O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmou a interdição da propriedade de terceiros dos passes de futebolistas decretada pela FIFA.
A decisão surge no âmbito do processo entre o organismo que dirige o futebol mundial e o RFC Seraing, clube belga que a FIFA sancionou em setembro de 2015 com a proibição de contratar jogadores durante quatro épocas consecutivas e uma multa de 150 mil francos suíços (136.249 euros) por ter «infringido as regras relativas à propriedade dois direitos económicos dos jogadores por parte de terceiros e por influência de terceiros» em dois contratos fechados em janeiro e julho de 2015.
O TAS confirmou a validade dos regulamentos da FIFA, mas decidiu reduzir para três épocas consecutivas a proibição de contratar jogadores ao clube belga, por considerar a pena aplicada ao clube belga «demasiado severa».
O RFC Seraing, propriedade desde julho de 2013 do clube francês Metz, do qual é clube satélite, tinha recorrido para o TAS, da decisão da comissão disciplinar da FIFA, a 09 de março de 2016.
O comité de Recursos de Bruxelas já tinha dado razão à FIFA ao rejeitar o fundo de investimento Doyen Sports e a pretensão da Liga espanhola de futebol que contestou a proibição de terceiros na propriedade dos passes dos futebolistas.
Em dezembro de 2014, o comité executivo da FIFA tinha decidido proibir que investidores externos pudessem comprar a totalidade ou uma parte dos direitos económicos de um jogador para mais tarde receberam as mais valias de uma futura transferência do atleta.
Em declarações ao jornal Record, Bruno de Carvalho reagiu a essa mesma decisão. “A decisão do TAS de confirmar que os fundos são ilegais só vem demonstrar que eu e o Sporting Clube de Portugal sempre tivemos razão quando iniciámos este combate pela transparência no futebol. É com grande satisfação que assisto a estas mudanças no desporto em geral, e no futebol em particular, sempre no sentido de melhorar e tornar esta indústria mais recomendável”, começou por referir, relativamente à proibição da partilha de propriedade do passe dos futebolistas.
O presidente dos leões voltou ainda a falar da luta pela verdade desportiva, lembrando a posição do clube de Alvalade. “Sublinho apenas estes dois pontos: quando cheguei ao Sporting, o meu principal foco era, e continua a ser, a verdade desportiva. Nesse sentido, temo-nos batido contra os fundos, com o apoio da FIFA, e pela introdução das novas tecnologias no futebol”. Bruno de Carvalho garantiu ainda que “mais mudanças se seguirão”, colocando o Sporting “na primeira linha na defesa da verdade desportiva, da transparência, da modernização e da dignificação do futebol.”
11 Abril, 2017 at 12:04
Em relação aos fundos, não me parece sinceramente que alguma vez os consigamos realmente limpar. Quando todos nós ouvimos o Sam Allardyce naquela gravação, a explicar como contornar a proibição dessas coisas em Inglaterra, acho que todos nós ficámos a saber, acima de tudo, que nem mesmo a Inglaterra, tão vista como um exemplo de seriedade no futebol, está imune a trapaças e esquemas. E quando assim é…
Já em relação a outro dos cavalos de batalha de BdC, vamos ser diretos. Da maneira como as coisa se estão a desenhar, o vídeoárbitro só irá servir realmente em lances de golo ou de fora de jogo. São o único tipo de lances em que as imagens efetivamente não mentem e não deixam margem a segundas interpretações. Eventualmente, em lances de pontapé de canto ou lançamento, talvez também dê jeito, embora aqui nem sempre as imagens sempre completamente esclarecedoras. No que toca a lances de falta, porém, só mesmo naqueles casos em que, como se costuma dizer, entra pelos olhos dentro é que poderá servir de alguma coisa, tipo casos de agressão. De resto, haverá sempre lugar à subjetividade e, sobretudo, àquilo que é o problema central de uma arbitragem manhosa: as faltas e faltinhas a meio-campo ou perto da área e, muito importante, o critério disciplinar.
Ah, e outra coisa que o vídeoárbitro definitivamente não irá resolver: os “jogos da mala”.
11 Abril, 2017 at 15:14
Nem as inclinações de campo sem precisar de erros grosseiros.
Há muitas maneira de inclinar um jogo sem erros grosseiros.
Há uns anos lembro me de ver um post ou uma imagem num blogue sobre isso, 10 ou 11 maneiras pouco espalhafatosas de inclinar completamente um campo e controlar uma equipa.
11 Abril, 2017 at 12:05
Em frente sem mudar o rumo, já somos muito mais conhecidos do que há 4 anos pela nobre vontade e luta de que haja futebol sem vícios.
11 Abril, 2017 at 12:11
Pena o TAS não ter chegado a esta mesma conclusão em Dezembro de 2015, quem sabe se não teria uma influência diferente num certo processo que estava a decorrer nesse momento.
Parece-me que a questão dos Fundos já foi contornada, agora em vez de se adquirirem jogadores, adquirem-se clubes para alimentar os carroceis de lavagem de dinheiro. Uma parte do problema são os agentes, enquanto não forem irradiados do futebol, mais difícil se torna meter alguma verdade desportiva no futebol.
O jogador tem que se representar a ele próprio, seja nas propostas, nas renovações, nas assinaturas de contratos, é a voz do jogador que tem de ser ouvida e, quanto muito, a do seu advogado, não deveria ser possível haver um terceiro envolvido, é a minha opinião.
11 Abril, 2017 at 12:21
A figura do agente FIFA, na prática, já foi eliminada. Como as regras estão agora, qualquer pessoa pode servir de intermediária no negócio, desde que devidamente autorizada pelo jogador. O que, na prática, torna as coisas ainda piores!
11 Abril, 2017 at 12:31
Não quero estar a duvidar da tua palavra, mas custa-me um bocadinho a acreditar que a FIFA permita qualquer pessoa representar um jogador federado, sem esta ter uma qualquer espécie de acreditação ou licença para exercer esse tipo de funções.
Então, por exemplo, se eu fosse amigo do Gelson e ele me dissesse que eu o poderia representar, quer dizer que eu teria legitimidade de me sentar com o Sporting para tratar de assuntos relacionados com ele?
Se o que estás a dizer é verdade, então esta merda é uma autêntica República das Bananas!
11 Abril, 2017 at 12:57
Na prática, é mesmo isso! Inclusive, podes até abdicar de intermediário.
11 Abril, 2017 at 18:52
Era o que deviam fazer todos, mas a maioria para de estudar para jogar à bola e não ganham as competências devidas.
11 Abril, 2017 at 13:37
TAS a condenar fundos
video arbitro na final da taça…
tudo coisas faladas por um garoto desde que assumiu a Presidencia do Enorme
11 Abril, 2017 at 14:07
falta-me uma parte importante neste processo que é o sindicato europeu de jogadores de futebol…
ainda não consegui obter uma reação ao fim dos negreiros no futebol.
11 Abril, 2017 at 14:15
Muito bom! ahahaha
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11 Abril, 2017 at 20:09
Enquanto existir lucro, vai existir fundos, agentes, e toda a merda associada!
É algo que vai existir sempre, são as características do futebol moderno!
Agora o que não pode acontecer é estes agentes/fundos/intermediários terem influência em órgãos federativos e em decisões jurídicas.
A meu ver, um agente tem que ser visto como um “tutor” do jogador, que o auxilia ao longo da sua carreira, e jamais os clubes terão que pagar o quer que seja aos agentes! Quem deve pagar os serviços do agente são os jogadores por ele representados!
Um agente não é nada mais do que um gestor financeiro/marketing/recursos humanos, fora isso, só fazem merda e deviam ir para o …