Dois golos de Djaló, uma assistência de Abel e outra de Ismailov. No final do encontro, uma defesa de Rui Patrício a penalty de Lucho, e o comentador dizia, empolgado, que o “puto não está para brincadeiras”.

Parece que passou uma eternidade e quantos quantos jogadores passaram pelos nossos quadros entretanto, quanto cresceu Rui Patrício, quantas funções teve Abel e quantas voltas deu a carreira do russo, na altura o mais adorado por todos os adeptos leoninos. Esta foi a última Cândido Oliveira que a verde e branca conquistou, numa altura que, com mais ou menos contestação, o Sporting aparecia quase sempre nas grandes decisões e era competitivo com muitos portugueses, jovens e contratações de baixo custo (lembra-nos algo, não é?).

Desde essa altura, não mais tivemos a oportunidade de disputar aquele jogo e aquele título, porque o Sporting competitivo desapareceu e porque só quem vence títulos pode estar em Agosto no Algarve.

Um jogo tão simples e com uma importância desportiva tão reduzida, ainda assim, ganha para nós uma dimensão enorme.

Ganhar é um aumento brutal de confiança, um prémio para alguns jogadores que têm lutado como heróis e as boas vindas perfeitas para quem chega de novo e percebe a dimensão leonina à luz das taças.

Perder é a azia completa, ainda mais frente ao eterno rival, a quem roubámos o treinador e a quem, arrogantemente, temos atribuído pouca importância esta pré-temporada.

Mas, mais importante que o resultado desse dia, está a evidência de que regressámos aos palcos importantes, aos jogos de decisões e à oportunidade de conquistar títulos. E isso é estar um passo mais perto de os voltar a conquistar.

Jorge Jesus tem pela frente o maior desafio da sua carreira, que tem início já neste Domingo. Tem nas suas mãos um Sporting ambicioso, desejoso de praticar bom futebol e um massa adepta sedenta de celebrações.

Mas, sabe que não conseguirá no nosso clube o que conseguiu no primeiro ano como treinador do Benfica. Pela frente tem um rival bicampeão nacional e outro que parece disposto a investir todos os cêntimos em reforços de ouro. Parece, por isso, pouco provável que o Braga acabe em segundo, como em 2010. Para além disso, apenas 8 milhões foram gastos em reforços e não existirá muito mais na conta para retocar a equipa.

Temos apenas a certeza de uma coisa, o Sporting vai ser competitivo, vai disputar todas as competições em que entrar e vai querer vencer todos os jogos. Jorge Jesus não quer discursos de segundo lugar, nem acessos à Champions. Quer espírito de vitória, guerreiros em campo e resultados no final. Só isso o poderá satisfazer em Maio.

O nervoso miudinho começa a aquecer em todos nós e a esperança de levantar mais um troféu já é a única coisa em que se pensa durante esta semana. Acreditamos no nosso futebol, nos nossos jogadores e no nosso treinador. Vamos canta, vibrar e apoiar até ao final do jogo, tudo porque queremos ganhar e sabemos que podemos ganhar.

O Sporting é finalmente um lugar para vencer troféus, graças a muito sacrifício e muito trabalho. Resta-nos trazer este para casa!

 

*às terças, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa