oliveiraruiTodos os sportinguistas, mais que ninguém e quase de forma frenética, têm apontados os erros de planeamento, de scouting, técnicos, tácticos e comunicacionais apresentados pelo Sporting desde Agosto.
Somos os primeiros a pedir explicações, os primeiros a criticar a forma de jogo da equipa, os primeiros a perceber quem está melhor ou pior para jogar, criticando abertamente a nossa estrutura técnica. Fazemos isso sempre, com todos os treinadores e com todos os plantéis, por vezes acho até que somos o clube com mais ódios de estimação por temporada.

Fomos os primeiros a dizer que Elias não podia entrar por Adrien, não era alternativa, que Petrovic não servia (logo na pré-tempora muitos de nós), que Markovic não estava na forma que nos tinha habituado.
O que se diz agora a um jogador como Elias, criticado em todos os jogos que fez, que marca um golo, podia ser herói, começar a virar a sorte a seu favor e no fim perde tudo? O que se diz a Campbell, que começa a entrar na sua melhor forma a espaços, tem oportunidade de somar mais uma assistência e lhe são apontados, pelo menos, 3 foras de jogo que não existem (um deles dá golo)? O que se diz a um balneário que sabe que está a lutar para encontrar a sua melhor forma, começa a virar os resultados e a lutar por títulos e perde mais uma oportunidade a 30 segundos do final?

Não nos iludamos. O plantel sabe que não está a jogar bem e o plantel é o primeiro a sofrer com esse facto. O treinador também sabe, por isso apostou tanto em colocar algumas peças importantes numa competição que pouco interesse tinha há cerca de dois meses. Como se levanta uma equipa que faz o suficiente para seguir em frente e tem de lidar constantemente com o erro de outro?

Podemos insistir na narrativa de que o árbitro teve tanta influência no nosso desfecho como os falhanços de Elias ou André. Mas isso não fará qualquer sentido quando estávamos a 30 segundos da classificação e foi feito, se não brilhantemente, o suficiente para seguir em frente.

A verdade desportiva, em Portugal, é uma mentira.
O Moreirense marca dois golos ilegais ao Belenenses e é profundamente beneficiado contra o Porto. O Setúbal marcou um golo num penalty que simplesmente não existe, contribuindo para este desfecho o desacerto do fiscal de linha. As duas equipas estão na final four da Taça da Liga e algo me diz que estarão ali apenas para fazer moldura.

Como pode existir verdade desportiva se um clube é prejudicado na Madeira, na Luz, contra o Braga, contra o Setúbal (para o campeonato também) e em Guimarães? Tanto jogo não tem influência no final da primeira volta? Nada tem influência no que parece ser uma protecção louca da arbitragem em Portugal. Falhar é humano. Guarda-redes, avançados, médios e defesas falham. E são completamente diabolizados, insultados, ridicularizados e até muitas vezes conhecem o banco pelas más prestações. Nenhum árbitro é posto no banco. Nenhum é suspenso. Nenhum é capa de jornal pelos piores motivos, nem tem alcunhas que o ridicularizem.

Qual é o verdadeiro “castigo” por falhas tão escandalosas? Qual a consequência para árbitros como os desta semana? Recebem o prémio de ser defendidos na televisão pelos “politicamente correctos” e “verdadeiramente amantes de futebol”. São colocados num altar e santificados sem nunca se definirem como aquilo que são: incompetentes, mal preparados, fisicamente fracos, sem correcta interpretação de grande parte dos lances, com uma dualidade de critérios gritante e muitos sem estudo das equipas que vão apitar.

A Taça da Liga pode nem servir para nada. Mas que ao menos chame a atenção do terrível estado da arbitragem em Portugal, da falta de exigência que existe, da falta de mudança que se avista e de que este título, seja entregue a quem seja, é uma mentira pegada do princípio ao fim.

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa