Imaginem dois exércitos num campo de batalha prestes a defrontarem-se. Agora coloquem no lugar de general do exército de uniforme verde e branco, Bruno de Carvalho e do lado oposto, a chefiar as hostes vermelhas, Luís Filipe Vieira.
Imaginem agora que tipo de exércitos tem cada um à sua disposição. Do nosso lado, uma imensa massa de bravos guerreiros, motivados, leais. Do lado oposto uma horda disforme, grande em número e não menos grande na arrogância. Aos comandos de Vieira estão também várias baterias de artilheria pesada, jornais, revistas, tv´s com o stock bem abastecido de projeteis, um misto de contrainformação e análises tendenciosas. Mesmo ao lado dos canhões, um batalhão de cavalaria que conta com dezenas de figuras públicas onde se incluem ex-dirigentes, ex-treinadores, políticos e advogados, economistas e juízes, todos alimentados com espaço mediático a fugir de longe ao soldo de “militar” convencional. Para finalizar e lá bem para trás no alinhamento das tropas, uma divisão de elefantes com a bandeira de vários empresários de jogadores e empresas de “gestão de carreira de atletas”.
Viramos o foco e atrás de BdC, quem se apresenta ao lado dos adeptos guerreiros? Os ex-dirigentes há muito que mudaram de lado. Excetuando Sousa Cintra, os que não vivem em “conventos” votados ao silêncio não se querem juntar às tropas, preferindo a neutralidade e viver para próximas batalhas (deixando outros leões à sua sorte – que bela forma de explanar um elitismo espetacularmente idiota). Artilharia? Pouca e com alcance muito curto. O jornal do Sporting, a Sporting TV e as redes sociais fazem o que podem, mas na hora de fazer estragos na opinião pública, a sua eficácia frente a 3 diários desportivos, 4 ou 5 estações de tv e outras redações de jornais generalistas diários é…menos comprovável. Além do mais, muitas figuras públicas que vivem do seu estatuto mediático preferem não se comprometer com o apoio a BdC, os jornais, rádios e tv´s pertencem a grupos económicos e estes por sua vez pertencem a outras redes de investimentos que há muito se comprometeram com grupos de interesse que por exemplo apoiam muitas das empresas que inscrevem o seu nome nos relatórios e contas do clube encarnado.
Meus caros guerreiros, não estamos ao lado do nosso Presidente por sermos facilmente arregimentados para lutas inglórias, por sermos colocados no terreno de batalha para fins muito semelhantes ao do nosso rival ou porque seguimos a bandeira do Leão mesmo que nos leve por maus caminhos. Não. Se escolhemos estar nesta posição é porque acreditamos que existe um confronto a ser realizado que será inadiável. Duas visões de desporto. Duas formas de obter o sucesso. E acreditamos que a nossa é igual à da nossa Direção. A de quem não está disposto a prejudicar o clube para que este vença. A que “compra” apoios à custa do bom nome da instituição. A que hipoteca o futuro em nome do presente. A que não está disposta a enfrentar a igualdade de direitos competitivos, preferindo usar a sua dimensão para fazer inclinar os terrenos de jogo. A que cria castas entre os adeptos, onde uns comem e os outros dão de comer. A que menospreza os seus próprios adeptos com manobras de garrafão e sandes de chouriço, realidade alternativas que escondem contas mal feitas e prejuízos hiperbólicos por debaixo de um tapete que se confunde com a cumplicidade de um regime ditatorial prestes a explodir de tantas mentiras.
