Bruno de Carvalho deixou uma mensagem de ano novo que, ao invés de exaltar o que de bom fizemos este ano, nos obriga a repensar a participação na vida do clube. Atentemos, então, nas palavras do presidente.

Desde que tomámos posse, esta Direcção tomou várias medidas para permitir perante a conjuntura económica difícil que vivemos, que mais adeptos se tornassem sócios e que mais sócios viessem aos estádios e pavilhões nos quais compete o Sporting Clube de Portugal. Foram criados novos escalões de quotas para permitir que todos se possam tornar associados e com regalias. Como resultado tivemos apenas um acréscimo de cerca de 6000 novos sócios o que é manifestamente pouco para a grandeza do nosso Sporting Clube de Portugal.
[nota da Tasca] Esta direcção tomou posse há oito meses, pegando num clube ligado à máquina. E o que foi feito em tão pouco tempo é fantástico. Mas, parece-me, só quando a bola começou a rolar e o Montero a marcar, é que muitos Sportinguistas começaram a acreditar que era possível inverter a situação e que esta direcção não era o demónio que se anunciava. Seis mil novos sócios pode ser um copo meio cheio ou meio vazio, mas, sim, efectivamente podiam ser muitos mais (e estou plenamente convicto que vão sê-lo, continuando a ver provas de que o Leão Rampante está em boas mãos).
Mas, aqui, sobra uma pergunta: o que é preferível, ter 6 mil novos sócios que paguem as quotas, ou 20 mil que não paguem? É que este problema de quotas não pagas é bastante real, seja porque se deixou de pagá-las por culpa do cheiro a croquete frito, seja porque os euros a elas destinadas se foram com os cortes governamentais.

Sendo um Clube que privilegia o seu ecletismo e tendo a construção de um pavilhão próprio como objetivo, foi uma vez mais colocada à venda a Gamebox Modalidades, tendo apenas sido vendidas cerca de 200, o que é muito pouco para quem defende a manutenção de 35 modalidades e a construção de um pavilhão nosso.
É, efectivamente, muito pouco. Pouquíssimo. E conduz-nos a uma curiosidade: é comum, por exemplo, ver esgotar os pavilhões onde joga a nossa equipa de futsal. Eu arriscaria dizer que um dos problemas é, precisamente, a ausência de um pavilhão que seja nosso. Iria mais longe: os senhores que nos governaram nos últimos anos, deixaram morrer Alvalade e quase mataram o Sporting. Agora que este último volta a ter os sinais vitais em ordem, há outra grande tarefa: trazer de volta Alvalade. É uma tristeza ver aquele estádio votado ao abandono durante a semana e em fins-de-semana em que não há jogos. É necessário trazer os Sportinguistas de volta a Alvalade porque, e ainda recentemente se viu na corrida do Sporting, esse é o desejo de todos nós! É uma corrida contra o tempo, pois que é, mas permitam-me voltar a sonhar: acredito que podemos ter um pavilhão nosso, construído por todos nós

Faltando ainda vender cerca de 2000 Gamebox na presente época, estamos irremediavelmente afastados do objetivo de receita definido e necessário, colocando em perigo a reestruturação efetuada com os possíveis efeitos negativos que daqui podem advir e para os quais todos fomos alertados.
Creio que vamos a tempo de reverter esta situação. Sejamos sinceros, pese o nojo sentido aquando do invalidar do golo de Slimani, qual de nós não acredita que podemos voltar a fazer história? Obviamente que a equipa precisa de nós e do nosso apoio e que esse apoio tem que ser dado ao vivo! Uma gamebox de sócio, para a B norte, custa 40 euros (ou 30, para as mulheres, sub-23 e seniores). É uma questão de fazerem um desvio quando se lançarem, furiosamente, nos saldos.

Desde a 5.ª jornada da I Liga de futebol desta temporada, foram criadas pela primeira vez no Estádio José Alvalade, os “Bilhetes Família” e os “Bilhetes Anti-Crise”. Desde esse momento, para os associados passou, por exemplo, a ser possível assistir aos jogos (exceto nos jogos de risco elevado) por 5 euros. Saliente-se que no caso dos “Bilhetes Anti-Crise” estão disponíveis em cada jogo, cerca de 1000 lugares, quando em média, a compra deste tipo de bilhetes, é de apenas 150, o que é realmente incompreensível, ainda para mais quando existem manifestações sobre o preço dos bilhetes.
Efectivamente, é algo que não se percebe. Se pensarmos no passado recente, com 10 euros (ok, 12) era possível assistir aos jogos com Belenenses e com Nacional. Se isto não é convidar os sócios a ir ao futebol…

Para o último jogo em Alvalade existiu uma campanha com preço único para todas as bancadas, de 7 euros para os associados do Sporting. Apesar disto, apenas tivemos cerca de 38000 sportinguistas presentes, sendo que sem contabilizarmos as entradas com Gamebox, apenas 3.233 sócios compraram bilhetes para este jogo.
Também dá que pensar e apetece perguntar: porque não comprar o bilhete e oferecer a um familiar ou amigo que queira ir ao jogo?

Também o Jornal Sporting mudou e melhorou. Mais moderno, mais informativo, mais interventivo, sempre com o objetivo de defender os interesses da verdade e do nosso Clube. Apesar disto, apenas se registaram algumas dezenas de novos assinantes, o que também é manifestamente pouco para se poder garantir a sua continuidade e melhoria.
Seria um crime deixarmos de ter o nosso jornal. Agora que novo ano está a começar, porque não assinar o jornal e, por 22 euros, garantir a sua leitura, comodamente, em versão digital, durante os próximos 12 meses?

A Direcção e todos os profissionais ao serviço do Clube têm dado o seu melhor para a criação de uma nova mentalidade de vitória e de sucesso, com muito empenho, dedicação, rigor e competência, sendo essencial que os sportinguistas marquem a sua presença neste novo projecto para o Sporting Clube de Portugal, associando-se ao mesmo. Agora que estamos prestes a iniciar um novo ano e tendo esta Direcção criado opções que permitem a todos, fazerem parte ativa deste Clube, está na altura dos 3 milhões de sportinguistas dizerem presente, mostrarem toda a sua força e união, e tornarem este projeto sustentado, forte, com capacidade de ser desenvolvido e assim, juntos, conseguirmos colocar o Sporting Clube de Portugal no lugar que merece.
Apenas juntos conseguiremos, e está na altura de todos comprarem a Gamebox para o futebol e para as modalidades, tornarem-se sócios, assinarem o Jornal Sporting e demonstrarem de forma convicta, porque somos realmente o melhor Clube do Mundo.
Está nas vossas mãos, pois: O Sporting é Nosso!
Bruno de Carvalho
Presidente do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal

É um alerta importante, sem dúvida. Uma espécie de mensagem de choque que, pelo menos, levará à discussão e à procura de novas ideias. Não será fácil, ainda para mais numa conjuntura que obriga a olhar para todo e qualquer gasto, mas não estarei a ser injusto se disser que todos nós podemos comprometer-nos, ainda mais, com a vida do Sporting. Comecemos por fazer um esforço para, por exemplo, depois de comprada a gamebox, marcarmos presença em Alvalade (sim, muitos dos lugares que ficam vazios são de sócios e adeptos com gamebox).
Termino deixando uma certeza: podem contar com a Tasca para, diariamente, continuar a fazer do Sporting um clube cada vez maior!

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