Como já acabou a nossa época oval, e com um pouco mais de liberdade, vou aproveitar para falar mais sobre o nosso Sporting, que sobre Rugby. E se sobre Rugby eu falo sempre sobre paixão e valores, quando falo de Sporting não é diferente, e ainda acrescento um grande Amor. Vamos a isso.

Todos e todas nós recordamos os nossos Verões passados, os dias infinitos, as brincadeiras de praias, com a referência da bola Nívea, ou dos dias de piscina, as travessuras, o brincar na rua até serem 2/3 horas da manhã. Nesse tempo, quando víamos uma menina mais bonita, o nosso coração acelerava. Nem a olhávamos de frente, com medo de trairmos o que sentíamos.
Passávamos uma e outra vez, sempre com a esperança de um olhar, ou de um sorriso… Queríamos nós lá saber dos pernas de pau, e dos fizz limão desta vida? Derretiam nas nossas mãos ao mesmo tempo que nos aquecia o corpo o nosso coração. Os olhos dessas meninas eram raios de Sol nesses dias, que eram nublados até ao momento que vislumbrávamos aquele adorado olhar, o sorriso branco pérola que causávamos… Os risinhos envergonhados que daí vinham…

E não pensem as meninas que os rapazes eram os únicos a passar trabalhos destes… Quem nunca arrastou amigas e vizinhas, para irem em grupo visitar uma tia, ou um primo, só para passarem por “aquele” lado, como que a cortar caminho para o coração? Quem nunca ficou a sorrir e a chamar parvas às amigas todas, quando encontravam o seu raio de Sol? Acho que todas chateavam as mães para comprar aquela fita mais bonita para o cabelo, não para ficarem mais bonitas, mas para ficarem mais bonita para “ele”. E já agora fiquem a saber, as vossas mães sabiam BEM do porquê da urgência em comprar as fitas do cabelo, as pulseiras de contas, os anéis que mudavam de cor… A elas, não lhes faziam o ninho atrás da orelha, não.

E nas festas da Vila, festas que acontecem só de ano a ano, e que naqueles anos têm ainda mais brilho, ainda mais sabor as farturas que vão ser partilhadas, ainda tremem mais as mãos que são dadas por debaixo do banco do jardim, com todas as trombetas e anjos cantores do Paraíso a entoarem um troante Te Deum mais sacrossanto que muitos dos que mais tarde vamos ouvir por essas igrejas fora. E a recordação de termos causado aquele sorriso, o ter feito sorrir aquele raio de Sol.

Sabem, neste momento eu ando mais ou menos assim… Começa quando vejo os nossos novos equipamentos, depois vou vendo os jogadores que entram, vou imaginando o estádio cheio a cantar uma canção diferente, os arranjos das coreografias… Depois vou vendo o sorriso do meu pequeno, as nossas modalidades, os reforços que vão chegando… As primeiras entrevistas, declarações de Amor.

Quando entro no Estádio, é uma emoção que não dá para descrever (tentei acima…). O sorriso em todas as pessoas, as crianças a colo dos pais e mães e avós, olharem para as camisolas uns dos outros e pedirem explicações: «Ó pai, quem era o Ducher? Quem era o Balakov? Não sabia que já tivemos equipamentos daquela cor… são giros…

Tudo isto faz com que por estes dias ande de mão dada com o nosso Amor. E apesar de arrufos e mal entendidos, nunca me arrependo disso. Andar de coração cheio, ver felicidade nestas pequenas coisas… E pode-se ser feliz. Gostava muito que conseguissem e durante muito tempo transportar no Coração aquele raio de Sol, o sorriso que causaram, o trazer dentro sempre a criança que fomos… E passar essa criança, esse sentimento aos nossos… Pois enquanto vivermos nas nossas recordações, e nas recordações que passamos, somos Infinitos no nosso Amor.

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*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio