Escrito por Jaime Mourão-Ferreira, no Jornal i

1 – Tem o Sporting razão nos protestos sobre o atraso do jogo do FC Porto para a Taça da Liga?
1 – Quando Paulo Fonseca afirmou que “foi uma vitória à Porto” e que “não somos anjinhos”, resumiu brilhantemente os últimos 30 anos do futebol português. Porque este jogo é só “coincidências”. Começou atrasado 4 minutos por responsabilidade do Porto, o que lhe permitiu terminá-lo a jogar com o relógio e não contra o relógio; os delegados da Liga não garantiram o início simultâneo com o encontro em Penafiel; Manuel Mota não deveria ser nomeado para o Dragão, pois sabendo-se do litígio com o Sporting só pode ser entendido como uma provocação; o penalti da vitória é daqueles que só se marcam contra o Sporting; o Porto apura-se com um golo em fora-de-jogo na jornada anterior; há um penalti claro de mão na bola por marcar a favor do Sporting; o inquérito ao atraso vai dar em nada como é costume; etc.

2 – A figura da semana.
2 – Bruno de Carvalho não se limita a falar, também mostra trabalho. O projecto de alteração da legislação que rege o nosso futebol é prova disso mesmo. Um vasto conjunto de propostas concretas, apresentado a muitos clubes das I e II Ligas e que mereceu apoio generalizado. Por outro lado, denunciou mais uma vez sem “papas na língua” os vícios e atropelos que alguns teimam em perpetuar no futebol português.

3 – O melhor.
3 – Vitória em Penafiel de um Sporting altamente competitivo. Segundo golo de Carlos Mané no terceiro jogo a titular. Projecto de credibilização do futebol português apresentado por Bruno de Carvalho a 22 clubes em Alvalade. Danilo Dias, jogador do Marítimo, daqueles cujo talento não engana. 40º golo de Ronaldo nesta época, reforçando a liderança no “pichichi”.

4 – O pior.
4 – O discurso oficial dos responsáveis do Porto a atribuírem a responsabilidade apenas à Liga, quando, num primeiro momento, foi o clube o responsável pelo atraso na entrada em campo. Vítor Pereira a criticar “pelas costas” o projecto debatido em Alvalade. O Benfica-Gil Vicente no Restelo, ao arrepio das regras da competição, em mais um prestar de vassalagem às pretensões dos encarnados. André Gomes vendido por não ter espaço na equipa principal do Benfica.