O voleibol também é engraçado de analisar pelo lado dos números. Há uns que contam mais que outros, certamente me esqueci de alguns, no entanto estão aqui os que considero mais relevantes. O objetivo é tentar mostrar, com alguns argumentos, porque raio é que está a ser uma grande época!

87

Este é o número de sets disputados só desde janeiro, entre campeonato e taça, da nossa equipa. Se atribuirmos, como referência, 25 minutos de jogo em cada set temos o belo número de 36 horas. Para as mesmas competições a AJM/FC Porto jogou 65 sets, para um tempo de 27 horas. Para chegar ao mesmo sítio precisámos de lutar mais 9 (!) horas. Se por um lado mostra a imponência do adversário, por outro este torna-se num número que nos define como lutadores, persistentes, trabalhadores, leoas! Que legitimidade, hã?

207

Este é o número total de jogos do timoneiro deste feito. O treinador Rui Costa já leva 207 jogos e ainda atinge, pelo menos, os 210 jogos oficiais pelo Sporting CP. Desde a 3ª divisão até ao topo do voleibol português. Conheço muito poucos (e nem me estou a lembrar de ninguém agora) que tenha vindo de tão baixo e crescido, com muito trabalho, até este patamar.

2 200 000

Este grande número é o resultado de um relatório de audiência da Brand24 para o período de 4.03.2023 e 03.04.2023 do hashtag #VoleibolFemSCP no Twitter. Estas datas refletem a vitória na taça de Portugal e o jogo, no PJR, contra o Leixões SC no jogo 3 das meias-finais. Se virmos apenas a vitória na Taça, o número é de 1.1M para mais de 11k likes. O alcance fora das redes sociais deste hashtag neste período ultrapassou os 37k. O relatório não tem em conta o Instagram, que terá números interessantes, apesar de acreditar que são menores.

1 900

Este foi o número adeptos que fizeram um novo record para uma modalidade feminina no PJR. Com apenas a ação de colocar o jogo próximo do futebol, conseguiu-se este feito único. Digo único porque a comunicação foi muito redutora, provavelmente sustentada na já previsível adesão dos adeptos. Admito que gostava que o voleibol vivesse por si, mas isso implicava um trabalho maior da equipa de comunicação. De realçar, sempre, a auto capacidade mobilizadora dos sportinguistas.

12 500

Mais uma vez o streaming da Federação não resultou. Pode parecer, mas não é uma perseguição ao Sporting CP. Isto só acontece nos nossos jogos porque há uma mobilização gigante para ver o jogo por parte dos sportinguistas. E o rudimentar processo baseado na tontice não aguentou as mais de 12 500 tentativas de pessoas a entrar para ver o jogo. Foi tão mau que a Federação desativou os comentários da publicação no Instagram porque aquilo estava a ser feio. Continuam todos a dormir e nem para ganhar dinheiro servem. Já falo sobre a rentabilidade em seguida.

1

Digo 1 como elogio. Depois da passagem à final foi a primeira vez, que em uníssono, a equipa agradeceu única e exclusivamente aos sportinguistas. Sem “e” nem “ou”, passaram uma mensagem clara e assertiva. Reafirmo que não é uma crítica, é um obrigado. Admito que tenho alegria às pequenas frases. Esta foi uma delas: “Para todos os nossos adeptos. Estamos na final”

49%

Esta é a percentagem de sucesso que atribuo à nossa equipa. Que não seja uma ilusão as últimas 3 vitórias consecutivas sobre a AJM/FC Porto. Todas foram merecidas, justas e muito trabalhadas. Para o campeonato a AJM/FC Porto chegou até nós depois de jogos europeus. Na taça foi um jogo de loucos que podia ter dado para as duas equipas.

Como nossa vantagem temos o lado emocional das nossas vitórias e a confusão que se fala pela AJM/FC Porto. O adversário jogará sem a Renatinha que foi posta de parte porque, segundo se lê, optou pelo “outro lado” na separação da AJM e FC Porto. Também com os fóruns do SLB a darem como certo o Rui Moreira como próximo treinador do SL Benfica. Tudo isto pode ser uma vantagem para o Sporting CP.

Como desvantagem há as craques da equipa como a melhor jogadora do campeonato, Holt, a melhor jogadora da época passada, Karina Olaya, uma distribuidora que passa alto de c*****, libero titular da seleção e a sempre potente Victoria Alves.

Pelas forças que temos, não atribuo os 50%, mas aproximei porque o mérito de aqui chegar subiu as odds.

100%

Esta é a percentagem de carácter que esta equipa tem. Neste último fim de semana teve a imensa seriedade e dignidade de se afastar nos holofotes do pavilhão e festejar no balneário. Sem provocações, sem acicatar ânimos mais emocionados. Que classe.

7

As empresas procuram este tipo de investimento para aumentar a visibilidade e notoriedade da sua marca pois o patrocínio é visto como um mecanismo de troca, há uma troca de recursos entre a atividade patrocinada e o patrocinador. Assim, os clubes desportivos vão ser capazes de oferecer produtos que vão de encontro às motivações dos patrocinadores, melhorando relações já existentes e criando novas oportunidades de patrocínio. Parece que estou a agenciar comercialmente a equipa. Não estou. A verdade é que estou, mesmo, convencido que esta é uma oportunidade interessante. Estou tão certo que estou a propor a alguns Clientes da minha empresa, especialmente da área fashion, um budget de investimento.

As 7 motivações para uma marca se associar à equipa feminina de voleibol:

1. Aumenta a visibilidade e notoriedade da marca e, possivelmente, esse aumento de visibilidade acrescerá um aumento nas vendas;
2. Disponibilidade de convidar Clientes, futuros clientes ou fornecedores a assistir aos jogos em lugares VIP;
3. Custo de investimento substancialmente mais baixo que o futebol;
4. Retorno rápido de notoriedade pelo aproveitamento do momento impressionante da equipa;
5. Equipa vencedora, resiliente, corajosa, trabalhadora, trendy e ambiciosa;
6. Consistência de comunicação semanal nos canais do Sporting CP;
7. Todos os jogos no PJR televisionados com os shares mais altos da Sporting TV.

2

O número 2 representa o número de oportunidades de patrocínio que parece que ninguém quer aproveitar.

1. Os estudos e o senso comum percebem para onde mais se olha num jogo de voleibol. Não é nenhum comentário de cariz sexual, é uma constatação que está nos relatórios. O Sporting CP não tem patrocínio nos calções que é o local com mais alcance. Tal como na parte de cima das costas, qualquer informação que esteja ali, é muitas vezes tapada pelo comprido das atletas. Portanto, com esta audiência criada em volta desta equipa, que marca não quer estar nos calções para estes últimos jogos do ano?
2. Ainda há outro potencial espaço para patrocínio que é o jogo. Vender o jogo a uma marca, utilizando o PJR e o seu público como atrativo comercial. Isto faz-se imenso no futebol com resultados positivos para todos, porque não trazer este modelo para o voleibol quando o próximo jogo o PJR vai estar cheio?

3

Este é o número mais desejado, o 3. Para conquistar o campeonato pela primeira vez na nossa história, o Sporting CP precisa de vencer 3 jogos.

Dia 16.04.2023 – PJR – 18h

Dia 23-04.2023 – Dragão Caixa – 17h

Dia 30.04.2023 – Dragão Caixa – 16h

XX

Há um número que eu não sei e queria saber. Quantos treinos esta equipa já tem nas pernas. Este número é tão importante quanto todos os outros que indiquem porque é o número do trabalho, do compromisso. O treino é a nossa disciplina de preparação. Quando ninguém está a olhar, o que é que fazemos? Dá para o voleibol, tal como para cada um de nós. Diz o Bernardinho Rezende sobre o treino que: “lembre-se de que cada dia que você deixa de treinar, ou de se dedicar ao treinamento significa um dia mais distante da realização de seus sonhos.” Por isso, quanto é que esta equipa quer ganhar ou por outras palavras, quantos treinos tem a equipa?

Partilho convosco que estou muito feliz por estar a assistir a uma grande época de voleibol. Num ano onde muitos clubes quiseram dar mais para conseguir chegar longe no voleibol, num ano onde todos quiseram ganhar elevando o voleibol feminino, o Sporting CP ganha a taça e está na final do campeonato. O meu Sporting CP. O nosso Sporting CP.

Estou com tanta fome!!!

Somos da p*** da raça que nunca se vergará!

Saudações Leoninas