A gestão que o Sporting tem feito do seu plantel, ainda que apresente uma equipa curta, na minha opinião, tem permitido ao seu treinador vencer os jogos obrigatórios na Europa e em Portugal, avançando para os 16 avos da Liga Europa e mantendo intacto o primeiro lugar da Liga.

Resultados que nos fazem sorrir, nos orgulham e nos entusiasmam. A verdade é que muitos de nós não estavam habituados a um Sporting lutador em todas as frentes, que se afirma perante os seus rivais internos e que faz das tripas coração sempre que se apanha numa situação desfavorável. Foi assim nos jogos que ganhámos nos últimos minutos, nos resultados que virámos e é assim que nos teremos de apresentar amanhã em Braga.
Não interessam as teorias de que temos de poupar este ou aquele jogador. Não interessa o cansaço do Bryan, ou do Adrien ou até as “noitadas” de João Mário e William. Na realidade, não interessa o União nem a Taça da Liga que lhe segue, muito menos o clássico de dia 2 de Janeiro.

Amanhã, na cidade dos arcebispos, joga-se uma final antecipada, contra uma equipa que em tempos sonhou sem maior que a sua grandeza e que nos fez a vida negra na final do Jamor da passada época.
A maior parte dos jogadores do Braga já o eram quando, em cima do apito final, Montero aproveita uma aresta para nos levar a levantar o caneco perante milhares de Sportinguistas. Estes jogadores foram os que falharam os penalties perante o monstro Patrício e que o viram correr meio coxo para abraçar os seus colegas. A Taça que achavam ser deles era, afinal, pintada de verde e branco num dos jogos mais apaixonantes de que me lembro.

O Benfica já saiu de prova, o Braga é o candidato imediatamente abaixo de Porto e Sporting. A necessidade de eliminar alguém que nos pode roubar um título é ainda maior tendo em conta este cenário.
E por isso espero um jogo disputado, difícil e que nos vai obrigar, mais do que a atacar bem, a defender de forma perfeita e concentrada. Os guerreiros têm nas suas fileiras dois dos melhores guarda-redes da liga, o central revelação (Boly), o avançado revelação (Hassan) e alguns dos médios mais interessantes que vemos em Portugal, entre eles Rafa. Uma equipa equilibrada, com soluções em todos os sectores e com um treinador realista perante as capacidades da sua equipa.
O cansaço europeu parece ter-lhes retirado algum poder de fogo (apenas um golo marcado em três jogos), mas serão uma equipa que vai explorar o espaço deixado nas costas dos nossos laterais e vai pressionar alto durante grande parte do jogo.
Cuidados reforçados contra uma equipa que se apresenta na sua baixa de forma da temporada, mas que se agiganta constantemente contra os grandes do futebol português.

Temos um onze mais que suficiente para vencer? Claro que sim. Temos o melhor treinador? Claro que sim. Os melhores avançados, a melhor defesa e o melhor meio-campo. Mas isto apenas resulta se jogarem todos com o maior espírito de compromisso e no limite das suas capacidades.
Disse o ano passado, na visita ao Dragão, e digo-o de novo este ano: se o Sporting vencer este jogo, estou convencida que apenas termina no Jamor, onde o 12º jogador nunca deixará cair a equipa e onde, felizmente, temos sido felizes.

*às terças, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa