Depois das desilusões sofridas no Mundial sub-20, Europeu sub-21 e até nas Taças das Confederações (ainda que quase todas por motivos muito diferentes) foi tempo de fazer regressar a juventude a casa e o único ponto positivo da péssima campanha das nossas selecções nacionais é a presença de quase todos os elementos do plantel às ordens de Jorge Jesus.

Podence, Bruno Fernandes, Geraldes, Iuri Medeiros e Tobias Figueiredo chegaram a tempo de jogar na Suíça. Faltam agora Rui Patrício e Gelson Martins (sim descontei os outros dois) e a rapaziada ainda ao serviço de Portugal no Euro sub-19. Abdu Conté, Miguel Luís, Bruno Paz e Rafael Leão ainda se encontram em competição e disputarão a meia-final do Europeu sub-19 frente à Holanda, já esta quarta-feira.

Rafael Leão tem sido o destaque maior e chegará a Alcochete com a possibilidade de começar a sua carreira profissional ao serviço da equipa B, esperando nós todos com um caneco de mais um troféu UEFA. O nosso jovem tem actuado encostado a uma ala a maior parte do tempo, servindo a referência ofensiva Rui Pedro (que não pode estar presente no Mundial sub-20 por…questões) e tem sido um dos dinamizadores maiores, custando até compreender o porquê de ter chegado a começar no banco.
Um golo e um cruzamento fantástico que desbloqueia um jogo difícil são alguns dos pontos mais relevantes de alguém que está a mostrar a sua qualidade com a camisola das quinas. Rafael Leão cresceu imenso no último ano, tem-se tornado cada vez mais intenso, aguerrido e consciente das suas capacidades, deu um salto competitivo nos últimos seis meses e esperamos agora para ver o que faz este ano de leão ao peito.

Abdu Conté, lateral esquerdo, é o segundo jogador com mais minutos da equipa, apenas atrás de João Queirós, e tem sido titular indiscutível no eixo defensivo. A defesa não tem mexido muito e Dalot e Conté parecem ser futuro assegurado no que toca às alas da mesma. Se um auxilia muito mais o processo ofensivo, outro oferece a capacidade defensiva que traz mais liberdade à equipa.

Miguel Luís, titular em duas partidas, não tem imposto o seu jogo e o perfume a que nos tem habituado todos este anos. Um ano um pouco apagado de Miguel ao serviço das selecções jovens e mais uma competição em que ainda não conseguiu demonstrar toda a sua qualidade. Teve algum azar na anarquia táctica das suas selecções que representou, o que na posição que ocupa se nota mais que em qualquer outra.

Bruno Paz tem entrado, essencialmente para oferecer segurança com bola e foi titular apenas uma partida, a lateral direito, num jogo francamente apagado na nossa equipa, apenas positivo pela recuperação conseguida.

Por fim, aquela que é a grande surpresa da pré-temporada até ao momento. Jovane Cabral, que tivemos oportunidade de ir destacando ao longo destes meses, foi chamado por Jorge Jesus para cumprir estágio com a equipa principal. Naturalmente a sua presença deve-se essencialmente à ausência de Gelson Martins (é aliás o jogador da nossa formação mais parecido com o camisola 77) mas não deixa de ser surpreendente que JJ o tenha chamado.

O jovem deverá cumprir a temporada ao serviço da equipa B (ser emprestado tão precocemente não me parece a melhor solução) e são sempre boas notícias saber que a equipa principal está atenta a valores que representaram, na maioria do tempo, os sub-19. Jovane tem uma oportunidade de ouro de se afirmar junto a Jorge Jesus, continuar o seu excelente trabalho e, quem sabe um dia, ser o substituto natural de mais um grande extremo formado em Alcochete.

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*às terças, a Maria Ribeiro revela os seus apontamentos sobre as novas gerações que evoluem na melhor Academia do mundo (à excepção do Dubai)