Conforme prometido no último post, a rubrica desta semana (e das próximas) será dedicada ao France 2019.
Após as 2 primeiras jornadas, a impressão sobre a organização só pode ser extremamente positiva. Logo no jogo de abertura, o anterior record de assistências de QUALQUER jogo de Futebol Feminino disputado em França é batido por quase mais 20.000 espectadores (45.261 França-Coreia do Sul versus 25.907 Lyon-PSG). A primeira jornada da fase de Grupos (12 jogos) termina com um total de 210.787 espectadores, o que correspondeu a uma assistência média por jogo de 17.566 espectadores; no fim da segunda ronda da fase de grupos, a média de assistência por jogo já subiu para 18.853 espectadores o que totalizou 452.463 espectadores para os primeiros 24 jogos. É bom lembrar que vários destes jogos envolviam nações de fora da Europa, o que torna estes números ainda mais impressionantes.
Depois, o realce vai para o enorme sucesso financeiro: estamos a falar, por exemplo, de grandes sponsors como VISA, Adidas, Coca-Cola, Wanda, Qatar Airways, Hyundai, KIA que patrocinam a competição e ainda a exclusividade emparelhada da publicidade “estática”, televisiva e de streaming por cada jogo jogo. Outro destaque deve ser dado ao formato que todas as marcas resolveram associar ao seu patrocínio: de desenvolver modelos desportivos, sociais e culturais de atletas e de promover o jogo como uma vertente da afirmação da mulher na sociedade. Esse formato tem conquistado o público que começa a reconhecer as jogadoras dos seus países (e não só: as francesaa Wendie Renard e Amnadine Henry, a canadiana Kadeisha Buchanan, a americana Alex Morgan, a australiana Sam Kerr, a holandesa Shanice Van de Sanden, a veteranas brasileiras Marta e Formiga, para só citar algumas, começam a ultrapassar as barreiras do reconhecimento nacional para passarem a estrelas internacionais). Isso deixa outra “marca” na modalidade: a conquista de um publico que cresce todos os dias também já se faz emocionalmente, e o futebol feminino, cada vez mais, desperta paixões.
Do ponto de vista desportivo, estamos a assistir à predominância do futebol europeu e da América do Norte. Por outro lado podermos assistir à queda (ou ao difícil apuramento) de potências como o Brasil (com uma selecção demasiado envelhecida e claramente a necessitar de renovação), o Japão (cujo futebol em sido decepcionante e sem chama), a China (3ª classificada no seu grupo, vai ter de esperar para saber se ficou entre os 4 melhores 3ºs) ou a Austrália (que surpreendeu no seu jogo inaugural ao perder com a Itália).
Bem agradável e com uma desenvoltura técnico-táctica bem acima das restantes tem sido o futebol praticado por França, E.U.A, Canadá e Alemanha (esta com um futebol mais físico e táctico, mas extremamente compacto e eficaz). Parecem-me ser estas as selecções mais bem apetrechadas para conquistar o troféu, mas, numa segunda linha, há que contar também com as selecções de Holanda, Suécia e Inglaterra ou mesmo com a Noruega. Presenças acima da expectativa têm sido as de Espanha e Itália a jogar um futebol com muitos momentos interessantes mas a que falta ainda a consistência para se perfilarem como reais candidatos.
No reverso da medalha, uma palavra para a comunicação social portuguesa (desportiva ou generalista), para quem algo que se está a tornar num novo fenómeno desportivo de massas, parece não ter qualquer interesse noticioso. As transmissões para Portugal limitam-se ao Streaming da RTP Play e são de uma qualidade atroz, com constantes quebras e a retoma sempre com obrigatoriedade de ter de “mamar” com 1 minuto e 10segundos de 2 anúncios (um da RTP e outro do Mundial) sem hipótese de “skip”; como houve jogos em que tive de suportar 16 (!!) quebras, imaginam quanto tempo de futebol consegui ver.
Finalmente, uma chamada de atenção para a nossa própria televisão (que quando cascamos nos outros também devemos ver o que temos me casa): com tão poucos conteúdos, particularmente e época de defeso de quase todas as modalidades, não teria sido muito difícil fazer um pequeno programa diário com a presença de uma das nossas treinadoras e das nossas atletas, passando curtos resumos dos jogos, comentados por essas convidadas, até mesmo incluindo esclarecimentos de ordem técnica e táctica, de apreciação colectiva e individual e de realce de momentos de cada jogo, até como forma de promover a modalidade. Estou certo que conseguiriam, com alguma facilidade, fazer um programa para estar no top das audiêncais de verão do canal. Ainda vão a tempo de fazer uma rubrica para a fase a eliminar: oitavos de final para a frente. Não faltarão bons jogos e boa matéria noticiosa.
Próximos jogos da fase de Grupos a não perder:
Brasil-Itália, no dia 18, às 20h de Lisboa (que poderá decidir o afastamento de um deles ou até uma decisãocomplicada com um grupo a fecahr com 3 equipas com 6 pontos);
Japão-Inglaterra, no dia 19, às 20h de Lisboa (que poderá determinar o afastamento do Japão ou a sua “repescagem nos 4 melhores terceiros);
Holanda-Canadá, no dia 20, às 17 horas de Lisboa (com ambas as equipas já apuradas, mas não só a decidir quem fica em primeiro do grupo, como a prometer um jogo de encher a vista, dado o futebol atraente que as duas selecções têm desenvolvido);
Suécia-EUA, no dia 20, às 20h de Lisboa (exactamente com os mesmos motivos de atracçaõ do Canadá -Holanda).
Um abraço a todos os tasqueiros com o desejo de bom futebol feminino!
* às segundas, o Álvaro Antunes faz-se ao Atlântico e prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino
18 Junho, 2019 at 13:04
Tenho acompanhado quase todos os dias pelo menos um jogo. Os EUA parecem estar num nivel superior, mas tenho expectativas pela Franca e Alemanha. Hoje Brasil Italia sem duvida. Acho que Portugal tinha condicoes para acolher um Europeu ou um Mundial. Seria fantastico.
18 Junho, 2019 at 13:18
Eu vinha aqui elogiar a RTP, pelo serviço prestado com a RTP play e o Álvaro critica no texto.
Acho bastante injusta a critica, sinceramente, até o campeonato Europeu sub-21 tem passado lá, após o Mundial Sub-20, na categoria masculina.
Para um competição onde não se encontra Portugal, já me parece bem interessante ter a possibilidade de ver os jogos á distancia de um clique.
O não ter espaço noticioso, é porque o público PT, não tem qualquer interesse na competição regra geral.
Pode ser que com o benf@ na 1º divisão, com a rivalidade com o Sporting venha, dar outra chama á competição e ao desporto em Portugal.
18 Junho, 2019 at 14:08
Stalley, os públicos também se criam ou não por acção ou inacção da Comunicação Social. O que afirmo é que o Campeonato do Mundo de Futebol Feminino se tem afirmado globalmente como um fenómeno de massas e em Portugal nem chega a ser notícia.
Quanto à RTP Play, acho louvável transmissão de vários jogos das competições FIFA feminina e masculinas de escalões de formação. Finalmente alguém em Portugal começa a compreender as plataformas de streaming como excelentes oportunidade de difusão e de negócio. Aí estamos plenamente de acordo. O que critico á a gritante falta de estabilidade das transmissões que têm efectuado. O resultado é ter a possibilidade de ver cada jogo á distancia de … inúmeros cliques.
Uma abraço e saudações leoninas
18 Junho, 2019 at 13:52
Vinha comentar um assunto que o Álvaro trouxe (e muito bem) e que o Stalley resumiu (e muito bem) numa frase: “(…) o público PT, não tem qualquer interesse na competição regra geral.”
Este é o grande erro dos DDT (donos disto tudo), ao assumirem que o povo apenas está interessado no futebol masculino e dos 3 grandes. Pode parecer, mas cada vez mais há indicadores que isto não é verdade. Há interesse no segmento feminino, jovem e em todas as outras modalidades. No (interessante) artigo do Miguel Cal (https://www.sporting.pt/pt/noticias/opiniao/2019-06-15/a-valorizacao-da-marca-futebol), nós temos um gráfico que mostra que não há nenhum jogo do campeonato no top 10 de audiências de programas de tv em 2019. Isto é um indicador importante.
Digo mais, começamos a ver um cenário a surgir. Miúdos até aos 18 já não são de nenhum clube português e já começam a apoiar os Manchester´s, Liverpool, Juventus… Não querem saber aqui do burgo para nada.
Em resumo, nós não sabemos se o futebol feminino é apreciado em Portugal, porque simplesmente não damos oportunidade das pessoas gostarem. Gostava muito que quem manda nisto se parasse de esconder atrás do futebol masculino e do seu dinheiro (sujo) e se escondesse atrás da competência.
SL
18 Junho, 2019 at 14:10
Não me parece que Portugal com os seus “10M” tenha muito margem para crescer.
O futebol sempre foi o ganha “pão” e sinceramente não vejo isso mudar.
Mas poderia haver um trabalho de fundo a começar logo no desporto escolar, que pelo menos na minha altura era medíocre.
Era essencial os miúdos e miúdas, a partir dos 10 anos, ter a possibilidade de praticar algum desporto.
Não serve para o futebol?
“Olha tens ali o Basket ou Andebol, vai experimentar”, o dar ou não jogador era secundário, mas trazer o gosto pela modalidade já era um belo passo para a longo prazo, termos um mercado “maior”.
Não há nenhum investimento para isso…é pena.
É também engraçado quando chega os JO e a malta pede medalhas, quando só 3 ou 4 atletas vivem (e bem diga-se, em termos monetários) da modalidade.
Quando nem o público feminino, tem interesse na competição…
Como escrevi em cima tem que se começar por baixo, na escolas básicas, Secundário e introduzir o desporto Universitário, num plano a 10/15 anos.
18 Junho, 2019 at 14:19
Quem tem desporto escolar que se veja acaba por ter sempre um desempenho positivo nas várias modalidades nos seniores.
O modelo dos USA, que é que conheço, funciona muito bem e a rivalidade entre escolas e universidades é impressionante. Claro que pondo milhões de miúdos a praticar desde cedo e a competir já num nível de rivalidade elevado faz crescer muito quem tem potencial e se dedica. E os outros ficam sempre com o bichinho da modalidade que alimenta depois as audiências.
Cá até há escolas onde nem pavilhão existe… Ninguém liga! Os miúdos até fomentam o não fazer nada nas aulas de educação física – quem pode, leva atestado. É o oposto a que devia ser…
18 Junho, 2019 at 14:36
Na minha altura á 10/15 anos atrás o desporto escolar, era basicamente o chamado “inter-turmas” e chega.
Houve anos que nem houve.
Isto a nível de escola básica e Secundária.
Até porque um gajo levava “falta” por ir participar…os professores não gostavam muito da ideia, tirando os de Ed. Física, quando assim é, já vemos que é o tal problema cultural.
Claro que isto para garotada(eu incluído) era a melhor altura do ano 🙂
Não sei como é aos dias de hoje, mas duvido que seja muito diferente.
Portugal não se pode comparar com os EUA, é um mundo á parte.
Agora podia haver um melhor aproveitamento, isso é evidente.
Não sou eu ou tu o “mercado alvo”(jovem adultos ou homens), é os putos com 10 anos, que começam a ser “gente” a ter gostos, a ter opinião, que precisam de ser conquistados.
18 Junho, 2019 at 15:43
No meu tempo 🙂 e estamos a falar dos anos 70, havia jogos entre liceus, para além desse inter-turmas – de onde eram depois escolhidos os jogadores para representarem o liceu “internacionalmente”.
Mas tudo isso se foi perdendo. Uma escola ou outra ainda fomentou alguma coisa do género. A minha filha pertenceu à equipa de volei da secundária – quase todas jogavam no Belenenses por isso iam cilindrando as outras escolas! Mas era uma coisa muito restrita. Iam as jogadoras e mais ninguém. No meu tempo, quando era um jogo destes, o liceu em peso tentava assistir. Havia até pessoal a faltar às aulas só para ver estes jogos. E vinha sempre pessoal do liceu que jogava fora.
Enfim, Portugal é outra realidade porque não há interesse politico em fazer o que, por exemplo, se faz nos USA. Se quisessem, a realidade podia ser similar… Tinham era que fazer por isso! Mas dá muito trabalho e isso é chato…
18 Junho, 2019 at 16:36
Dá muito trabalho e pouco dinheiro fácil e no imediato. Por isso, não lhes interessa.
18 Junho, 2019 at 14:12
Pedir competência a uma franja da sociedade que funciona por interesses obscurs é um bocado complicado, Adrien… 😉
De qualquer maneira os clubes também têm de fazer mais pelo desporto feminino e puxar os espectadores para isso. Por exemplo, se os jogos do FF do Sporting fossem em Lisboa, não teriam muito mais publico – até mesmo a pagar? Eu acho que teriam!
Há que trabalhar melhor!
18 Junho, 2019 at 14:05
Bom post!
Tudo isto só faz crescer a expectativa pelo que se fará no FF do Sporting esta época – ou a desilusão! Benfic@ e Braga já se vão mexendo e nós… de férias!
Esta época que está a acabar até nas juniores perdemos o campeonato para as rabolhas! 3 anos de formação e as rabolhas chegam e ganham! Tristeza. Nunca pensei!
Sobre o Mundial destaco, do que não foi mencionado pelo Álvaro, um nível fraco nas arbitragens – alguns jogos decididos com lances no mínimo muito duvidosos, onde nem o VAR escapa! – e a GR do Chile que, até agora, foi a jogadora que mais me impressionou.
Espero que a Itália encoste o Brasil mais logo… 🙂
18 Junho, 2019 at 14:17
Miguel o nível das arbitragens de campo (com excepção de um jogo China- África do Sul, onde parecia que a árbitra tinha uns laivos de racismo até na forma como se dirigia às jogadoras) não tenho achado mau. Fraco sim, tem sido o nível dos VAR.
Quanto à guarda redes do Chile, Christiane Endler, é a guarda redes do Paris Saint-Germain e tem um muito bom nível. Levou 3 golos dos EUA (a melhor selecção do torneio, até à data) mas evitou uma mão cheia de outros. E muito boa a ler o jogo, a sair a cruzamentos e ajogar com os pés.
18 Junho, 2019 at 14:25
Acho que a França ganhou à Noruega com um penalti inventado. Ao contrário não acredito que marcassem penalti…
No Espanha – Africa do Sul também achei que a Espanha foi levada ao colo – um dos penaltis até se pode aceitar mas o outro não!
O PSG tem uma brutal GR. Estou deveras impressionado com a qualidade dela! Contra os USA fez 2 ou 3 defesas impressionantes! Safou golos cantados!
Por mim era ir buscar a rapariga… 🙂
18 Junho, 2019 at 14:38
Esqueci mencionar o França – Nigéria. Ridículo. França completamente beneficiada.
Obviamente a França tinha de ser apurada… Espero é que apanhem alguém que as encoste já porque me irrita estas equipas que são levadas ao colo!
18 Junho, 2019 at 16:39
“Por mim era ir buscar a rapariga…” e eu acrescento “antes que os rabolhos o façam.”
Só por isto, pois a Patrícia Morais é top top.
18 Junho, 2019 at 17:19
Em Portugal ninguém consegue ir buscara a rapariga! È uma guarda-redes de topo que o PSG sabe que está a valorizar e muito.
SL
18 Junho, 2019 at 14:16
No passado sábado, no final das suas actividades para esta época (apenas haverá ainda um torneio com equipas espanholas…), a AEO (Associação Espeleológica de Óbidos), encerrou a sua época com um jogo entre os iniciados da AEO (rapazes, onde actuou uma rapariga) e uma equipa do Sporting Clube de Portugal (integrada de uma jogadora da AEO, que já treinou antes no SCP…)
O jogo foi interessante com boas indicações de parte a parte, mas em que no confronto físico a equipa Leonina ficou a perder e isso acabou por se reflectir no resultado final (pesado para “as nossas meninas”…. )
Foi possível “adivinhar” nas jovens sportinguistas, meia dúzia (alargada) de atletas que certamente irão singrar na defesa do nosso Clube…
Pareceu-me que seria muito mais equilibrado o jogo, se a equipa masculina fosse de um escalão abaixo…mas é assim e é com o que se tem de contar…
Já agora acrescentar que a atleta da AEO, se integrou muito bem no conjunto…
E acrescento que em escalões mais jovens, temos duas meninas com muito jeito mesmo para o futebol (uma delas poderia muito bem ter integrado este jogo…e não ficaria mal na equipa feminina…juogando a defesa central ou a avançada, cumpre perfeitamente…e também já foi treinar ao Sporting…)
SL
18 Junho, 2019 at 14:40
As primeiras a ter de mudar a mentalidade em relação ao futebol português são as próprias jogadoras. Uma jogadora portuguesa internacional, não pode trocar uma equipa que para o ano é candidata ao titulo, por uma que em frança se manteve na division 1 por um ponto.
18 Junho, 2019 at 15:46
Claro que pode. Se lhe pagarem o dobro ou o triplo, é óbvio que pode…
Tem de ser a FPF a ajudar a que isso não aconteça, a criar condições para o FF evoluir, como diz o Álvaro e bem. Agora, haverá interesse nisso? Ou o interesse não será replicar no FF o que existe no FM?
18 Junho, 2019 at 16:27
Mas já viste bem a imagem que passa trocar o benfica pelo metz? Se for pelo dinheiro então ainda mais mostra a total falta de aposta de portugal. Estamos a falar de um colosso e de uma equipa que anda sempre entre o sobe e desce em frança nos masculinos.
18 Junho, 2019 at 16:41
Um colosso neste cantinho da Europa.
Se calhar, perdiam a jogar contra o Metz.
Não sei, digo eu…
18 Junho, 2019 at 17:28
Colosso em termos financeiros claro está.
18 Junho, 2019 at 15:56
Tenho acompanhado e acho que com o nível que os jogos apresentam é já para quem gosta de futebol o produto muito apetecível.
Nesta fase onde não há futebol não percebo o porquê de não darem pelo menos um jogo por dia na rtp 2 ou 3 e estou certo de que teria números interessantes de audiência.
Ao contrário dos jogos do nosso campeonato onde percebo que muita gente não se interesse por ainda se notar muita diferença face ao futebol Masculino, só não vê estes jogos (tendo tempo para estar em frente à TV) quem realmente não gosta de futebol (embora eu suspeite que é o que acontece com uma grande maioria dos “adeptos” de futebol que gostam é do clube e da discussão no café e de bola percebem bola e só vêm o seu clube e mal).
O nível é já muito interessante e já não há aquela componente da guarda-redes que não chega a nenhum remate mais colocado ou a sensação de que estamos a ver um jogo de masculinos amadores.
Nada disso Futebol bem jogado e muito semelhante já ao masculino em várias componentes que antes faziam alguma diferença (Passes longos, Centros, Potência dos remates, duelos aereos etc) , tenho ficado especialmente surpreendido com a nível das Guarda-redes (algo que desgostava antes no futebol femenino) com defesas fantásticas e capacidade de sair dos postes já muito boa isto respondendo a remates muito mais potentes do que a 2 ou 3 mundiais atrás.
Nota-se muito a profissionalização crescente do Fut fem nestes pormenores e já em seleções fora das mais tradicionais.
Tenho achado também que o nível médio é muito acima do que apresentam Braga Sporting ou Benfica cá em Portugal.
18 Junho, 2019 at 17:28
Amaral. Parabéns. Muito boa apreciação genérica ao Mundial França 2109 e à evolução técnico-táctica da Modalidade.
Acrescento que só que vemos selecções como as dos Estados Unidos, da França, do Canadá, da Alemanha, da Austrália, da Inglaterra, da Suécia, da Noruega e a espaços da Espanha e da Itália, a demostrarem uma capacidade de desenvolverem jogadas de envolvimento de toda a equipa com excelente recorte técnico ao nível do passe, das desmarcações, das ocupações dos espaços que (muito sinceramente) gostava de ver igualmente capacitado na equipa sénior masculina do Sporting.
SL
18 Junho, 2019 at 16:20
Engraçado como ninguém referiu os excelentes comentários , são os melhores comentadores de toda a televisão portuguesa generalista, porque é que mais estações não seguem o exemplo.
18 Junho, 2019 at 17:33
Comentários de quem aonde?
Na RTP-play coloco o som e apenas dá o som ambiente do Estádio! De 5 em 5 minutos a emissão quebra, tenho que fazer um refresh e mamar com os 2 anúnciozitos da ordem outra vez. A qualidade da imagem é óptima (enquanto ela passa) a decisão de transmitir todos os jogos é ultra-louvável. Mas podiam ter-se esmerado um pouco na estabilidade do sinal (a não ser que seja “truque” para passar mais vezes a publicidade) e na própria promoção dos jogos.
SL
19 Junho, 2019 at 11:22
Por isso mesmo é que são os melhores comentários, completamente isentos e sem comentários parvos histéricos e facciosos como os habituais da RTP.
19 Junho, 2019 at 12:32
Ah! Está bem! Em perfeita sintonia então!
SL
18 Junho, 2019 at 18:41
Está a ser o melhor mundial de sempre ao nível qualitativo, desde espectadores aos jogos passando pela transmissão com entrevistas logo após o jogo.
As decisões do Var é que…. a repetição do penálti para a Itália na sexta, a repetição de ontem….mas excelente réplica da Nigéria.
Continuo à espera das movimentações do Sporting, espero que não contratem hypes do momento.
18 Junho, 2019 at 19:39
Se fosse para gastar como é necessário (cerca de 3M€ de orçamento anual) para entrar no “mercado competitivo europeu” (sem ir ao topo) diria que buscava as centrais Louise Quinn (irlandesa do Arsenal, 1.83m) e Leandra Little (inglesa do Liverpool, 1.80m) e a Daiane (brasileira do PSG, 1.79m, onde joga a central mas que adaptaria a trinco pois tem todas as características para isso) e a avançada camaronesa Gabrielle Aboudi Ounguene (que joga no CSKA, tem faro de golo, é potente e rápida, tem um óptimo pé esquerdo e pode jogar a extremo). Mantinha nos quadros, as 2 GRs (Patrícia e Inês, a Rita Fontemanha, a Joana Marchão, a Carole Costa, a Nevena Damjanovic (para jogar a 8 box-to-box e organizadora de jogo Fátima Pinto, a Tatiana Pinto, a Ana Borges, a Diana Silva e a Ana Capeta. Entre a equipa A e a equipa B mantinha a Neuza Besugo e a Joana Martins e ascendia a Marta Ferreira, a Carolina Beckert, a Andreia Jacinto e a Alícia Correia. Tentava o regresso a Portugal de Jéssica Silva e Andreia Norton. Ficávamos com um plantel que ganhava em altura e muita qualidade no centro da defesa e a trinco que ganhava em poder físico e capacidade de distribuição de jogo no miolo (posições 6 e 8 e 10) que ficaria com 4 extremas de qualidade. Faltaria uma ponta de lança letal, mas acho que deveríamos apostar na continuidade da especialização da Ana Capeta para a função. De resto, é um plantel que permite jogar em vários modelos tácticos, incluindo o de 3 centrais que dará muito jeito para a maioria dos jogos da nossa Liga.
SL
p.s.: Alguns poderão pensar que isto seria pedir demais. Acho que caberia no orçamento de 3M a 3,5M€. Pedir muito seria as centrais Kadeisha Buchanan (canadiana do Lyon – atá agora, na minha opinião a melhor jogadora do torneio; já tinha ficado abismado com a sua portentosa exibição na final da Champions contra o Barça) e Wendie Renard (francesa, também do Lyon, 1.87m), a trinco Amandine Henry (francesa do Lyon) ou as pontas de lança Eugenie Le Sommer (francesa, do Lyon), Sam Kerr (australiana do Chicago Red Stars) ou a alemã Alexandra Popp( do Wolfsburg). Mas aí acho que o orçamento rondaria os 8 milhões de euros, pois Renard, Henry, Popp e LeSommer estarão entre as jogadoras mais caras do mundo.
um abraço e SL
18 Junho, 2019 at 22:05
Tendo em conta que dizem que a jogadora mais cara custa 400 mil por ano, não acho difícil fazer uma equipa competitiva para a Europa com 3M€ pois deves encontrar muitas boas jogadoras a ganhar entre 100 e 200 mil por ano.
É preciso é ter olho e saber o que se procura.
Hoje ainda é um mercado relativamente ao nosso alcance com estes valores – 3M€ de orçamento – mas ou entramos agora nisto ou daqui a 2 ou 3 anos será muito mais difícil!
Temo que este ano vamos andar ali sossegaditos pelo 3º lugar… Pelo caminho que levamos não vejo nada do passado a ser corrigido!
18 Junho, 2019 at 22:29
Esses preços acho que já foram Migue. Tudo terá ficado inflacionado quer com este Mundial quer com o defeso que se lhe seguirá. Vão haver equipas a investir para a Champions, que parece vai começar a distribuir bom dinheiro também.
De qualquer modo, acabei de ver o Itália – Brasil (mais uma vez, às prestações porque o streaming da RTP Desporto não consegue oferecer uma transmissão sem quebras) e o Brasil fica com o apuramento garantido entre os 4 melhores terceiros lugares. Mas deverá encontrar um dos “tubarões” (vencedores de Grupos), neste caso ou a Alemanha ou a França; uma vez que o Camarões (3º do grupo A) não deverão ser apurados, o Brasil deverá defrontar a Alemanha; caso o Camarões (com os seus parcos 3 pontinhos) consiga o apuramento, então o Brasil defrontará a França. Um jogo dos oitavos com os adversários já definidos (o único, por enquanto) é o Noruega-Austrália. Por falar em Austrália, foi o outro jogo da noite com uma vitória por 4-1 e … 4 golos da Sam Kerr (que apontou 5 dos 8 das Matildes). Se forem ver o meu comentário das 19:39 (21 minutos antes de começar o jogo) era uma das avançadas que colocava como uma das ideais, caso tivéssemos dinheiro para isso.
18 Junho, 2019 at 22:49
Quanto ao que dizes do nosso “investimento” também receio que , pelo contrário, se vá desbaratar o que se conseguiu no passado. Este ano, temos uma dificuldade relativamente ao Braga para atrair contratações: não estamos na Europa.
O que conduz a 2 ou 3 situações com forte possibilidade de constituírem obstáculo à constituição de uma equipa para ganhar o campeonato:
1º – jogadoras de qualidade internacional garantida não se sentirão atraídas para jogar num campeonato pouco competitivo e sem visibilidade e numa equipa que não disputa os palcos europeus;
2º – os nossos dirigentes tenderão a “resguardar” os investimentos por ser um ano sem Europa;
3º – um dos nossos rivais, o Braga, oferece a tendência contrária às 2 situações anteriores:
4º – o outro rival, o Benfica, já tem um investimento maior que o nosso e a sua SAD encontra-se, conjunturalmente, em situação que facilita o reforço significativo do investimento na sua equipa profissional feminina.
Se esse cenário se verificar, cavar-se-á um fosso competitivo em relação aos 2 rivais que só tenderá a agravar-se.
Verdade seja dita que também não será aconselhável fazer o investimento muito significativo de que necessitamos, sem procuramos (com muito afinco, agressividade, assertividade e criatividade) criar as bases para o crescimento dos públicos e das receitas que catapultem a marca Sporting Ladies no Futebol. Se esse trabalho já tivesse sido(como devia ter sido) feito seria muito mais fácil justificar agora o investimento que é necessário. Mas, face aos números “comerciais”do último ano dos 5 principais campeonatos europeus e do campeonato profissional americano e, sobretudo, face ao boost proporcionado por este Mundial de França, só precisará de “justificação” quem não tiver capacidade para ser gestor quer desportivo quer comercial.
Um abraço Miguel e saudações leoninas
18 Junho, 2019 at 22:10
O conhecimento do Álvaro sobre este tema, é extraordinário.
18 Junho, 2019 at 19:23
entretanto a jessica silva vai para o lyon
18 Junho, 2019 at 19:40
e qual é a fonte da “notícia”?
SL
18 Junho, 2019 at 19:53
https://maisfutebol.iol.pt/futebol-feminino/lyon/oficial-jessica-silva-reforca-tetracampeas-europeias
18 Junho, 2019 at 19:54
o presidente do Lyon serve?
18 Junho, 2019 at 23:00
Com certeza que serve! Até o maisfutebol bastava!
Saudações leoninas
18 Junho, 2019 at 21:56
Vinha aqui colocar essa noticia.
O Lyon acertou a transferência com o Levante…
Foi uma estupidez não termos ido buscar esta miúda quando saiu do Braga! Preferiram a Ana Leite e uma Costa Riquenha que já nem lembro o nome…