Enquanto Bruno de Carvalho e restante Direção for a oposição a tudo isto, eu e vocês, todos nós adeptos estaremos lá no campo de batalha, orgulhosamente ao seu lado. Até agora, com mais ou menos erros, mais ou menos inexperiência, precipitação ou pura falta de capacidade de pactuar com esquemas…o nosso general tem sido fiel ao nosso apoio, mas é precisamente a razão do nosso compromisso com ele que torna impossível a presença de cavalarias, artilharias e outras “unidades especiais”. É este não pacto com os “interesses”, os “status quo”, os “sistemas” e outros polvos de longos tentáculos que nos isola num exército sem obuzes, raides de sabre ou demolições paquidermes. É a real politik dos mais favorecidos, numa sociedade podre de silêncios e alinhamento por share, audiência ou target…que nos faz depender da coragem quase inglória de nós, soldados a pé, para fazer avançar a nossa bandeira. E meus caros, as nossas cores só poderão crescer e cumprir o seu desígnio enfrentado quem vê esse caminho como ameaça ao seu próprio regime.
Tempos houve em que era respeitado o espaço e a meritocracia dos clubes em poderem ser campeões. O contrato era simples, o melhor ganha. Não o maior, o mais influente, o mais rico ou o mais trapaceiro. Mas sim o que formava ou adquiria (por custas próprias) os melhores atletas, o que garantia os melhores treinadores, o que elegia os líderes mais sagazes, honrados e corajosos. O que tinha os adeptos mais fervorosos e leais. Esse compromisso acabou com a ascensão e auge de Pinto da Costa e modernizou-se na podridão com Vieira. A luta do Sporting, a batalha de BdC, as eternas indignações de nós adeptos não são espasmos de quem não aceita perder porque é mais fraco, mas sim os gritos mais ferozes de um sentimento de direito a que nos recusamos abdicar. O de sermos mais fortes.
Nesta época é por demais evidente que somos nós adeptos que temos suportado este presidente, esta direção, este treinador e esta equipa. Somos nós que temos sido carne para ajudar a combater todos os jornais, tvs, elefantes, cavaleiros com ou sem cabeça, snipers ou balas de canhão arbitrárias e arbitrais. Somos nós a força e alma deste exército. Os “pensadores ajuizados”, os “artistas do compromisso”, os rostos e vozes das televisões, as penas finais e elegantes, esses estão nos camarotes…olham para nós no terreno de batalha e apostam na nossa derrota e riem-se, desbragadamente troçam da nossa coragem, fazem piadas sobre a generosidade da nossa comparência, na nobreza dos nossos cânticos e de comos estamos no Minho, como na Madeira ou no Restelo…riem-se e observam de longe a luta. Se perdermos tanto melhor, pois comerão na mesa do rival vitorioso com os mesmos sorrisos com que se virão juntar-se a nós se vencermos. Pois que virão se isso acontecer…e então sim, aparecerão todos em nobres desfiles em cavalos garbosos e luxuosamente decorados. Virão em paradas para tvs, fornais e rádios ouvirem e verem. Rodearão BdC com ofertas e provas da sua lealdade e promessas de apoio incondicional. Que o nosso presidente saiba cuspir nesses votos e entender que “nobres” são os que o provam ser nas alturas mais difíceis e não os que caem de paraquedas na hora de cantar vitória.
*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca
24 Março, 2016 at 0:26
Aos sessenta e dois anos a experiência profissional acumulada em grandes empresas Nacionais e em multinacionais, tendo trabalhado em Portugal e no Estrangeiro, construí uma carreira profissional complexa ,durante a qual fiz uma pouco de tudo, comecei como ajudante de pedreiro e fui subindo na carreira, mudando de empresa quando perfiz aquilo que considerava o “ciclo de aprendizagem”, entre os 4 e os 8 anos de duração.
Subi a pulso, trabalhei em carga permanente de excesso de horas, fui chefe de departamento, Director, Administrador e Presidente de uma Holding com uma dimensão, da qual as maiores empresas Portuguesas não desdenhariam.
Se fui alguma coisa de bom, de certeza que o fui gestão dos recursos humanos e na avaliação do carácter dos homens, sofrendo por vezes desilusões mas, duma forma geral, reconhecendo as qualidades e sabendo reconhecer as excepções, gerindo os respectivos percursos enquanto dependeram de mim.
