Pronto, lá vem o ataque pessoal…

Eu não tenho mania nenhuma. Nem de que sei tudo – que obviamente não sei eu, nem sabe ninguém.
Dou-me é ao trabalho de me informar sobre os assuntos e coloco aqui a minha opinião fundada com aquilo que encontrei.

Tenho aqui falado bastante sobre o assunto – provavelmente fui até o que falei mais, ainda que isso, por si só não valha como argumento para eu ter razão, como é evidente! – e tenho colocado aqui tudo o que encontrei, seja no caso em particular, seja neste tipo de casos no geral.
Já “gastei” uma 8 a 10 horas a ler e ver coisas sobre o assunto – e digo “gastei” no sentido de ter demorado esse tempo a consumir informação sobre isto, porque para mim nem se gasta tempo a aprendermos algo, é antes um bem, um benefício – e tudo o que disse aqui são cenas que vi ou li sobre o assunto.
É a 1ª vez que vejo alguém falar em cromossomas XXY neste caso.
Mas, supondo que é assim, continua a não ser uma mulher biológica porque uma mulher biológica tem cromossomas XX e mais nada. Portanto, quando dizes “nasceu mulher” é mentira.
Depois, e partindo do principio que a pessoa não fez nenhum tratamento, basta olhar para a pessoa para se perceber que tudo ali é “homem”: altura, corpo, braços, pernas, cara.
Acresce a isto que o argumento usado pelo COI – “no passaporte diz que é mulher” – é absolutamente estúpido, irrelevante, não tem nada de objectivo ou cientifico para provar que é mulher.
No mínimo, dada a controvérsia, fazia-se o teste ADN para tirar tudo a limpo – coisa que a pessoa disse que iria fazer, na altura do Campeonato do Mundo e depois não fez.

Portanto, aquilo que eu defendi, que foi que estas pessoas deviam era participar nos Jogos Paralímpicos, é o que mantenho nesta altura, mesmo se for verdade que tem cromossomas XXY – que, repito, é uma informação que não vi em artigo nenhum e eu vi mais de 20 artigos de base diferente, o que quer dizer que nem conto com artigos que têm por base um outro artigo escrito que depois serve para várias publicações. E, ou isso apareceu entre ontem à noite e hoje, ou não estou a ver como é que isso me passou despercebido – ainda que possa ter acontecido.
De qualquer maneira, para a minha opinião, é irrelevante porque a minha opinião tem os seguintes fundamentos:
a) a pessoa foi registada como menina porque parecia uma menina
b) isso foi feito de boa fé
c) viveu como menina a vida toda
d) ninguém achou estranho que no crescimento se parecesse com um rapaz e não com uma rapariga – é questionável mas enfim, não será caso único
e) competiu como menina porque é isso que a documentação diz que é
f) só em 2023, no Mundial, se levantaram duvidas – tu dizes que foi porque ganhou a uma russa, eu digo que várias atletas levantaram duvidas sobre o género em causa
g) o que dizem é que falhou os testes de género – há declarações dum responsável que diz ter cromossomas XY, tu dizes que tem cromossomas XXY. Em ambos os casos não é uma mulher biológica, no que em termos biológicos se define ser uma mulher!
h) a partir daqui já não há a presunção de boa fé ou inocência, ainda que seja compreensível que se trata dum assunto complicado para as pessoas. Em termos de justiça, não sendo uma mulher biológica as mulheres biológicas podem questionar a sua participação na competição, até porque tendo a parte masculina durante o desenvolvimento do corto, tudo o que são as características dos homens vão-se desenvolver e isso dar-lhe-á vantagem competitiva.

Isto é uma discussão aberta e compreensível, porque realmente o tema é complexo e levanta muitas duvidas. Não é igual a discutir se um Trans que passou de homem para mulher pode competir com mulheres ou não, ainda que tenha uma parte igual, que é a vantagem competitiva de quem se desenvolve na puberdade como homem em vez de se desenvolver como mulher – e é por isso que certas Federações dizem que aceitam quem faz a transição antes da puberdade, e já passa esse período do desenvolvimento como mulher. Eu continuo a questionar isto, e acho que deviam participar nos Jogos Paralímpicos num escalão próprio, mas é só a minha opinião.

Agora, meu caso, o que tu pensas de mim é-me irrelevante. Não me conheces de lado nenhum, não sabes nada da minha vida, o que fiz, o que deixei de fazer, etc… Não concordas, tudo bem. Mostra isso e argumenta. Não precisas de dizer merdas que não sabes de alguém que não conheces, quando se debatem e argumentam cenas minimamente sérias, porque dizeres que “eu tenho a mania” não é argumento nenhum!
E, como vês, mesmo com o teu argumento – que não vi em lado nenhum mas aceito como argumento – continuo a achar o mesmo e argumento porque o faço, em vez de dizer que “tens a mania”…

O vídeo que eu deixei aqui, duma médica a falar nestes casos, é suficientemente claro para se perceber que há vantagem desportiva. Não queres ver isso – vá-se lá saber porquê – é contigo.

Só para terminar, os testes feitos antes dos JO podem dar valores legais porque se tomou algo para darem valores legais. Com certeza sabes disso, como qualquer adulto que segue o desporto sabe hoje em dia… O Lance Armstrong também dava sempre valores legais, não era? E isso impediu-o de fazer batota e ter vantagem sobre a concorrência?

Eu acredito que, até haver este problema em 2023, nem nunca se pensou em contornar o que era o normal na pessoa. Toda a gente julgava que era realmente uma mulher. A partir do momento em que surgem duvidas, em que surgem testes, é natural, se não é biologicamente XX, que faça algo para manter sempre os valores normais apresentados pelo XX…
Por isso eu disse que até 2023 foi tudo na boa fé. Daí para cá é tudo discutível e merecia uma analise profunda. E o mais ridículo é o COI dizer que os testes foram subjectivos, ou lá o que foi, e apresentar como argumento que no passaporte diz que é mulher e isso chega.
E defenderem esta merda é que me deixa estupefacto, mas cada um defende o que quer…