras equipas, como o Liverpool ou City, fazem-no de uma forma que até parece fácil… A bola parece desenhar W´s, quando circula em frente das defesas adversárias, que nem a cheiram, mas conseguem criar desiquilíbrios em 3 ou 4 metros, tipo andebol. Mesmo tecnicamente, os jogadores são muito mais rápidos a dominar a bola. Muitos deles, dominam com um pé e passam com o outro. Pode parecer ridículo, mas é a maior diferença que vejo em relação aos nossos jogadores. Os jogadores destas equipas, quando têm a posse de bola, parecem sempre ser dominantes, que têm mais do que uma opção, incluindo os defesas. No Sporting, por exemplo, só reconheço essa capacidade a Edwards, Porro, Pote, Sarabia e Bragança (Talvez Ugarte). Todos os outros parece que têm tijolos quando recebem a bola, perdendo tempo precioso nas trocas de bolas e criação de desiquilíbrios.

Não vejo o Essugo preparado para jogar com frequência…

Pote e Sarabia são os jogadores mais influentes do Sporting. É inegável que o Pote teve uma época de merda, ou então até teve boa época dadas as circunstâncias, depende do que se queira ver. Jogou de pé trocado, o que acho que lhe tirou muito jogo. O ano passado à direita era muito mais eficaz. Pode parecer pouco mas às vezes pode ser tudo.

Não concordo nada com a tua visão sobre o Amorim, mas em relação ao Pote é bem verdade esta época teve duas paragens longas e isso teve muita influência no rendimento dele nesta parte final.

E é um daqueles casos em que o treinador para resolver tem de tentar dar-lhe minutos ao máximo se o enfia no banco ainda é pior.

Vai ficar vai… Na máquina registadora da gestifute…. “Aquela máquina!…” (musica do anuncio da regisconta)

Z

Já andamos a gastar os 40M do NM e o prémio da LC. Falta saber se as dívidas a fornecedores desaparecem na mesma proporção.

O dinheiro do Leão entrará pela porta e sairá pela janela. Vinagre e Virginia que o digam…

Epá, eu vi o jogo Farense-Mafra no estádio e o homem já parecia estar em pré-reforma…sem qualquer tipo de intensidade de jogo!!!