Isso, foi algo que fiz, sem vaidade, muito bem e excelente eficácia. Fiz amigos e inimigos.
Os amigos ficaram amigos e os inimigos estão fora do meu sistema planetário. Caguei e andei, é para o lado que durmo melhor. Em consciência, sei que disse o que tinha de dizer e fiz o que tinha de ser feito na defesa dos interesses de accionistas e colaboradores. Longe de antagónicos, vejo-os como complementares, conciliáveis mas, acima de tudo “interdependentes”.
Por todos os Países por onde passei só encontrei em três o desprezo dos empresários pelas pessoas que para eles trabalham: – Irão, Portugal e Grécia. Curiosamente, não constatei esse fenómeno em Espanha, nem Turquia, nem Itália e muito menos nos Países da Europa Central. Estranho não é? De todos os Países e empresas que conheci aquelas que melhor gerem as expectativas dos seus recursos humanos, em equilíbrio de interesses e em comunhão de objectivos são, na Alemanha, as empresas Alemãs. As empresas Alemãs, em Portugal, funcionam mais ou menos como as Portuguesas.
Se pudesse voltar atrás, teria ido para a Alemanha em 1978 em vez de ter ido para a refinaria de Sines, deitar betão em cofragens.
Aquilo que os Alemães mais valorizam num quadro superior é a visão estratégica e o profissionalismo posto em cada decisão. Isto é, a conformidade de cada decisão tomada com o interesse estratégico da empresa ou do Grupo.
Era aqui que queria chegar pois, se entendo esta excelente posta e na generalidade concordo com o seu conteúdo, discordo do texto num aspecto que considero essencial e que determina a minha adesão incondicional a Bruno de Carvalho, à sua gestão e aos seus projectos para o Sporting.
– Bruno de Carvalho, de um ponto de vista estratégico é UM VISIONÁRIO, em sentido próprio, é alguém que está hoje à frente do Sporting e cada decisão que toma, cada atitude, cada texto que publica, cada investimento que faz é absolutamente coerente e eficaz, na perspectiva estratégica daquilo que quer para o Sporting em 2033! A vinte anos de vista.
Bruno de Carvalho na Alemanha seria guindado em qualquer grande Grupo Industrial ou Comercial ao TOP 3, ao cabo de cinco anos à frente de uma das empresas do Grupo.
Qualquer empresa Alemã lhe desenhava uma carreira de sucesso ao cabo dos três primeiros anos e fá-lo-ia sem hesitações, cabendo-lhe a ele, depois, confirmar as expectativas.
É isso que ele tem feito no Sporting gerir e confirmar aquilo que dele esperamos.
A quem me aponte um erro de palmatória cometido por Bruno de Carvalho eu respondo: – Porquê? Não basta apontar é preciso fundamentar e demonstrar porque razão a decisão A, B ou C constituem erros; porque razão os comportamentos X,Y ou Z constituem erros estratégicos.
Será que é por a comunicação social o dizer? Será que a caixa de ressonância do benfica influencia a nossa percepção? Será que Bruno de Carvalho nos “envergonha” pelo seu comportamento? Ou será que há demasiados sportinguistas a quererem ser politicamente correctos? A “correcção política” é o esquema engendrado por quem detém o poder para aplicar um regime de censura social àqueles que se revelam melhores no campo de batalha, bloqueando-lhes, dessa forma, o acesso ao poder. Quando não têm argumentosatiram com o estigma do “politicamente incorrecto”.
É uma coisa “Pavloviana” um condicionamento básico de reflexos, como se os outros fossem cães… Funciona porque, como dizia Lenine, é preciso mentir, mentir sempre pois, da mentira, fica sempre alguma coisa…”
Todos somos adultos aqui na Tasca e Bruno de Carvalho não é menos adulto que qualquer um de nós.
Um adulto não depende daquilo que os seus inimigos pensam, depende daquilo que pensa e do carácter que sabe ter.
Os limites da sua acção, neste caso, da acção de Bruno de Carvalho “o adulto”, encontram-se nos planos da ética, da moral e no do respeito pelos direitos alheios.
Assim é-se adulto e responsável o resto é delinquência juvenil e criminalidade.
Sabendo isto há que apelidá-lo de garoto, para que “desmereça” a nossa confiança… Os Sportinguistas deram-lhe a maioria agora, como é um “garoto” e faz “garotadas, se queremos ser “politicamente correctos”, tiramos-lha, se calhar, por ingratidão do donatário? Mas, os gajos pensam que isso funciona? Andam a gastar tempo e dinheiro numa música relativamente à qual os Sportinguistas são totalmente surdos, por incompatibilidade da frequência em que a emitem, bem como com a frequência que o fazem.
Não têm no exército deles ninguém que se aproxime da craveira de Bruno de Carvalho, a não ser, talvez, o Sportinguista (Domingos Soares de Oliveira).
Todos os outros não passam de aprendizes de feiticeiro e o Soares de Oliveira não se rebaixa ao ponto de fazer côro com os ciganos e os mafiosos. Tem o seu trabalho fá-lo o melhor que sabe e fá-lo certamente bem mas, não está livre de ter percalços futuros, uma vez que, por causa de com quem anda, alguém lhe poderá vir a apontar quem de facto ele, afinal, é.
Há que saber erguer muralhas e defendê-las com a eficácia de quem tem a estratégia bem definida. Depois que nos venham assaltar que nós cá os esperamos, armados até aos dentes.
Com os Sportinguistas à sua volta, Bruno de Carvalho “está em casa”. Nós estamos em casa! Como diria o Marquês de Pombal, de sua casa, mesmo morto, são precisos quatro para o tirar! Não é que eu goste do marquês de Pombal, enquanto figura da nossa História. Detesto-o. Tal como no futebol Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira não têm carácter e exercem o poder discricionariamente à custa dos direitos dos outros, assim fez o Marquês a cujos pés nos habituámos a celebrar as nossas vitórias, só por trazer a Inglaterra pela trela…como se ele tivesse feito isso. O que é um facto é que o Leão lá está.
Na Rotunda da Boa Vista, no Porto, também há uma estátua de um Leão a comer uma águia em todos os sentidos, até naquele que indica como “apanham” as galinhas. Se repararem bem, o Leão não se faz rogado.
O Porto de facto é o “estrangeiro”. Fazer de Inglaterra um amigo, só porque os Franceses se foram embora quando eles chegaram, faz-me atirar para o chão a rir.
Nós, os Portugueses, se pensarmos nisso com cuidado, chegamos à conclusão que, quem tem o Reino Unido como “aliado”, não tem necessidade de inimigos. Os gajos sempre que puderam, ferraram-nos os dentes na carcaça.
Nós, no Sporting, não precisamos de aliados fora do clube mas, não queremos inimigos cá dentro. Isso é que era bom.
Quanto aos inimigos externos, temos sabido aplicar-lhes o devido correctivo sempre que necessário.
É por isso que não gostam de nós.
Se o Rei vai nú, eles querem que o vejamos sempre de casaca mas, com Bruno de Carvalho as coisas já não funcionam assim. Se vai nú, vai nú mesmo e Bruno saca do megafone e aí vai disto: – Olhem todos, olhem, o Rei vai Nú!!!!
Para o calarem terão de o abater; para o abaterem têm de o calar primeiro. Não é fácil. Diria mesmo “Não é Possível!”
É assim que Bruno de Carvalho está na vida e no Sporting: – Uma vontade de ferro ao serviço de uma visão estratégica, numa luta permanente pela Verdade.
Temos de saber reconhecê-lo; temos de o saber conservar.
24 Março, 2016 at 9:48
Soberbo texto! Parabéns!